quarta-feira, 28 de outubro de 2015

reflexão

Acordar é colocar-me na primeira pessoa do verbo Viver. 
E nessa bênção, o Universo fez a sua parte.
Cabe-me fazer a minha. 
E merecer o ar que respiro.

m.c.s.

domingo, 25 de outubro de 2015

o luto



O luto não se faz se não há morte
Na liberdade de viver
No incondicional amor

Quantas noites e dias para sobreviver? 
Quanto tempo para matar a dor? 
Quantos lutos p' ra vencer?

O luto não se faz se não há morte
E a vida não se compadece da má sorte
A memória é a que resta
E um bater desmaiado do coração
Um sopro de ar por entre a fresta
Uma oração...

O luto é filho da puta
Arranca tudo, da pele à alma
Desafia os tempos numa luta 
Que não promete sequer a calma
Mas não se faz se não há morte
E é preciso sobreviver
Nessa injusta e má sorte
Mesmo se uma parte nos morrer...

m.c.s. ( com endereço a amigo muito querido, com um abraço d' um tamanho sem tamanho em luto desde o dia 21/09 )

o (im)possível

É possível, sim, tornar uma raridade numa probabilidade. 
E enquanto a mente aceita como possibilidade, o caminho faz-se. 
Digo eu, que acredito que o raro existe e o impossível acontece se o pensamento o capacita.

m.c.s.

aviso de última hora

Quando a hora muda podem mudar as vidas
Os sonhos.
As almas sofridas...
E no sonho, a alma virar 
Uma página talvez
Nesse livro por fechar
E crer que chegou a vez
De acreditar...
Quando a hora muda adormece-se o tempo em vão
Resgata-se o sono, o sonho, o amor
Resgata-se até o espírito do verão 
Só não se acaba com a dor
Só não se enterra o coração
Quando a hora muda podem até os relógios recuar 
Disfarçando a intenção
Criando ilusão
Mas tudo é igual em mim
Calendário por cumprir
Neste princípio do fim
Neste tudo ou nada que há-de vir
Quando a hora muda, não muda a vida não
Nem o coração
Nem sequer fantasmas do passado
Caminham nas horas achadas e perdidas
Matando e refazendo tempo,
Mas sempre ao meu lado

( Aviso de última hora - Se nada muda nem a hora de mudar -
Duma vez por todas - 
Quando a hora muda, é hora de mudar )

m.c.s.

negociando

- Este Sto António tem cara de safado. Disse ela. 
- Por isso estou a negociar com ele. Disse eu, de vela na mão.

m.c.s.

dizer...

Dizer tudo como os tolos é percebê-los.
Aceitá-los.
Querer ser mais um. Deles.
Dizer tudo como os tolos é não ter medo de o dizer.
De se estripar e de se perder.
Dizer tudo como os tolos é dizer que quer amar.
E nesse amor cego se principiar.
E louco se infindar.
Dizer tudo como os tolos é (des)conhecer o amor, bater com ele de frente;
e dele saber que vale a pena a loucura desse viver.
Eu digo tudo como os tolos porque nesta minha doideira digo o que (te) quero, vivo e amo.

m.c.s.

grata

Há noites. Negras. Que me queria desperta. 
Para embalar e adormecer este amor que tenho no peito, nos braços e na pele. Visceral. 
Há noites sem cor. Que queria transformadas em dias. 
Tempo. Eterno.
Para morrer e ressuscitar, de tanto amar.
Há noites parideiras de manhãs.
Assim. Brancas. Puras. Dispostas.
E gratas. Só por acordar. 
E deixar o espírito sentir e falar.
Sonhar...

m.c.s.

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

o Tejo em fotografia




fim de tarde no Tejo - Lisboa


no Portinho da Arrábida ( eu )


não ser capaz

Quando alguém se quer pôr no meu lugar, eu sorrio. Apenas.
Ninguém poderá vestir a minha pele, que não é elástica.
Nem tem poiso certo e seguro.
Às vezes, nem eu consigo pôr-me no meu lugar.
Que é estreito. Sonhador. Absurdo. Utópico.
Outras, sensato. Disciplinado. Real. Cruel. Injusto.
E eu não caibo lá.

m.c.s.

fim de tarde no Tejo - ontem


domingo, 11 de outubro de 2015

Descrédito

Mais triste que perder um amor é não acreditar numa curva do destino, onde o amor espera por mim. 
Para nesse encontro me achar e me perder...

m.c.s.



desistência

Desistir do amor, é matar-me todos os dias.
E deixar-me morrer para o dia seguinte.
  
m.c.s

sobre o amor

Finito?
Infinito?
Que sei eu sobre o amor...
Sei que te quero, momento.
E que seja infinito, nesse finito amor...

m.c.s.

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

a propósito da república

Mais um feriado roubado ao povo. 
Mais um dia votado ao esquecimento da História. 
Ou seja, mais uma data para esquecer. E morra quem se negue.
Pensando com as cinco oitavas no lugar...foram mesmo outros quinhentos. 
O povo que se queixe, porque quem não se sente, diz outro povo anterior, antigo e guerreiro, valente e lutador, não é filho de boa gente ( aquela que nos ensinaram que o povo português era ) 
Ora, mas vamos lá ao que interessa - que importância tem o dia da implantação da república hoje? Isso foi chão que já deu uvas...
Agora só bananas e das pequenitas. Da Madeira, a bem dizer...

domingo, 4 de outubro de 2015

à espera de amanhã

Cheiro-te terra molhada
Sinto-te vento feroz
Oiço-te trovão desgarrado
Espantalhando-me o medo
Roubando-me o sono
Devolvendo-me a voz

(Des)outonando-me sem segredo...

Depois da tempestade espera-se a bonança
Pensamento
Frase feita
E refeita 
na minha mente
Todas as mentes prenhes d' esperança
Desejo crescendo 
No caminho da salvação
Na urgência de mudança 

Amanhã será diferente!

m.c.s.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

pensamentando-me

Nem todos os lugares somos nós. 
Os nossos lugares, são escolhas do coração que a memória perpetua. 
E aonde regressamos quando a saudade se faz presente.

m.c.s.