domingo, 8 de novembro de 2009

Parente?!

Há uns tempos atrás, tendo jantado com o meu irmão e cunhada ( eu ando sempre nisto, jantando em casa de uns e de outros, não ando aos caídos, mas dito assim, parece ), bem,resolvemos beber café numa esplanada da Avenida, junto ao rio. Um sítio agradável e com um jardim recentemente arranjado, com nome de flores.O proprietário da esplanada, conversando com o meu irmão, mostrou-lhe algo do seu telemóvel sofisticadíssimo a que não prestei atenção. O meu irmão tinha também assim um telemóvel, tipo, topo de gama, seja lá o que isso for, que eu só quero um para telefonar, mandar e receber mensagens, e para me despertar diariamente.Troca de galhardetes para aqui e para acolá, apenas prestei atenção quando o meu irmão disse, ao som de uma música: é meu primo. Eu olhei para ele e para me vincular ao parentesco, disse: É nosso primo. Percebi que entrara na conversa. Perguntei quem era também meu primo. E eis senão quando o meu irmão diz com a maior lata do mundo - O João Pedro Pais. Dei uma sonora gargalhada, daquelas que se ouve no fundo da avenida, junto ao viaduto.O quê? Estás doido?. O outro, o da esplanada ria quase tanto quanto eu. E o meu irmão dizia que era verdade. Então tu não sabes? Não te contaram a história? - Que o meu irmão às vezes gosta de ser tangas, pronto,vou dando um desconto, agora isto? O que é que passa pela cabeça de um homem de quase cinquenta anos e quase dois metros de altura para querer gozar com a minha cara e mais a do outro?O da esplanada...
Porque ele insistia nesse laço de sangue perguntei-lhe se era da parte da nossa mãe pois a nossa avó era de apelido, Pais. Mas não. O mais assustador é que ele negou. Era da parte do nosso pai. Daquela gente de Espanha e tal e coiso.
O apelido Pais, era só uma coincidência.
Então resolveu contar a história contada em Trás-os-Montes e em que ele acreditara. Supostamente todos queriam o João Pedro Pais como parente, porque aceitaram-no como primo, de imediato. Talvez porque é chique (?) ter um primo que canta na televisão, que vende discos, que aparece e é figura pública. Será?E... o seu trabalho? Será bom? E ele enquanto pessoa? Bem, mas a história com contornos estranhos e a fazer duvidar da veracidade das afirmações da família, foi então contada. Não a vou repetir. Não interessa muito. Nem sei se é verdadeira. O que sei é que toda a família, pelos vistos, acha que o rapaz que canta baladas, faz uma músicas e umas letras, começou no programa de televisão a emitar o Miguel Ângelo, dos Delfins ( que agora até vão acabar, terá sido o puto o causador? )foi casado com a Cláudia Teixeira, uma modelo que nasceu na cidade onde vivo e que por acaso frequentou a Escola Secundária ao mesmo tempo que a minha filha,tem o mesmo sangue nas veias que eu e que todos os outros que vivem lá por cima, onde para lá do Marão mandam os que lá estão.
Se eu quiser acreditar e me puser a pensar...de facto, há características curiosas na nossa família.A bisavó ( cigana ? ) era dançarina e provavelmente também cantaria.
A minha avó, o meu pai e uma irmã dele cantavam maravilhosamente, para além do meu pai, na aldeia onde nasceu, participar nas peças de teatro que por lá se faziam e fazer versos muito bem, declamando-os. Os meus tios, irmãos do meu pai, quase todos tocavam guitarra.Depois ao nível da minha geração, eu só escrevo e...mal.Tenho um primo que tirou arquitectura e que desde que começou a pegar no lápis, começou a desenhar e a pintar. Tem quadros lindíssimos, toca guitarra e canta também. O irmão, só não pinta. Mas desenha, canta e toca. Das habilidades ( ? ) de outros primos não sei porque como vivi em Angola e não fiquei em Trás-os-Montes quando cheguei, os contactos e os interesses só poucos.Mas na geração dos meus filhos e filhos dos meus primos, ah pois é, existe potencial sim. A minha filha que tem o 5º ano de música, do Conservatório e o 4º ano de guitarra clássica, para além da escrita em prosa e que prosa, que faz disso profissão. O meu filho que, pois, a sua profissão passa pelo movimento e que se licenciou nisso mesmo. Para além do teatro, da canção,da poesia. O meu sobrinho que toca guitarra sem ter formação musical, de ouvido, de tacto, de jeito, apetência para a coisa,para além de ter dançado até há pouco tempo num grupo folclórico, e um filha de uma prima que tirou o curso de animadora cultural e que fazia parte de um grupo de dança. Uma família de artistas. Não me admirava se o João Pedro Pais pertencesse a esta família, portanto.
Estou em crer que não. Nem vou tentar saber.Tenho primos que não conheço. Seria mais um. Mas que é curioso lá isso é. E hoje, quando oiço o rapaz cantar numa qualquer estação de rádio, sorrio sempre para a tanga ( ? ) do meu irmão. Pode ser que não seja nosso primo mas que deixou de passar despercebido, lá isso deixou.

3 comentários:

D. disse...

lolllll muito bom!!

a trapezista disse...

Esta história é do melhor!

Unknown disse...

ve la se descobres primos mais importantes, tipo cavaco, socrates, sempre dava mais jeito p os bilhetes de aviao,,,,,,,,