terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

no ribatejo...

As flores são o cartão de visita da Primavera. O campo propicia a esse despontar com a harmonia própria das cores e das formas, explodindo em pura beleza, oferta da Natureza - por vezes, ajudada por mãos humanas. Contemplada com especial sensibilidade.

Passei e deparei-me com estas flores, em terreno da via pública, mas tão cuidadas que supus de imediato terem o carinho de mãos da casa vizinha. Tirei o telemóvel para as fotografar e subitamente apareceu uma senhora com a interrogação no olhar. 
- Está a tirar fotografias às flores?
- Sim - disse. São tão bonitas...mas não posso?
- Pode, pode. Já mais pessoas as têm tirado.

Deixou-me e entrou na casa que supostamente é a dela, bem como as flores.
No Ribatejo, a posse da terra, mesmo se é de todos ou de ninguém é uma realidade antiga. Mata-se por uma extrema, por um carreiro, por uma passagem. Por um palmo de terra.
Mas também se cuida dela, com amor, enfeitando-a com flores...

m.c.s.

resistência

A vida às vezes custa, assusta e derrota. Mas insistir, nem sempre fácil, é um impulso para resistir. 

mcs

questionando

Serás tu boa pessoa, se te sentes frágil e triste, com o egoísmo e com a indiferença?
Se te sentes só, com as ausências. E magoado com as faltas...
Se te queres colocar no lugar do outro e esse não está lá. Nem atrás de ti para te amparar. 
Nem ao teu lado para te acompanhar. 
Nem à tua frente para te guiar. 
Se dobrou a esquina, passou para a sombra, tornou-se invisível.
Serás tu justo se te sentes sonâmbulo num mundo deserto, vazio e ausente, fugido para lugar nenhum teu, entretido e cheio com a sua morfologia?
Serás tu a pessoa certa para questionares a humanidade se nem boa e justa pessoa tens a certeza de ser?!...
Uma coisa eu sei que tu sabes. Sentes-te. E faz-te falta que te sintam...

m.c.s.

quinta-feira, 22 de fevereiro de 2018

celebração

...já a Primavera espreita e se insinua neste Sol de Inverno que ilumina e aquece os dias tristes que se fizeram presentes.
Já a amendoeira se fez flor - e as árvores da avenida rebentam a folha, cumprindo a sua missão.
Já entardece o dia na noite fria, retardando a escuridão.
As andorinhas em breve estarão nos beirais e o mar se amornará.
Já pressinto morangos, damascos, cerejas e liberdade de os degustar... 
A doença, Deus permita, partirá - e robusta a saúde, vencerá...
Quem cá me dera a nova estação...
Quem cá me dera a celebração...

m.c.s

terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

paisagem a sul das pontes


paisagem além Tejo


o sol no poente


eucalipto


horizontes


amarelando-se


descanso


repetição

Matar a saudade é um acto de repetição. Vindo da vontade de manter viva a ilusão. 

mcs

a coisa certa

Quando fazes o que te dita o 💙, a possibilidade de acertares é proporcional à tua emoção.

m.c.s.

inexplicáveis

Não há coincidências. O que há são inexplicáveis. Traduzidos para reticências...

m.c.s.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

namorados

Namorados! 
Associação feliz. Dupla. Plural. 
Momento. Lindo de viver. 
Partilha abençoada. 
Paixão em brasa. Ternura quanto baste.
Mãos dadas. Olhos nos olhos. Sorrisos.
Beijos e abraços. Sussurros e declarações de amor.
Colo, nuvens e sonhos. 
Bobeira.
Música. Poesia...

Namorados! 
Toda a gente já foi.
Quem não foi, quer ser. 
Quem não tem, quer ter...
Há até os namorados para sempre.

Namorados...eternos se fazem, os românticos.
Romances, filmes e estórias de encantar.
Gente que apenas quer receber e dar.
Amar.


m.c.s.

sobrevivência

A minha sobrevivência depende da sobrevivência dos que amo.
Chamo a isso, viver dependente das vidas que se entrelaçam na minha.

m.c.s.

resiliência

A resiliência, não lhe tendo a posse, vive paredes meias com o meu coração, há muitos anos. De tal forma, que não sendo eu, é minha irmã. 

m.c.s.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Setúbal e Tróia











fotos mcs

pensamentando-me

Quando o oásis for mais que uma miragem, eu não resistirei a ser deserto...

m.c.s.

castelo de Setúbal








fotos mcs

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

o lugar do outro

O lugar do outro é o lugar do outro. 
Nunca nosso. Nunca próximo. Nunca compreendido. E atingido.
Por vezes romanceado. Desejado. Invejado. 
Por vezes ignorado, repudiado. Incompreendido, desvalorizado e afastado. 
Sempre desconhecido.
O lugar do outro é o lugar do outro. Quando não sabemos qual é o nosso lugar no mundo...

m.c.s.

no balanço dos carris, tanto mar...

No balanço dos carris, à janela do horizonte, contemplo as gaivotas em terra, nuvens cinzentas, a chuva grossa, o mar revolto: o tempo invernando-se. Enquanto a viagem me leva para casa. 
Dou por mim a questionar quantas casas tenho eu. Que pedaço me pertence. A que chão me entrego. Nua e pura. Genuína. Rendida e renovada.
No balanço dos carris, inevitavelmente e por comparação, apelo, nostalgia, ou por ser essa a minha sina, há um momento que me distraio e caminho até à linha que limita as águas em turbilhão. 
Ultrapasso-a num passo de gigante, igual ao sonho sem fronteiras, que mora dentro de mim.
Sinto-me, calema. Galgando horizontes.
E quero-me chegada à terra de cacimbos e sois, perfume da flor de frangipani e d' acácias. Sabor de manga, caju, gajaja e pitanga.
Chegada à terra onde o céu se deixa tocar pela ponta dos meus dedos.
Quero-me chegada ao sotaque. Aos contrastes. À raiz...
No balanço dos carris dou colo à minha saudade. 
Mas regresso ao inverno frio e chuvoso e garanto o meu lugar aqui. 
Havia porém tanto sol e tanto mar para desbravar, uma geografia tão diferente para sentir e percorrer, ( que há muito me tatuou ), fosse eu um albatroz de águas do sul!

m.c.s.