quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Luanda hoje!








o pior e o melhor

O saudosismo é o pior sentimento que nos prende ao que passou.
A saudade é a melhor emoção que nos transporta ao passado.

montar???

Não era a primeira vez que o puto estava sentado no " meu " lugar. Vi-o indeciso. Se tirava o saco ou não. Os dois de trás estavam também expectantes e com ar divertido. Vinham a conversar. O do meu lugar, virado p'ra trás.
Putos de dez anos a caminho da escola. O autocarro do sr. margarido parando em frente à E.P.P..
Posso sentar-me? E fui avançando. Não teve outro remédio senão agarrar no saco de educação física, ( só pode, pelo volume ), e colocá-lo no colo.
- Porquê? Achas que ela não é gira? disse aos colegas de trás.
- Acho que é. Não vais é conseguir montá-la - disse o outro.
- Achas? Vai uma aposta.
- Eu não acho. Tenho a certeza. É muita areia para a tua camioneta- acrescenta a miúda que estava mesmo por trás de mim.
- Ai é? Apostamos?
- Brother, leva a bicicleta - terminou a miúda, enquanto se levantavam para sair do autocarro que acabara de parar na garagem.
Encolhi-me no lugar, desviei as pernas para o corredor para o puto passar enquanto a irmã e a amiga se aproximavam. A irmã é a Andreia, a adolescente que embirrou com o meu chapéu de chuva no TUT, em dia de chuva, mas que entretanto se aproximou e só não somos muito íntimas porque não é p'ra sermos. Tenha a santa paciência. Ultimamente encontro-os no autocarro do sr. margarido que passa pela casa deles, no Vale. As coisas que eu sei!
E o que não sabia é que este puto de dez anos fala em montar como se...quer dizer, terei eu percebido o que significa montar? Afinal estas criaturinhas em crescimento falaram em camioneta e em bicicleta. Fará sentido?
Tenho p'ra mim que não. Que não vale a pena. Abismar-me. São só putos de dez anitos. Não mais.

república dos melões

República?
Qual república? A das bananas. Ou não. É mais, dos melões.
São uns a seguir aos outros.

terça-feira, 29 de novembro de 2011

tudo e nada



Há dias que não existo. Para o mundo. Tão pouco para mim.
Há dias que sou a pior pessoa do mundo aos olhos desse mundo.
Há dias que sou a pior pessoa do mundo aos meus olhos.
Há dias que não sei quem sou.
Hoje é dia..

manipulando

Manipular pessoas pode ser uma prato cheio, mas é tão solitário que sabe a pouco. ( digo eu )

é sempre a descer

- Bom dia!
- Bom dia. Vem afogueada - diz o sr. Margarido.
- Se me taparem a boca, rebento. Digo eu completamente exausta.
As catatuas da frente, que mais parecem os marretas, riem.
- Frio não tem, diz a Bélita.
- E mais é sempre a descer. Diz o sr. margarido.
E eu a ouvi-los tomarem-me conta da vidinha e tentando recuperar o fôlego.
Na verdade é sempre a descer, de casa ao autocarro. Mas como é que ele sabe?
Nesta terra quando se quer saber, sabe-se e quando não se quer, sabe-se também. Eu já nem ligo. Eu até nem gosto de segredos...
Mas, que sabem eles das minhas dificuldades matinais? Não sabem, mas pôem-se a advinhar a ver se pega. E eu encolho os ombros, apesar do reumático.
Sei que o sr. margarido faz tempo, à espera de me avistar lá ao fundo da garagem, onde eu abrando, a partir do momento em que me pôe a vista em cima. Por isso perdou-lhes o mal (?) que fazem pelo bem que me sabe, pois que há manhãs que um banco de autocarro representa o paraíso e só porque o sr. margarido espera uns minutinhos por mim.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

oLUDO - Fica, não te vás daqui (novo videoclip)

Hotel Casino - JCM

bola baixa

Os lagartos deitaram fogo à Luz.
E mais, diz-se que são animais de sangue frio...

pastéis de nata

foto tukayana.blogspotVou muito a Belém. Gosto. Tipo, passeio dos tristes.
E gosto de pastéis de nata. Dos de Belém. Da casa dos pastéis.
Claro que há pastéis de nata para além de Belém. Os da Quarteira, por exemplo. Da pastelaria Beira-mar, junto à praia. Quentinhos, cheios de canela. Avé Maria! Acho que ia de propósito ao Algarve só para comer pastéis de nata. Já fiz viagens maiores por muito menos.
Mas, ontem, desloquei-me ali ao virar da esquina que o sul não me foi acessível. E depois do almoço fui para a fila dos pastéis de nata. Coisa rápida que até estranhei. Enquanto esperava, mázinha que eu sei lá, rejubilei maldosamente com uma estória que aconteceu ali, numa das muitas mesas das várias salas daquele lugar. Bonitas salas, diga-se de passagem.
Então é assim: Todos nós sabemos o que são tias, daquelas que há já muitas cópias mas que se iniciaram em Cascais, em novo, fotocópias de tiazorras que lá chegarão, é só dar-lhes gás. Taaaaaaá a veeeer?
Então a minha estória tem a ver com uma criaturinha assim, loira e tudo, olhos verdes, roupa toda betinha, mala a condizer, com a marca em grande não vá sermos miopes, casaco de pele castanho, bota a condizer e lenço camel ao pescoço. Ah, não tenho nada contra, verdade seja dita. Até gostava da criaturinha, à época. Depois curei-me mas isso são outros quinhentos. Noutro departamento.
A nossa tia entra na casa dos pastéis de Belém, com o seu maridão a condizer ( este muito mais a fingir que ela ). É que apesar de viverem na província, Lisboa fica a um passo e o casal gosta, acho que ainda deve gostar de arejamento na capital e sobretudo visitar as lojas, lá está, de marca, para o estilo, na sua santa terrinha, onde quem tem um olho é rei ( da cocada, mas pronto ). Escolhem uma mesa, sentam-se e são atendidos. Ele, o maridão diz querer pastéis de nata. Ela, a tia cheia de proa, diz: Não, eu não quero pastéis de nata, quero pastéis de Belém.
E como até para se ser tio tem de se ter estaleca, foi a vergonha total.
Juro que foi verdade. Não estava lá para assistir, mas o maridão da emproada tia contou à frente dela e ela não desmentiu.
Não há vez nenhuma que esteja a comer pastéis de belém que não me lembre desta santa ignorância que nem a faculdade atenua. O convívio. Os livros. Sei lá, cultura geral, não? Estou a falar de gente nova. Hoje andarão nos trinta e alguns.
Que barrigada de riso eu apanho em cima da barrigada de pastéis de nata de Belém!

cheiroso

E ainda este.

recuerdos



Este fim de semana recebi uns presentinhos.
E para além de agradecer à xica, apeteceu-me gritar:
Viva la vida e la España!
Adoro recuerdos.

fim de semana de truz...

Depois de uma noite ouvindo estalar a madeira por todos os cantos da casa onde fiquei este fim de semana e que não é a minha mas é de alguém meu, de estar sem televisão por motivos que nem a dona da casa percebeu, que nem vi o benfica ganhar ( iupiiiiiiiiiiiiiiii ) ao sporting que até deitaram fogo pelas ventas e não só,( ah pois é! ) de não poder desligar o computador por correr o risco de não voltar a ligar-me na net, de toda a noite ouvir ambulâncias e sirenes da polícia, barulho na rua dos bares da 24 de julho e da própria rua da casa onde fiquei, ( deviam ser gloriosos festejando vitórias ) de ter jantado assim para o pobrezinho ( uma tosta de atum e queijo, coca-cola zero e uvas, bem bom ) aviada que fui na loja dos indianos que está aberta até à meia-noite e a menina que lá está diz que não tem medo, nunca foi assaltada, o que hoje em dia é um milagre, até já em torres novas o é, depois de estar horas a falar com uma amiga ( até às 4 e muitos da manhã, que até lhe contei uma estória da carochinha que ela ainda não sabia e amou ) depois de ter comido um saco daqueles bem grandes de m&ms, ( carências concerteza ) de ter dado os parabéns ao meu príncipe, ( tristinha ), fui finalmente para a cama a tempo de perceber que estava regeladinha mas nada cansada de ver a vista magnífica que da janela e da varanda se avista, com o rio, o porto, a ponte, que perde as luzes lá para as 2 da manhã ficando apenas luzes vermelhas de presença ( ? ) e com o Cristo Rei em frente. Se eu fosse a Cátia da casa dos Segredos abriria os braços e diria a propósito do Cristo Rei, aquela coisa, assim ( e pareceria o próprio cristo de braços abertos ) que existe no Brasil...bem depois de tudo isto e de ter acordado imprópria para consumo saí de casa lá para as 2 horas da tarde sem comer nadinha pois que não me apetecia, para ir almoçar a Belém. Tenho pânico daquelas escadas de madeira e desço-as sempre perdida de medo de me estatelar e vir a rebolar 4 andares. E fui pé ante pé, um pedindo licença ao outro. Perfeito! Ao fechar a porta à chave, não sei que voltas dei que me desiquilibrei e fiquei sentada no último degrau da soleira da porta que é de pedra. Tão surpreendida me senti que disse alto - francamente! Em frente de mim um velho cigano, daqueles homens velhos, elegantes, todos vestidos de preto, chapéu e tudo, que de mãos nos bolsos me olhava num misto de provocação e gozo. Não consegui fazer-lhe um gesto com os dedos, braço ( amparei o tralho com o braço esquerdo e tenho-o rijo e negro ) ou articular qualquer impropério, mas só me ocorreu voltar a falar sozinha.
Francamente! Anda uma criatura com tanto cuidado e num segundo estatela-se escandalosamente na pedra da calçada duma calçada ali para os lados do rio.
Como já estou habituada a tralhos com muito mais aparato, levantei-me e sacudindo-me fui calçada abaixo, apanhar o 28, o que aconteceu passados 5 minutos.
O dia estava lindo, 18 graus de sol e calor, o rio também e Belém estava como eu gosto, cheio de vida, e os incidentes ficaram para trás. Até porque para trás mija a burra.
E depois, o meu príncipe ausente fazia anos e eu tinha a obrigação de estar feliz. E estive. Celebrando a vida.

domingo, 27 de novembro de 2011

eu ia para sul...

foto tukayana.blogspot

a ponte para sul

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antenas no ar

foto tukayana.blogspot

sábado ao entardecer

foto tukayana.blogspot

parabéns ao fado e aos fadistas



Portugal está de parabéns!
Que ironia...

Katia Guerreiro e Martinho da Vila - Dar e Receber

TEDxLisboa - Natalia Juskiewicz - Um Violino no Fado

és o meu príncipe preferido

O entardecer de sábado captado por mim duma varanda de Lisboa, para a madrugada fria e agitada que se adivinha de dentro de casa, pelas sirenes de ambulâncias e da polícia que não pararam a noite toda numa movida de se lhes tirar o chapéu uma vez que estamos em finais de Novembro.
Por falar em tirar o chapéu, Novembro está no fim e o
dia de hoje no calendário, e na minha existência, 27 de Novembro, diz que nasceste há vinte e seis anos.
E a mim parece que foi hoje. Não sei se estava tanto frio ou se eu o tinha. Sei que foi uma emoção que me deu um dos dois maiores arrepios na alma e uma alegria de viver que nunca mais deixei de ter.

Obrigada meu amor.
E muitos parabéns.
Sê feliz que bem o mereces.
Um dia muito alegre e prazeiroso.
A minha saudade não tem tamanho e o meu amor também não.
Desejo-te tudo de bom no tamanho dessa saudade e do meu amor por ti.
És o meu príncipe preferido.

sábado, 26 de novembro de 2011

26 de Novembro é o teu dia

Lembras-me rosas brancas como a tua pele.
Lembras-me voz embargada pela emoção.
Lembras-me cabelos pretos. Lisos.
Que nunca chegaram a ser brancos...
Lembras-me olhos cor de mel e lábios bonitos e bem desenhados.
Lembras-me mãos de rainha. Nobres como as mais nobres.
Lembras-me sorriso triste. Doce. Lindo.
Lembras-me trabalho. Muito trabalho.
Lembras-me serenidade, resignação.
Lembras-me afago. Beijo. Colo. Porto de abrigo. Placenta.
Lembras-me Saudade.
Lembras-me três letras. M-ã-e!
E eu lembro-me de ti. Sempre.
Hoje a lembrança me faz recordar que se não tivesses partido tão cedo, somarias mais um ano. Junto de nós.
Fazes-me tanta falta, mãe! Cada dia mais...

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

esclarecimento (?)

Então vá, deram o mote e eu aproveitei logo. Escolhi uma fotografia actual. Tem 2 ou 3 dias. Temos pena se não estou melhor que isto. E isto foi o meu melhor, porque verdade seja dita, pois odeio mentiras, a maior parte dos dias não estou assim, estou muito, muito pior. De meter medo ao susto que até eu quando me encaro no espelho, desvio logo o olhar não vá fugir de mim assustada. Da beiçurra que faço, muito maior que esta. Era aqui que eu queria chegar.
Vocês acham que eu pûs silicone nos lábios? Não acham pois não? Isto não é boca postiça. Tenham a santa paciência, né?
1º - Não tenho nada contra. Nem a favor.
2º - Se tivesse lábios de mesquinha e cínica que é simplesmente não ter lábios que se vejam, podia pensar no assunto, assim muito muito superficialmente.
3º - Os meus lábios são assim mesmo. Se pintar de vermelho parece que crescem. Se pintar de castanho parece que ficam mais pequenitos. Se não pintar ( não sei o que isso é ) ficam como o sô santos e a dona celeste me fizeram.
4º - Gosto deles como são. Não tenho conflitos com o que é meu porque se os tivesse estava tramada e andava sempre de beiças, o que não me parece nem razoável para quem leva comigo nem para mim que não sorriria nem gargalharia o que me deixaria profundamente infeliz.
5º - Estamos esclarecidos?
6º - Não precisava de esclarecer mas como sou vaidosa, gosto de postar fotos. Minhas então!...
7º - E como sou beijoqueira, beijos para quem me questionou.
E sossegue criatura de Deus, que não me vai cair o queixo, quer dizer, os lábios, mesmo que mande bitaites ( cala-te boca ) que é uma coisa que gosto de fazer, ainda que provoque beiçolas.
Homessa! Acontece-me cada uma! Serei eu que me ponho a jeito ou é o jeito que vem ter comigo assim por dá cá aquela boca? Tanta bocarra que há para aí...arranjo já, assim num abrir e fechar d'olhos meia dúzia de mediáticas que estão muito felizinhas com os seus siliconezitos e que adorariam ser interpeladas.

descoberta

Em dia de greve, o blog, a televisão, as idas à cozinha e o facebook têm sido uma farturinha. Há muito tempo que não estava assim neste chove não molhe, sem fare niente que se aproveite. E é que não me apetece fazer nadinha de útil. E ninguém me obriga a mexer uma palha que seja.
Direitos, senhores! Ainda vou tendo alguns. Nesta vida em modo de lesma, o dia vai passando, devagar, devagarinho e confortável, quentinho, que bem percebo o sol aquecendo o lar doce lar onde eu e a Pitanga somos sobas. De nós mesmas. Uma da outra.
Se hoje não me apetecer, não saio. É nestas alturas de reflexão, não fosse dia de direito à greve, que eu penso que se me reformar faço como os outros. Passo os dias de pijama a ver o Gouxa, a Júlia, a Maya, a Casa dos Segredos e por aí adiante. E a engordar. E a estupidificar...
Por enquanto não estou reformada nem estúpida. Só gorda. E contente que eu sei lá.
É que a minha kamba chamou-me no facebook e...pois, é que falarmos acontece com muita frequência. Trocarmos mensagens por telemóvel e na net, também. Vermo-nos em Lisboa, idem. Mas no skype do facebook, não.
Ah pois é. Aprendi mais uma. É que eu e os meus amigos e familiares do facebook podemos olhar olhos nos olhos uns dos outros. E mais, podemos estar horas a conversar, enquanto coçamos a cabeça, espreguiçamo-nos, levantamo-nos, trocamos a perna, bocejamos, olhamos para o lado, na intimidade que os amigos têm. Até mexer no nariz para quem gosta de escarafunchar o dito.
E mais, dizer adeus, com a nossa mão. Os dedinhos a mexerem. E a outra a ver. As outras, melhor dizendo. É que ao fim de quase um ano, vi a Madô em Luanda, sem sair da minha cama. A rir-se. A dizer-me adeus e a perguntar quando volto. " Dona Clara vai vir quando de novo? " e eu respondendo sem pensar: Agora só para o ano, Madô...
Agora só para o ano. Ah, como eu preciso de acreditar nisto! Ah como eu preciso que o universo tenha recebido as minhas palavras! Ah como eu gostei de dar asas ao meu sonho e voar até Luanda para responder à Madô, que cozinha bem mas bem, que bate funge que dá gosto, que ri parece uma candengue, que fica contente de me ver e que tem palavra numa honra de comover-me, quando com a filha doente veio a casa só porque me prometera que eu traria para portugal os paus de bater o funge ( um p'ra mim outro para o mano Zé ) que lhe tinha encomendado e que ficaram de lhe fazer, lá no subúrbio onde mora.
Ah como gostei de ir a Luanda logo pela manhã! Conversar com a minha kamba na sua sala, no meu quarto, na nossa amizade de meninas desde os nove anos. Graças ao skype do facebook.
Apetece-me dizer ao dito: eu te amo. E à vida também.
Hoje ganhei o dia. Viva à greve! E ao facebook!

Queen - The Show Must Go On

Freddie Mercury - 5 de Setembro de 1946 a 24 de Novembro de 1991.
Para sempre...o Maior!

está a valer um coche...

Procurando em casa livros, que me pediram emprestados, não é que goste muito de emprestar, é que são como filhos, não digo que são como namorados, maridos, amantes, ups, amantes? Há quem tenha, mas adiante, todos esses, não nos são nada e escapam-se sem que a gente os empandeire, mas, pronto, pediram-me e eu como sou uma boa alma, procurei e eis senão quando encontrei este, perfiladinho na prateleira...
Ah pois é! Português Língua Viva. Será?
Ontem dei comigo confusa a ler a palavra - ouve - . A primeira reacção foi rir. Idiotamente. Pretendia o passado do ver HAVER. Quem a escrevera tem formação superior. Não quer dizer nada, mas tem... Depois do estendimento dos lábios a que impensadamente me dei ao desfrute e a propósito disso, deram-me idéias para postar uma foto minha, adoro ser narcisista, mas fica para outra postagem, arrepiei caminho e já me interrogava assim numa ignorância assustadora de ficar toda trocadinha e com a cabeça a mais de mil se o dito, imprescindível e corriqueiro verbo haver perdeu o " h ".
Se querem mesmo saber, não averiguei. Mas fiquei a pensar nisto.
Afinal para quando a certeza de que damos erros? Ou não os damos?
A língua portuguesa tornou-se muito linguaruda.
Pela boca morre o peixe, faz uafo, digo eu, pois que os palop andaram tanto na boca do mundo e agora já são bué da fixes, kotas e malaikos, descomplicam-se e até bazam de, e, para os países de expressão (?) portuguesa.
Mas, no final das contas, o que é que faço a este livro? Fica de recordação? Vendo gato por lebre? Quem dá mais? Está a valer um coche ou nem por isso?
Pode ser que me safe na Feira da Ladra. Ou na Feira de Antiquários? É mais isso...

de Mia Couto


Os Sete Sapatos Sujos:

“Não podemos entrar na modernidade com o actual fardo de preconceitos. À porta da modernidade precisamos de nos descalçar.Eu contei Sete Sapatos Sujos que necessitamos de deixar na soleira da porta dos tempos novos. Haverá muitos. Mas eu tinha que escolher e sete é um número mágico:

Primeiro Sapato – ...A ideia de que os culpados são sempre os outros e nós somos sempre vítimas.

Segundo Sapato – A ideia de que o sucesso não nasce do trabalho.

Terceiro Sapato – O preconceito de que quem critica é um inimigo.

Quarto Sapato – A ideia de que mudar as palavras muda a realidade.

Quinto Sapato – A vergonha de ser pobre e o culto das aparências.

Sexto Sapato – A passividade perante a injustiça.

Sétimo Sapato – A ideia de que, para sermos modernos, temos de imitar os outros.”

MIA COUTO

Eu fiz



Kuia malé ser mwangolé



DICIONÁRIO ANGOLANO ACTUALIZADO (2011)

EM ANGOLA não tem polícia, TEM MAGALA, BABA MALAIKE, KAÍNGA, SHUI; TAMBÉM JÁ FORAM CHAMADOS DE 3 QUINHETOS (antigamente andavam sempre 3 polícias juntos), SANDY & JÚNIOR (quando andavam dois) e MADALENAS
ANGOLANO não diz polícia de investigação criminal, Investigador ou bófia, DIZ ALICATE
ANGOLANO não é passageiro, É PAX
ANGOLANO não é mais velho, É VELHO, É KOTA, PAPOITE, MAMOITE, DIKOTA
ANGOLANO não vende , PÁYA OU EMPURRA
ANGOLANO não diz tem dinheiro, DIZ ESTÁ BOSSANGA, É QUENTE OU FERVE
ANGOLANO não está mal, TÁ MALAIKE ANGOLANO nao fala, DÁ UMA DICA ANGOLANO nao atrapalha, MAIA
ANGOLANO nao é cidadão, É MUADIÉ OU WI ANGOLANA não fica com má aparência, FICA NGAXI OU REBENTADA
ANGOLANO não tem problema, TEM BABULO, TEM ESTRILHO, TEM ASSUNTO
ANGOLANO no taxi nao encosta, EMAGRECE
ANGOLANO quando é mais novo, não engravida filha alheia, ENCHE, “SE ESTRILHA”
ANGOLANO não goza, ESTIGA
ANGOLANO não foge, TIRA VOADO, DÁ GÁS
ANGOLANO não é grosso, É CAENCHE
ANGOLANO não vê, MARA, GALA
ANGOLANO não Viola, NGOMBELA
ANGOLANO não mente, DÁ BILINGUE OU DÁ JAJÃO
ANGOLANO não bebe cerveja, BEBE BIRRA
ANGOLANO não bebe whisky, BEBE MAMBITO
ANGOLANO não tem Dinheiro, TEM KUMBÚ, TEM MASSA, TEM OS QUE FAZ RIR, FERVE, É QUENTE, Falua
ANGOLANO não Viaja, SAPA
ANGOLANO não liga Luz, FAZ UM GATO
ANGOLANO não é diplomata, É NGUVULO
ANGOLANO não escuta música, CURTE OS BRINDES OU SOM
ANGOLANO não trabalha, BUMBA OU BULI ANGOLANO não luta, BILA ANGOLANO não curte, TCHILA
ANGOLANO não conquista mulher alheia, TROLA
ANGOLANO não tem moto, TEM UMA TURRUM
ANGOLANO não é multado, É PENTEADO
ANGOLANO não está aflito, ESTÁ PAIADO
ANGOLANO não difama, ESTENDE, ZONGOLA
ANGOLANO não tem ressaca , TÁ OVER
ANGOLANO não vê mulher bonita , VÊ MBOA BALA, DIZ “GRANDA” MAMBO, BOM PITÉU
ANGOLANO não tem namorada, TEM GARINA...DUCHA....MBOA...GADAIA...XKINDOSA...SHORY...TCHIQUI...BISCOITO ANGOLANO não tem segunda mulher, TEM OUTRA SITUAÇÃO
ANGOLANO não fica pobre, FICA WAZEBELE OU ANCORADO, OU TÁ GATO
ANGOLANO não olha, GALA, MARA.
ANGOLANO não tem traje de gala ou veste bem, TEM GRIFE, TRAPA BWÉ, TRAPA FEIO
Angolano não pega, CANGA
Angolana não tem rabo, TEM MBUNDA, TURUGO
Angolano não tem alguma coisa, TEM UM BOM MAMBO, UMA DICA FIXE Angolano não passa a perna, FACA
Angolano não esturque, PARTE BRAÇO
Angolano não facilita, DÁ FALIDA
Angolano não conquista a mulher, DICA A DAMA, XAXA, TONGA, PÕE NA COLA
Angolano nao é polígamo, É UM GAJO DE GAJAS, É “PLEYA”, É UM GAJO BOM, ARMADO EM VIJÚ
Angolano nao vai ao funeral, VAI AO KOMBA OU OSCAR.....(Essa ganhou! Funeral agora é Oscar???Estamos mal afinal)
Angolano nao faz credito, FAZ KILAPI
Angolano nao pensa, BANZELA
Angolano nao vai, TIRA O PÉ
Angolano nao diz: tudo bem?, DIZ TASS, PORREIRO, BALA-BALA, DIZ ALÔ, DIZ: “E KUMUÉ?”
Angolano nao rouba, GAMA
Angolano nao ultrapassa, DA MBAIA
Angolano nao morre, DÁ CALDO OU DA O ATUM, OU CURVA, OU DORME
Angolano nao estuda, AMARRA, BUKA
Angolano nao conduz, ELE PEGA OU NDUTA
Angolano não come, PITA, ALAGA
Angolano não bebe, CHUPA, TIBA
Angolano não roça., TARRACHA, ESFREGA
Angolano não dança, BAILA
Angolano não toma o pequeno almoço, MATABICHA, ENGANA O ESTÔMAGO
Angolano não vai a festa, VAI AO BODA OU BODÔ
Angolano não veste, TRAPA
Angolano não faz xixi, DÁ UMA SUSSA, TIRA A ÁGUA DO JOELHO
Angolano não tem amigo, TEM KAMBA, TEM “BRADA”, AVILO
Angolano não diz mama, DIZ XUXA, AIR-BAGS
Angolano não vai para terra, VAI PARA BANDA, NGUIMBI
Angolano não tem mau hálito, TEM DIZUMBA MALAICA
Angolano não Pendura em carros, SE MAGWELA
Angolano não faz a bola passar por cima,
CABRITA OU DÁ MÉ
Angolano não faz a bola passar entre as pernas, DÁ DA OVA OU DO CAGUERO Angolano não tem sorte/oportunidade, TEM FEZADA
Angolano não se Droga, CHUTA-SE
Angolano não é criança, É NDENGUÉ
Angolano não passeia, ZUNGA
Angolano não sente frio, SENTE KAWELO
Angolano não afunda, SMASHA
Angolano não tem sapatilhas, TEM TILHAS
Angolano não faz musculação, MANGUITA
Angolano não sai à noite, DISBUNDA
Angolano não dorme, FERRA, DESLIGA, FICA OFF
Angolano não diz mau-odor, DIZ KATINGA, DIZ “SÓ O PERFUME DO WI” Angolano não joga a bola, PÉLA
Angolano não arranja dama, LHE MORREM
Angolano não é chefe, É MWATA, BOSS, PAI-GRANDE, PAPOITE
Angolano não tem finta, TEM VIRA-VIRA.
Angolano não reprova, PICA
Angolano não telefona,FONA
Angolano não tem fome,TÁ FOBADO
Angolano não come, PAPA
Angolano não é angolano, É MWANGOLÉ
Angolano não é refugiado, É TURISTA
Angolano não diz inteligente, DIZ TRUTA, BARRA, CABEÇA
Angolano não diz “dentro”, DIZ LÁ “DJUM”
Angolano não come muito, É BOM DE GARFO, PITA FEIO, PAPA BWÉ Angolano não compra um bom carro, COMPRA UM “GRANDA BOTER”, UM QUE ROLA, COMPRA RUCA NOVO

KUIA MALÉ SER MWANGOLÉ!!!

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

pessoa rica ou rica pessoa?

Nos tempos que correm, vale mais uma pessoa rica que uma rica pessoa.
Senão vejamos:
Se fôr uma pessoa rica tenho uma conta choruda em tudo o que é banco.
Se fôr uma rica pessoa sonho sentada no banco que estendo a mão a ver se cai alguma nota para a dar a quem precisa mais do que eu.
Afinal o que vale mesmo é dois em um.

é sempre a perder

Há pessoas que prometem, prometem; passam a vida prometendo.
Prometem mais do que dão.
Há pessoas que nada prometem e estão sempre a dar.
Odeio promessas. Fico sempre a perder...

terça-feira, 22 de novembro de 2011

nostalgia

foto tukayana.blogspot

Chovem folhas amarelas
Soltas dos troncos mirrados
Do frio dos dias chorados
Chove outono que Deus dá
Num incompreendido presente
Escorrem lágrimas dos meus olhos
Já cansados, magoados
De tristeza e desilusão
Da chuva desta estação
Chove o cinzento do céu
Na pele o açoite do frio,
Um arrepio...
Na voz o chorado lamento,
Eco da ausência de ti
E nas mãos, um estranho vazio
Agarrando a vontade de partir
Ah... Voltar ao meu chão!
Voltar a sorrir!
Cala-se o pranto na minha alma
Olhando a cidade na memória
Chove a saudade na minha estória
Chove este dia
Chove o Outono na minha nostalgia...

m.c.s.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

o melhor bolo de chocolate do mundo

foto tukayana.blogspotOntem comi esta fatia de bolo de chocolate.
Sublime! Podem crer.
Quem fez? A caçula. Dando cartas na culinária. Surpreendendo...
Outra surpresa foi dar-me a receita. De surpresa em surpresa, aqui estou colocando a foto e passando a postar a receita, a que não se opôs.
Esta minha irmã é um poço de surpresas mesmo.
Ah, mas este bolo tem uma particularidade. Não leva farinha. Não acreditam?
Porque é que o melhor bolo de chocolate do mundo tem de levar farinha? Não tem. E não faz falta, porque é substituída por coco.
Então vá. Aqui segue a receita:

BOLO DE CHOCOLATE

6 ovos inteiros; 6 colheres de sopa de Nesquik ( ou outro do tipo ); 2 colheres de sopa de manteiga; 8 colheres de sopa de açúcar; 1 colher de sopa de pó royal; 100 gramas de coco ralado.

Para a cobertura:
1 embalagem de natas; 4 colheres de sopa de Nesquik; 2 colheres de sopa de açúcar.

Deitar todos os ingredientes do bolo num liquidificador e triturar até ficar bem misturado e homogéneo. Untar uma forma de manteiga e deitar a mistura. Ligar o forno a 225º. O bolo coze rapidamente ( + ou - 15 minutos ).
Para a cobertura, ferver todos os ingredientes uns minutos, mexendo sempre bem. Deitar em cima do bolo, depois de desenformado. Polvilhar com chocolate granulado ( facultativo mas recomendado, pelo aspecto ).

comemorando

No dia Internacional do Abraço um kandandu para todos.

para rir

Diz o peixe para a peixa: Estou apeixonado.

enchouriçada



É segunda-feira!
Muito dia pela frente e um frio de rachar.
Ainda se fosse daqueles dias de atar e pôr ao fumeiro...mas não.
Vou ter que passar o dia a encher chouriços.
Logo eu que odeio andar enchouriçada...

divagações XII

foto tukayana.blogspot
Me disseram assim: vem cá, és tu que persegues os bancos ou são os bancos que te perseguem?
Eu respondi qualquer coisa. O que me veio à cabeça no momento. Sem pintar a manta. O que não quer dizer que agora, nesta hora, a minha verdade não seja outra. Eu já não sou a mesma de ontem...
E neste segundo apenas sei que gosto e preciso de um banco para sentar e assentar idéias sobre o que eu persigo afinal. Perseguirei eu algo? Esse algo, a existir valerá a pena o esforço?
Me sento finalmente. Perseguir me parece uma palavra do bem. Vasculho nas recordações e alucinações quantas perseguições abortaram e quantas ficaram à espera sentadas, me fazendo companhia hoje, esperando para eu dar o sinal da partida. P'ra começar a corrida.
Olhando para dentro, tento saber numa verdade inequívoca quem persegue quem. Não gosto desta coisa antiga de quem nasceu primeiro, se o ovo se a galinha.
Mas ainda que tenha sentado no banco que se pôs a jeito de eu perseguir não vou saber responder. Ou não devo. Ou não quero?
( o banco é neutro e fica no largo do carmo, na capital )

domingo, 20 de novembro de 2011

fotografando IV

foto tukayana.blogspot Todo o cuidado é pouco!
Páro, escuto e olho.
E depois passo ao lado que se fôr em frente tenho o precipício.

no canto superior direito, o vídeo


Eu e falsas modéstias não somos kambas.
Quando a banga me atinge e eu sinto, rejubilo mesmo que nem candengue comendo gelado de chocolate. Os olhos brilham, o sorriso estica-se de orelha a orelha numa bocarra descomunal e quebro silêncios. Fico chata, que eu sei lá.
Ter um blog, se no início era uma conquista de sucesso, porque aconteceu num período desfavorável, hoje é uma posse normal. Como respirar. Da qual não prescindo, a menos que algo corra muito muito mal. ( vou bater na madeira três vezes ). Mesmo que digam que os blogs deixaram de ter significado uma vez que o facebook está aí com milhentos amigos, curiosidades, publicações, fotos, vídeos. É perfeitamente idiota fazer qualquer tipo de comparação mas isso é outro departamento e não me interessa agora discuti-lo, batendo no ceguinho.
Melhorar o blog é uma pretensão que não acompanha os meus escassos conhecimentos destas coisas dos computadores, internet e etcs. Ultrapassa essa impossibilidade (?).
Tendo mais olhos que barriga ( digo eu ), olho os outros blogs com alguma cobiça, não inveja, porque já sabem que não sou invejosa, mas naquela de : Também queria!
Na hora de ter junto de mim, uma menina linda, disponível, persistente, inteligente, paciente e minha amiga ( raras, pois que não estão para aturar manias de kotas ) que me diz que já sabe como alterar as definições do blog e outras coisas mais que eu queria ver alteradas, para que este modesto blog ( acho mesmo ), tivesse uma roupagem mais bonita e crescesse lindão aos olhos de quem aqui vem e aos meus próprios olhos, nessa hora tardia de sexta-feira, passando a curiosidade pelos diversos modelos de página, acabei dizendo nanananani, e desisti de alterar a cor, o tamanho, o fundo e a letra. No fundo, não tive coragem de mudar o blog. Não me apetecia não o reconhecer como o blog que eu criei. Acrescentá-o, ok tudo bem. Mudar e não ser o meu querido blog nem pensar. Como aquelas pessoas que são feinhas, desinteressantes, pindéricas, mas a gente gosta na mesma. Porque gosta e não há nada a fazer.
Aqui percebo tão bem o que me custa a perda, mesmo que essa perda se transforme num ganho. Mudar é difícil para mim. Podia servir para estudo mas nem é preciso. Por intuição sei porque isto acontece.
A Joana, minha amiguinha e filha duma amigona esteve ao meu lado tentando assim não alterar coisa alguma mas colocar um vídeo de música no canto superior esquerdo e ao fim de muitas insistências, muita persistência e paciência, o desafio concretizou-se no sucesso que eu tentara há muito tempo sem contudo o conseguir pois transportava atrás da minha preferência outras que não me interessavam.
Parece que não deram por isso, mas o importante é que está lá e ao longo duma semana terei uma escolha musical, para que possam clicar e ouvirem todas as vezes que o desejarem, caso gostem da escolha, pois claro. A primeira escolha não esteve em dúvida. Amo esta música de paixão e sempre que a oiço lembro alguém que ocupa uma metade do meu coração e é um dos meus pulmões. E neste momento e por algum tempo ( demais ) estará longe de mim.
Obrigada Joaninha, que me ajudaste a concretizar um desejo que me deixou toda vaidosa. Na banga...
E a todos vocês, seguidores ou não, o meu agradecimento sincero por clicarem neste modesto blog que existe porque eu precisei de existir num período que quase desisti de existir.
N'ga sakidila a todos. kandandu.

Académica, és GRANDE!

ZZZZZZZZZZZZZPUUUUUUUUUUUUUM!
ZZZZZZZZZZZZPUUUUUUUUUUUUUM!
ZZZZZZZZZZZPUUUUUUUUUUUUUM!

p'ra sorrir :)

E como é que as enzimas se reproduzem?
Enzima umas das outras...

ma keen dawn

Aqui está uma das músicas dos tempos áureos.

é só rir

O tubarão diz para a tubaroa : Tu baralhas-me!

temos pena!

O fim de semana vai a meio. Um dia passou depressa. Falta outro. De repente já estaremos com a angústia de domingo à noite.
Domingo passado alguém me dizia que os domingos são depressivos. De facto, quase todos os são. A partir das 6 da tarde.
Falo por mim, que viajo nesses dias, parecendo um burro carregado de pancada.
Este fim de semana não viajei. Fui para fora cá dentro do Ribatejo e diverti-me nessa passeata. E soube que tenho fama de que sou a dar para o desbocada e com as bocas que mando há quem se divirta e ria. E esse alguém é o meu herói Paulo. E diz que estando eu, não são necessárias anedotas para a gargalhada fácil e inconsequente. A fama que a gente ganha! Que é o contrário do, ganha fama e deita-te a dormir. Aqui é mais deita-te a dormir e ganhas fama...
Bem, há equívocos que não desfaço, porque não vale a pena. Vale mais andarem toda a vida enganados do que um simples desengano a desiludi-los.
E assim o que sei é que aquele automóvel de sábado à tarde é só rir com as anedotas que lá se contam e eu que apenas sei a anedota do tomate que diz para a tomata, tu matas-me, divito-me à brava com o sotaque brasileiro do mano Zé ou a anedota várias vezes contada pela caçula sobre os gémeos que foram baleados ainda no ventre materno.
Acabando a noite a beber chá de camomila com pêssego da máquina de café do mano Zé, depois de um jantar bem agradável e de uma conversa opiniosa, música de décadas atrás ( descobri uma, quer dizer, o mano Zé redescobriu-a e deu-ma a ouvir, que tem décadas e que me fazia sonhar cor de rosa nesse belo tempo em que pintava de colorido a minha vida futura num sonho pateta e imaturo ) e um filme documentário sobre angola no tempo dos cubanos, aqui estou de novo com a Pitanga aos meus pés enroladinha num novelo bonito, virada para a televisão, ouvindo e vendo a Clara Ferreira Alves e o Daniel no Eixo do Mal.
Na verdade, pensava que ia ser um fim de semana triste e cheio de saudades das minhas crias que viajaram para fora lá fora, mas apenas senti as saudades porque as tristezas nem me pagaram dívidas nem me fizeram sentir pena de mim própria e só me resta sorrir e dizer: Temos pena!

ó p'ra mim com mais uma receita




Pão recheado

Um pão caseiro, 200 gramas de bacon cortado fininho e em pedacinhos pequeninos, um frasco de azeitonas desencaroçadas, cortadas às rodelas, um frasco pequeno de maionese, 2 colheres de chá de pó de alho, miolo do pão. Corta-se uma tampa do pão. Retira-se o miolo para uma taça e esfarela-se. Deitam-se as azeitonas, o bacon, o pó de alho e a maionese. Envolve-se tudo. Deita-se a mistura para dentro do pão. Tapa-se com a tampa de pão e vai ao forno até que o pão toste.
Barre tostas com esta mistura, que servirá de entrada para uma bela refeição.
Bom apetite.
( Receita dada pela minha cunhada
Lurdes Alves Santos, obrigada sim? Estava bem boa a tua entrada )

sábado, 19 de novembro de 2011

saudades reais

Príncipe e Princesa, daqui onde estou, até aí, longe, onde estão, um beijo para cada um.
Tenho saudades, tantas, tantas...Todas.
Tomem conta de vocês.

quem ganhará?


A casa dos Segredos é um reality show que passa na estação televisiva que a malta diz não gostar de ver. " Eu? Aquilo ali é só telenovelas e concursos "...
" Eu? Não conheço o concurso. Nunca vi. Deus me livre e guarde. Eu? Só vejo o canal 2 ". Isto puxando o queixo para cima e olhando à volta num desafio à pirosice e ignorância dos portugueses que vêm a TVI. Mão invisível na gola do casaco e a ironia e superioridade na postura e no olhar.
Mas, a vida tem sempre um mas. Dois, milhões. Mal irá a nossa vida se tudo encaixar qual puzzle bonitinho, matemático, num dois mais dois, quatro.
Senhores, mas, quem não viu a entrevista da senhora ministra à Judite de Sousa? Foi só por acaso que fazendo zapping lá foram parar?
Senhores, mas, quem não vê os jogos de futebol? E o sorteio do euromilhões? E o pivô José Alberto Carvalho dando-nos e bem, as notícias?
Senhores, mas quem é que não conhece a Kátia? " Kátia? Aquela da Casa dos Segredos? Ahahahahahahaahah! Farto-me de rir com essa miúda. Mas aquilo é mesmo assim ou é jogo? Ela nem sabe que África é um continente. E qual a capital de Espanha. E o que é um alpendre. E como se diz recipiente " Dizem uns e outros. Afinal como é que a fama da Kátia já é dum tamanho tal que se fala tanto nela como no dominguinhos que agora até está na pildra? É que esse é falado, mal falado, nos jornais, nos canais e noutros lugares onde se podem dar ais que o país afinal tem mãos marotas para o kapiango e cultura para o Globo pois que a América do Sul é um continente onde se encontram milhões e Portugal um país de kátias e gente que não vê kátias de porta escancarada, mas que às escondidas espreita pelo buraco da fechadura e põe culpa no vizinho pindérico e poucochinho que todas as noites assume a Casa dos Segredos como o seu programa de eleição.
Mas...afinal qual é o problema? Não é este país um reality show? Eu diria mais e que se lixe quem me criticar. Este país saiu-me uma Casa dos Segredos que não passa só na TVI. Até porque somos todos, mas é que é todos concorrentes manipuláveis e manipulados, não por uma VOZ, mas por vozes iluminadas e soberanas.
Quem vai ganhar? Eu arriscaria dizer que é justo que ganhe quem jogar melhor. Mas não. Desde o princípio que a gente sabe quem ganha isto.
Aceitam-se apostas. Eu não posso dar prémios. É que já vi a minha folha de ordenado deste mês e...senhores, só o que me descontaram dava para mais uma viagem, com estadia, a Luanda.
Quem ganha este jogo, posso nem saber. Mas o que sei é que eu não sou de certeza. Sou fraca jogadora e não tenho pedalada para Segredos. Não os tenho, não gosto nem sei guardá-los.
E...deixem-se de tangas. A Casa dos Segredos é uma vergonha, sim. Mas todos, todos nós, sabemos quem é Kátia. E afinal, é uma menina como outra qualquer. Engraçada, fazendo-se de burrinha e ignorante, ou não...e jogando, para ganhar. Que é o que qualquer ser quer da vida. Ganhá-la.
Eu cá, voto na Kátia! Fora os dominguinhos...

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Crumble de Maçã



CRUMBLE DE MAÇÃ ( que pode ser de banana )

Modo de fazer: - 5 ou 6 maçãs grandes- 1 chavena de chá de farinha- 1 chávena de chá de açucar- 5 ou 6 ovos (conforme o tamanho)- 2 colheres de sopa de manteiga- canela.
Unta-se um pirex comprido com manteiga.Descascam-se as maçãs, tira-se o centro com as sementes e corta-se em rodelas ou gomos. Dispõe-se no pirex bem acamadinhas. Rega-se com a manteiga derretida e salpica-se com canela.À parte mistura-se o açúcar com a farinha envolvendo muito bem.Cobre-se toda a fruta com esta mistura. Batem-se os ovos muito bem batidos e rega-se tudo. Se fôr feita com bananas devem ser cortadas ao meio.

A foto é minha. A sobremesa também. A receita foi-me mandada pela minha amiga:
Maria Helena Sines.
Deliciosa esta sobremesa! Deixa-se comer que é um encanto.
Apenas um pormenorzito sem qualquer importância, só porque correu bem. Descobri que não tinha açúcar em casa e já estava de maçãs cortadas. Vai daí, substituí por mel. Ficou óptima. Mas parece que não é para fazer substituições. Diz a Helena e diz muito bem, que a mistura do açúcar com a farinha e o suco da maçã vão tornar a mistura num creme que não acontece com o mel. Cá p'ra mim ficou óptimo. Com passas de uva e, ou, nozes também deve ficar assim de comer e chorar por mais. E sem querer desvirtuar a receita, mas com uma bola de gelado de baunilha, natas ou limão, então?
Bem, fico-me por aqui porque tenho tanta tonelada em cima que um dia destes não ando, rebolo.

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Márcia com JP Simões - A PELE QUE HÁ EM MIM (Quando o dia entardeceu)

obrigada meu irmão


A minha família é gente de bom paladar. E dedo para os cozinhados.
Os homens da minha família têm sido escolhidos por mim para o apaparico. Porém, as mulheres sempre cozinharam bem. A avó Clara e a dona Celeste eram cozinheiras de mão cheia e paladar apuradíssimo.
Habituados que estamos à cozinha de hoje; às pizzas, ao sushi, à comida chinesa entre outras, esquecemo-nos de um bom churrasco feito nas brasas do fogareiro lá de casa, na sopa de feijão cozido lentamente, nas iscas com aquele molho grossinho, no esparregado, no cabrito guisado com feijão verde, na canja de galinha caseira com ovinhos amarelos e hortelã, no pargo grelhado com feijão cozido e couve, no cozido à portuguesa, nas quitetas com chouriço, na feijoada com couve lombarda, no esparguete guisado com carne de vaca, na vitela estufada com puré de batata verdadeiro...
E sempre que os vivos da família se juntam, aqueles que ainda têm memória de uma família jovem, unida e feliz, é inevitável o olhar sobre o tempo da infância e adolescência. E sobre a comida do pai. E da mãe. E cresce-nos água na boca desses tempos e lágrimas de saudades. Aiuê, belos tempos!
E vai daí, que se não aligeiro isto, fico num berreiro, que ando chorona que eu sei lá, e vai daí, ontem, o mano Zé fez o favor de me surpreender com um dos pratos da nossa querida mãe. Um dos que referi. Em dia do seu aniversário. Sei que foi por causa da nossa conversa no aniversário da cria. Sei que foi porque os afectos são tão importantes que valem bem a pena serem manifestados, partilhados e nunca esquecidos.
O mano Zé não é só grande no tamanho. O mano Zé para além de Grande, Ganhou!
Por vezes dou comigo a pensar que tudo se acaba. E entristeço.
Ontem, enquanto estive à mesa, molhando pão no molho da carne estufada, igualzinha à da dona Celeste, senti que a minha família viverá para sempre...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

é dia do mar

Dia Nacional do Mar - 16.11.11

Paulo flores-Boda [2011]

É para ti especialmente. Feliz aniversário, mano Zé.

parabéns mano Zé


Sempre que chega este dia, 16 de Novembro, lembro-me de nós na casa do sr. Praça, para onde fui com 5 anos e tu pouco mais que um bebé. Foi naquela casa, junto à loja Bastos, muro com muro com as manas Rocha e Gildinho e do outro lado da rua com o colégio, que se festejaram todos os aniversários da nossa família ( até o nascimento da caçula ), durante dez anos que ali vivemos.
Lembro especialmente um dos aniversários. Uma mesa muito comprida. À hora do jantar. A mãe e o pai muito atarefados. Muitos convidados. Os tios todos. O sr. Rocha maneta, aquele que não sabia que os supositórios não se tomavam num copo d'água, ai que gozo que deu ao sô Santos descobrir esta ignorância dum homem que todos os dias punha os óculos para ler as noticias do Diário e do província de Angola e discutia à mesa o noticiário da rádio Ecclésia ou do Rádio Clube.
À mesa estavam também os teus padrinhos. E os filhos. Gostava tanto deles, que chamava também de padrinho e madrinha. E também gostava dos filhos. Sobretudo do Carlos. O Jorge sarnava-me os miolos e eu embirrava com ele.
Lembro-me que havia muito churrasco. E bacalhau. E salada de fruta. E bolo mármore que a minha madrinha do crisma, nossa vizinha, fazia tão bem. Também lá estavam os nosso vizinhos.
Era o teu jantar de aniversário.
Acho que não te dei os parabéns. Também era uma miúda e o que eu queria era muita gente, guloseimas e cantorias no fim de tudo.
Continuo a gostar de muita gente, guloseimas e cantoria. Mas cresci. E hoje, meu irmão, que comemoras mais um ano de existência, quero dar-te os parabéns e desejar-te tudo de bom.
Feliz aniversário, mano Zé.
Que tenhas um dia fantástico.
Obrigada por seres meu irmão com tudo o que isso implica
.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Frankie Chavez - Another day (Showcase) - MYWAY

de mim para ti

Um beijo, muitos, todos.
Para ti, que estás longe de mim.

Tudo, tudo de bom.

perdidamente confusa


Virada que sempre estive, para a função na qual me sinto predestinada, que é cuidar do que me pertence, do que gosto, do mundo, seja gente, sejam coisas ou animais, nem reparo que não tenho um grande umbigo. Se bem que naquele tempo, nesse passado em que nasci, fosse essencial tratar desse particular com tanto cuidado que pertenço ao grupo dos que acabaram tendo um umbigo pequeno mas bem feitinho, tratado que foi pela Dona Apolónia e pela mãe.
E páro para pensar que não tomando conta de mim, por " programada " que esteja para a função para que fui predestinada, e que me torna mais vivente, forçosamente, serei um desastre, um fracasso, ou mesmo uma farsa para esses outros que esperam de mim que cuide deles, ou não esperam mas que eu quero e gosto de cuidar.
E só quando estou de mãos cheias de nada, me perco em pensamentos que me martirizam o espírito um pouco estéril do ontem, do hoje e do que pode não ser, e percebo que, logo eu, que no crer sou tão ambiciosa que ouso ter a pretenção de cuidar de todo o mundo, afinal não sei tomar conta de mim...
Podia fingir um pouco. Colocar a máscara. Mas cansa-me. Não tenho jeito. Fica-me mal. Apenas gosto daquelas que me tornam a pele mais brilhante, macia e saudável. Não vou em carnavais e ainda que queira esconder-me nuns óculos de sol, as lentes têm de ser graduadas, devido à insuficiência e estão caras demais.
Neste chove não molha que o Outono se me apresenta, vejo-me a brilhar no sol do meio dia, capaz de cuidar de todo o mundo, para logo de seguida me ver esconder do trovão que insiste em acrescentar ao meu desastrado e desatento viver, maior desassossego, dizendo-me que não sou capaz. Que não sei tomar conta de mim.
Pergunto à vida, em que é que ficamos?! Entro em pânico ou encolho os ombros e sigo adiante que para a frente é que é o caminho?
Se ao menos tivesse lapsos de memória, não saberia o que é ter pânico da escola e poderia voltar a estudar. Talvez aprendesse a tomar conta de mim...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

"Go Outside" by Cults (music video)

há dias assim

Há dias que ainda tenho uma placenta dentro de mim...
Há dias que me sinto tão mãe como todas as mães do mundo juntas.
Há dias que queria carregar as minhas placentas e voltar ao ventre da minha mãe.
Há dias que doem tanto que só colo de mãe e afago de filhos para transformar lágrimas em sorrisos e silêncios em palavras de esperança.

o melhor que há no mundo





Temos queda para o drama, vivemos entre a alegria e a tristeza, na corda bamba, entre a presença e a ausência, entre as chegadas e as partidas e a vida questiona-nos mais do que nos responde. E contraria-nos. E põe-nos à prova. Constantemente.
E não há lágrima que não deslize, nem careta que não se transforme em sorriso quando nos chamam guapa.
E mesmo que hoje nos apeteça meter a cabeça na areia, ser uma couve, ou hibernar até 2012, quando nos chega a notícia e nos chamam guapa, ainda conseguimos pensar e sentir que os filhos são o melhor que há no mundo. Estejam eles onde estiverem
.