Entrou, pelo atendimento ao público, que é como quem diz, pela secretaria adentro, uma mulher jovem, com ar descuidado, desgrenhado e infeliz.
Exibia um papel, talvez um requerimento, pensei eu, para que desse entrada.
Olhou para mim e sem olhar os quadros acima do balcão, indicativos das diversas secções, perguntou se era comigo. Mesmo os arrumadinhos, penteadinhos e outras coisas acabadas em inhos, fazem a mesma pergunta se for caso disso.Por tal, já estou habituada a dar informações desnecessárias e que não são da minha função.
Sim, eu recebia os requerimentos, recebia o dela se mo quisesse entregar, se fosse para a minha secção.
Levantei-me e fui ao balcão. Mais personificado que isto não há. É o que se arranja.
Disse-me apressada e deserta por se libertar do papel, que a filha não pudera comparecer porque tinha gripe A. Assim, como se estivesse a fumar um cigarro, ou a mascar pastilha elástica, " xuinga " como os putos dizem, em África.
Eu já tinha agarrado no requerimento. E como se estivesse a cantar uma canção, ver um filme ou a comer pipocas, poisei-o na minha secretária.
Porém, não pude evitar de pensar que de repente, do nada, uma secretaria inteira, poderia que ter que fechar para quarentena, por causa de um simples papel.
quarta-feira, 11 de novembro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário