segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

à memória de...

Morreu John Barry, o compositor que criou a banda sonora do filme, África Minha.

Na Muxima

Ou aqui, na margem do rio Kuanza, na Muxima

Mussulo

Aqui é que eu queria estar.

ai que medo!

Meu sobrinho, já está. Não custou nada né? ( custa lá agora... )
Volta para casa rápido e boas melhoras.
Beijos e um abraço grande.

domingo, 30 de janeiro de 2011

máscara de boa pessoa

Nunca ninguém de mim disse que tenho cara de boa pessoa. E tenho pena. Gostava de ouvir: A clara tem mesmo cara de boa pessoa, não engana nada. Mas não. Nunca foi o caso. Por algum motivo é.
Já eu, conheço algumas pessoas com cara de boa pessoa. E que o são.
Outros com a máscara de boas pessoas e que parecendo não partirem um prato, não sendo sonsos, se formos ao fundo da questão, partem a loiça toda.
A cara de boa pessoa por norma é aquela que tem uns olhos bondosos, um sorriso que não chega à gargalhada, a testa sem franzidos, e a expressão serena de quem já tem da vida o melhor. Acompanha de uma postura descontraída e de palavras a meia voz, em tom calmo e seguro. A atitude é de quem pretende sempre ajudar sem querer nada em troca. Em suma a boa pessoa que tem a cara de quem é jóia é uma mais valia na nossa vida, dá muito jeito e é uma benção. Ah, e deve estar sempre à mão, não vamos nós precisar.
Será que as boas pessoas nunca se cansam da expressão boazinha que sempre ostentam? Não dão por ela? É mesmo delas? Ou não acreditam que são boas pessoas?
Eu não sei se queria se boa pessoa, mas que até gostava de ter cara de boa pessoa, não vou negar, gostava mesmo. Mas isso é daquelas coisas, ou se nasce...ou se nasce, e eu, bem eu, tenho pêlo na venta como podia ter ar de madalena arrependida?
Noutra vida, é a grande esperança. Na próxima reencarnação...

num domingo que não foi qualquer

Ofereço com muito carinho em nome de um domingo de Janeiro na terra de todas as terras. A minha. Estava tão feliz neste dia...

o belo e o bom

Odeio o inha da palavra bonita. Já fui brindada algumas vezes com esse inha tão menor e negativo.
Quando acontece, desce-me o espírito maligno dos antepassados transmontanos que dão a camisa e ficam nús mas que não aceitam ser destratados.
Bem sei que não fossem as estrias, celulites e gorduras e perdia mais tempo falando com o espelho num questionário arrogante de, espelho meu espelho meu quem é mais bela que eu?
Se tivesse um belo par de pernas apenas usava mini-saias e calções, mesmo de inverno, que as meias foram feitas também para essa exuberância, qual maria cantado e dançado num Foi ela, foi ela, foi... chamam de maria provocação.
Se tivesse a barriga lisa, as blusas ficavam-se pela cintura e não as puxava para baixo a qualquer movimento indecente.
Bem, na praia trocava o biquini azul recatado, pela tanga, a bem dizer para maior contacto com a natureza.
E se fosse mais parecida com o sô Santos não usava sutien.
E se fosse sempre verão os pés não conheceriam senão chinelos. E se fosse jovem apenas usava tranças e rabo de cavalo. Se fosse bonita não me maquilhava, se o ano todo fosse morena só usaria branco e vermelho, se não tivesse brancas, não pintaria o cabelo, se fosse loira passava a morena em três tempos, se as minhas unhas fossem compridas andavam sempre pintadas, se tivesse vistas largas, não usaria lentes progressivas, se fosse elegante não usaria preto, se fosse cínica não me ria nem ganhava rugas de expressão, se fosse polida não falava alto, nem de boca cheia, nem gesticulava, se fosse fina falava como as tias, se não fosse alarve fazia dieta, se não fosse malcriada não dizia palavrões, se fosse esperta não tinha a vida que tenho, se não fosse sincera não escrevia este post, se fosse rica ia-me daqui embora e se fosse astuta e dissimulada estava bem caladinha e sossegada babando e nadando num umbigo gigantesco, mas bonitinha, eu não gosto, não aceito ser chamada, não quero ser.
Bem sei que quem não quer ser lobo, não lhe veste a pele, mas dá para me chamarem outra coisa qualquer mais honesta?
Quando me chamam bonitinha só me apetece mandá-los à mãe, que essa sim deve ser bem bonitinha...

no fim de tarde

Entardecendo no Tejo. Lisboa em tarde de sábado.

lisbonando II

Um olhar sobre o Tejo. E Cacilhas. E Almada. E o Cristo Rei...

lisbonando

Lisboa vista das Janelas Verdes.
Duma varanda...

sábado, 29 de janeiro de 2011

o sofá da praça central

Chego ao Colombo por volta do meio-dia. Vou comprar a Time Out e depois dar as minhas voltas. Preciso de resolver um problema na Optimus. Comprar uns produtos no Celeiro e ver como param as modas no que trata de saldos. Depois vou sentar-me num sofá da praça central do centro comercial.
Já não vinha aqui há algum tempo. Desde meados de Dezembro, o que fiz bem a correr que era uma pressa de comprar os presentes para o Natal. Agora aqui estou a passo certo e muito mais devagar, devagarinho, que as Festas já lá vão e eu ando mal das cruzes.
Sei que tenho de fazer uma visita que detesto. Ao médico. A vida toda andei com o número de telefone do sr. doutor bem aconchegadinho a mim, não fosse precisar de repente, e precisei algumas, muitas, vezes.
Era daqueles a quem muita gente diz que é " o meu médico ". Mas médico que é médico tem que ser leal. E o meu médico era médico de muita gente. E não sabia escolher. E quis ficar bem com Deus e com o diabo. E não foi leal comigo. E eu dispensei-o e foi bem dispensado. Resolvi um problema cortando o mal pela raiz e fiquei com outro problema tão grande quanto o primeiro. Já não tenho médico a quem chamar meu. E que me trate das cruzes e de outras maleitas. Em quem confie. Por isso a dificuldade. Não gosto de medicamentos. Nem de exames. Alguns são dolorosos e para dor já basta o que basta. Uma criatura começa por fazer um exame porque tem um pêlo encravado e acaba com um valente buracão ao fundo das costas porque lhe tiraram um quisto dermoide. Ou espirra e acaba a fazer uma ressonância magnética dentro duma máquina assustadora e fica a saber que tem uma, duas, sei lá quantas hérnias discais. Ou faz uma taquicardiazita e acaba no cardiologista, ou o marido arranja uma amante e acaba no psiquiatra...enfim, por essas e por outras é que cá eu, gosto pouco de visitinhas ao homem da bata branca, ou verde.
Mas a realidade é que me sentei aqui na praça central porque estou cansada, dorida e tenho de esperar pela companhia para o almoço. Para além de querer ler a Time Out.
Preparo-me para ler A Grande Alface, secção editada pela cria, quando olho à minha volta como que a perceber quem me rodeia e se estou bem acompanhada. E o que vejo? Um universo masculino cuja faixa etária há muito deixou de ser jovem. A Praça Central do Colombo à hora do almoço, hoje, parece uma sala de espera de um qualquer centro de saúde, ou mesmo da urgência de um hospital público. Moderno, mas um hospital. Cheio de gente que já não caminha para nova. Do género masculino. Que tem a pretensão de ler o jornal enquanto espera. Mas que adormece antes. E a bandeiras despregadas. Num ronco que mais parece uma orquestra, dorme a sono solto e porque não dizê-lo quase obsceno. A cabeça tombando, a boca aberta, o jornal abandonado.
Sinto uma certa ternura por estes homens. E compaixão também. E alguma admiração. Sim.
Eles esforçam-se. Deixarem o conforto da lareira, o sofá, a televisão, o cão, o gato e os periquitos, a série semanal, o jogo de cartas, a bricolage, o jardim e o pomar, o café e o tabaco, a bicicleta, e as brincadeiras com os netos, para acompanharem as mulheres, é obra. Só o tempo delas entrarem na primeira loja, depois, ficam irremediavelmente sós, indefesos e mais pobres porque na idade destas pessoas só há um cartão e elas levam-no. Com alguma sorte ainda lhes calha umas peúgas, um cachecol ou uma camisola interior escolhidos por elas.
Nunca mais me sento aqui no sofá laranja da praça central do Colombo.
Não vá eu por contágio e solidariedade, esticar os pés, tombar a cabeça, afastar a Time Out, abrir a boca até à laringe, emitir aquele ronco que nunca assumimos que fazemos, num abandono a que sou votada como os meus vizinhos de sofá.
Olho-os mais uma vez. Gabo-lhes a paciência, mas não lhes quero a sorte. É que passam aqui tantas horas esquecidos, pregados ao sofá que se tiverem alguma fístula, ainda vão mesmo parar ao hospital, a sério. E eu com hospitais não quero nada. Por isso, já que não sou homem à espera da sua mulher, pernas para que te quero, pese embora as minhas cruzes...

a saúde em luanda

Centro de Saúde

farmácia

Ainda nos arredores de Luanda

lavandaria em luanda

Arredores de Luanda

oficina em luanda


ainda...

Se Luanda fosse um dia da semana era concerteza um sábado.
Hoje. E se eu tivesse voz e poder nas palavras, mandava suspender o calendário. Por uns tempos. Quem sabe para sempre.
E queria sentir de novo os sábados da minha infância de cor e cheiros; da adolescência, de música, amigos, descoberta, poemas e encantamentos; da mulher, o amor, a paixão, o mar e a lua, o sol se pondo e as desilusões, o crescimento...
E queria permanecer. No lugar onde me senti, me vivi e me sonhei para sempre.
Ser sábado, estar neste dia.
Nestas ruas de terra batida. Assim...
Luanda tem esta paisagem e é aqui que eu me vejo e é aqui que esta terra faz sentido. Nasce, vive e morre todos os dias e todos os dias se ressuscita na nova forma, mas recupera o seu rosto noutra rua qualquer da cidade onde vai buscar o chão, o sotaque, a alegria, o trabalho, o ócio, a cor.
Hoje é sábado. Luanda...
E eu não troquei ainda as palavras que trouxe e falei livremente, nas ruas, na gente que respira sábados como se fosse kizomba, semba, do cambuá, ou apenas berrida atrás de ladrões de mangas, pregão de quitandeira, ou voz de consciência de kota amiga.
Não quero passar ainda ginguba a amendoim, aka a bolas, maximbombo a autocarro, besugo a parolo, matabicho a pequeno almoço, tuge a merda, kuata a morde, bué a muito, kota a velho, nguimbi a terra, kamba a amigo, candengue a cachopo, N'ganazambi a Deus, muxima a coração, kinama a perna, saquidila a obrigado, aiuê a ai, óbito a funeral, verão a inverno, África a Europa, Luanda a Lisboa, família a solidão, casa cheia a casa vazia, alegria a tristeza, bulício a marasmo, imbondeiro a castanheiro, coqueiro a oliveira, terra vermelha a asfalto, maboque a maçã, 35 graus a 10 graus...
Eu a uma imitação grosseira de mim.
Não quero passar ainda ao sonho posto num horizonte longínquo e incerto e falado nas palavras mal pronunciadas dum dicionário pouco folheado.
Ainda quero agarrar o passado recente e calcorreaer qual kitandeira ou zungueira feliz este chão genuíno da nguimbi, ainda...

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

à beira do fim de semana

Diz alguém para um seu colega que entra na repartição, num andar compassado, ombros caídos e facis aborrecido.
-Vem cheio de vontade...
-Nenhuma. Estou aqui, mas estou contrariado, pode crer.

enriquecer?


Não há nada melhor para quem trabalha numa repartição pública, eu e mais uns poucos, muitos, que a sexta-feira, após o almoço.
Oh, mas que prazer projectar o tempo para sexta à noite, sábado e domingo, que está já aí ao dobrar da esquina.
Tudo corre sobre rodas, neste dia. Parece que nada pode correr mal. É pecado. E proibido.
Ele é gargalhadas, anedotas, piadas, cumprimentos, vénias, votos, música, e até sol.
Ele é umas vistas largas para um horizonte de liberdade, lazer e descanso de fazer crescer água na boca.
Mas porque é que eu não sou rica?
Será que ainda vou a tempo?

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

a bela manga

Esta manga, deliciosa, foi comprada na rua e saboreada em casa, em Luanda.
Esta é a época delas. Por toda a cidade as kitandeiras apregoam as suas mangas.
Mas aqui longe, ou não, se quiseres comer mousse de manga assim num repente muito muito simples e rápido compra:
Uma lata grande de polpa de manga, ( marca Continente ou Alfonso, são as melhores ) quatro iogurtes naturais e sem açúcar, uma lata de leite condensado e uma manga. Bate a polpa com o leite condensado e depois junta-lhe os iogurtes. Continua a bater até aos ingredientes se misturarem bem e o preparado ganhar consistência. Geleira com ela...
A manga que é facultativa é cortada aos bocadinhos e misturada ou apenas a decorar a bela mousse. Bom apetite yá?
Vai por mim que não te engano. É mesmo muito boa e saudável. Nada de natas que não é preciso.

Constantemente me aparecem pedidos disto e daquilo, no facebook. Quero dizer que não percebo nada daquele universo. Se é que há algum universo onde me movimente com segurança. Enviam-me pedidos para jogar, de tudo. Hoje é give hearts, pedidos para docinhos, pedidos para presentes, enfim, um sem número de pedidos, que eu até acho que os amigos no facebook são muito abusados. Desculpem lá a minha ignorância mas tanto pedido para quê?
Imaginem que um dia destes um amigo naquelas perguntas por vezes idiotas que vão buscar não sei aonde perguntava o que é que eu, maria clara levaria comigo se fosse com o tal amigo para uma ilha deserta, e a criatura de Deus, muito cheia de si, respondeu, só pode estar a brincar, que eu, maria clara das dores, filha do sô santos e da dona celeste, irmã da caçula e do mano zé, mãe das crias, amiga dos meus amigos, mas nunca uma criada ao seu dispôr, euzinha, levava uma cana de pesca para sua excelência pescar.
Ora eu!...
Eu até que gostava de perceber mais do facebook. Tudo o que faço é por intuição, não é com intenção, não de azocrinar a cabeça de alguém, mas sou tão preguiçosa que prefiro andar por ali aos apalpões, não beliscões, nuns e noutros e siga a marinha...
Assim como assim, o larápio de fotografias continuou a caçumbulá-las mas agora diz aonde. By tukayana. Do mal o menos. Não fico mais pobre e levou a sério a ameaça. Fez bem.
Se eu soubesse bem a fundo navegar na internet, facebook e afins, não sei não...
Assim, vou lá conversar com uns amigos, ponho umas fotos e umas músicas, apanho ladrões de fotografias, mando umas bocas e tá-se bem.
Afinal, vendo bem as coisas, sou fã do facebook.

pitangando ainda

D. Pitanga no seu melhor. Como gosta e sabe.
Atrevida esta gatinha!
Tão atrevida que hoje, mais uma de tantas vezes que já não têm conta, abriu a última gaveta duma cómoda do corredor e semeou pelo mesmo várias peças íntimas aqui da je. Pijamas de verão.
Enlouquece-me esta critura de quatro patas e dá-me que fazer. Não fosse ela e teria vindo para o sofá muito mais cedo.
Mas tratar dela é uma das minhas funções obrigatórias e diárias. Descobri que é como os meninos com manias e birras. Nega muita da comida que lhe ponho e manda-me comer a mim. E o resultado é que está até um pouco para o elegante demais. Não que eu não trate dela mas porque não gosta da comida. Quase nenhuma.
Descobri agora que gosta das latinhas gourmet de pescado do mar com espinafres. Avia uma lata enquanto vou ali e já venho. Por isso hoje trouxe uma remessa do Intermarché, que foi lá que as descobri.
Vamos ver até quando. Gato com manias é pior que gente.
Que penitência a minha! Bem que me avisaram quando viram uma siamesa que diz que é pura. Que ia mandar em mim, na casa e em tudo o que a sua vista alcançasse. E não se enganaram. Aka!...Eu que julgava que nesta fase do campeonato já ninguém me punha a pata em cima...
Que ninguém diga que desta água não beberei, ou melhor que a gatos não obedecerei...

le metéque

a velha cerveja

Cerveja Cuca

acácias rubras

goiabas

Goiabeira. Árvore que dá goiabas.
Que se vêm na fotografia. Verdadeiras, mas verdes ainda. Não se podem comer...

Peter Gabriel & Kate Bush-Don't give up version 2

continuação

Que frisa não é?
Pertencem a Passione.
E que raio vem a ser isso?
Pois, não é mais nem menos que a telenovela que a Globo passa em Angola todas as noites e que eu me acostumei a ver quando estava em casa a essa hora.
No último dia, quer dizer, na última noite que vi parte da novela, não evitei dramatizar um pouco por ter de deixar de acompanhar uma novela que apanhei bem adiantada e que deixei sem que tivesse terminado, perdendo o comboio de qualquer maneira.
Mas...eis senão quando, numa noite como a de hoje, cheguei a casa após um jantar muito agradável, daqueles jantares da quarta-feira, que podem ser num dia qualquer, liguei a televisão e de repente vi-me sentada no sofá em el, da sala comprida, com o netbook no colo " assistindo " televisão, novela brasileira.
Só que não era a Globo. Nem o sofá em el, nem eu estava lá, onde todo o dia e toda a noite é dia. Alegre e barulhento. Hiperactivo.
A Sic, descobri agora, na banda de cá, tem no ar todas as noites (?) a telenovela Passione.
Mas... não é a mesma coisa.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Between Us by Nyee Moses

reencontros


Não se lembram destes cestos? Ou não são desse tempo?
Eles são do tempo da maria cachucha. Vá lá, por que não dizê-lo, do meu tempo ou do tempo das nossas mães, melhor dizendo. A minha nunca teve um cesto destes, mas conheci uma senhora que tinha um. Sei porque sempre que me lembro dela, lembro-me do cesto e do carrapito na cabeça. É verdade. Em Luanda também havia mulheres que nunca cortaram o cabelo nem fizeram permanente, mantendo o seu carrapito na nuca ou no alto da cabeça, com orgulho.
A D. Maria era uma mulher que vivia no Largo. Onde eu cresci. Na Vila Alice. Gastava da loja do meu pai, como quase todos os que viviam nesse largo. Tinha dois filhos bem mais velhos que eu. Que jogavam à bola com o Kaquito, o Quinito, o Orlandino, o tio Augusto, os manos Cunhas do conjunto musical, o Armindo, o Américo, o Carlos Alberto, filho da D. Noémia, o Jorge da madrinha Manuela e tantos outros rapazes que viviam ali naquele espaço livre do largo com apenas uma entrada que servia de saída.
Quando alguém ficava doente lá em casa, lá ia eu pequenina, buscar um borracho, daqueles sem penas, horrorosos, que o sr. Silva tinha no seu pombal e vendia. Pelo menos à mãe Celeste. Para a célebre canja de borracho, comida de doente.
Cresci. Ali. Dando como adquirido todas estas vivências.
Muitos anos depois houve um almoço aqui. De antigos moradores do largo Camilo Pessanha, da Vila Alice. E eu fui. E revi quase todas as pessoas que enumerei e outras. Também a D. Maria. E os seus filhos.
Passaram muitos anos desde esse almoço de reencontro.
Ontem, no facebook, num espaço que adorei saber que foi criado para reunir antigos moradores do tão querido bairro, do qual já sou membro e onde estão quase todos os meus amigos, bati-me de frente com um dos filhos da D. Maria.
Por intuição pura, porque está parecido com o pai, perguntei se era quem é. E a resposta foi: Sou eu Clarinha.
O facebook pode desunir casais, mas une amigos.
E a amizade é o amor que nunca morre. Por isso dou vivas ao facebook. E sei do que estou a falar...

Pitangando

A Pitanga era sem abrigo. Foi encontrada bebé, no meio das ervas ao portão de casa, de uma amiga. Que depressa a " despachou " para mim, até porque eu " precisava " de distracção.
Nunca tinha tratado de um bichinho destes. Dentro de casa. Os gatos do quintal não eram a mesma coisa. A mãe se encarregava de lhes dar restos, espinhas e rabos de peixe, que antigamente era assim que os gatos sobreviviam. Hoje é que são tratados que nem gente. E por falar nisso, a D. Pitanga julga-se pessoa. Mais, julga que sou sua mãe. E quer ser tratada que nem filha preferida.
E todas as noites, desde que voltei de Luanda e para Torres Novas, quer dormir na minha cama. E mal apago a luz para dormir ela salta e raspa com a patinha na roupa para que eu levante edredon, lençol, etc.
E sabem o que faz? Entra para o quentinho. Primeiro ficava aos pés, do tipo saco de água quente que não gosto nem preciso nem tenho esse hábito, apre que horror! E aos poucos foi subindo. Passou a encostar-se na minha barriga e encaixar-se na concha que faço com as pernas para me aninhar e enrolar em mim própria. Agora, descaradamente se enrola junto ao meu peito, estica o focinho, a carinha, quero eu dizer, já que é gente (?), pois então, estica os bigodes para o meu braço e faz dele almofada.
Como se de cria minha se tratasse.
E o pior é que eu deixo. E pior ainda é que eu gosto.
Estou aqui estou a chamá-la para os meus braços mesmo que ela não esteja para aqui virada.
Mas olhem só o que me haviam de arranjar...eu que achava um horror animais dentro de casa, nos quartos, nas camas. E até sorria de escárnio quando via uma senhora de lulu pela trela ou babando das histórias do tareco.
Só que não fique a dizer miau miau e a ronronar já é uma sorte.

da cor da terra

A minha cidade entardecendo em tons de terra

parabéns Luanda


A Nguimbi completou 435 anos.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Hoje

PARABÉNS LUANDA!

num domingo abençoado

É pecado não ir a Luanda ver este sol se pondo no Mussulo.
Eu recebi a benção de poder agradecer esta dádiva.

vermelhando

Flores de acácia

vendendo

Quitandeira vendendo mangas

segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

nem sempre nem nunca

De repente oiço o Zé Coimbra. Afinal estava a ouvir a RFM...
E fiquei subitamente, bem disposta.
Mexeram no rádio da minha colega Mena. Que fica ali mesmo ao pé de mim e dela. E deixou de estar sintonizado na Antena 3.
Gostei de ouvir a voz do locutor das manhãs da RFM, Café da Manhã, que já não ouvia há muito tempo. Houve uma época que para além de outras coisas que fazia, também ouvia esta rádio. E gostava, como aliás tudo o que fazia na época. Depois curei-me.
Quer dizer, no que respeita à Rádio, o aparelho da Mena não apanha a estação em causa e não " tivemos outro remédio " senão passarmos a ouvir a Antena 3. Para além de uma amiga da cria fazer uma parte das manhãs com Diogo Beja, gosto do que lá tratam e gosto da música. E todos os dias oiço o Bruno dos Pinto Ferreira, em Elogio da Estupidez. Já me fidelizei e por isso vou continuar a ouvir mais do mesmo porém hoje foi bom voltar a ouvir a RFM do Zé Coimbra e da Carla Rocha. Como quando mudamos de casa e passamos pela rua da outra onde vivemos antes...bate uma saudadezinha.
À tarde, voltei a ouvir a Antena 3 e tudo voltou a ser como antes.

monstro das bolachas

1º - Ter a lata de comprar bolachas. Recheadas.
2º - Abrir o pacote antes do jantar.
3º - Levá-las para junto do computador e da televisão.
4º - Chamar-lhes um figo.
5º - Deitar abaixo num ápice um pacote inteirinho destas bolachinhas lindas e saborosas.

Vindo de alguém que nunca ligou a bolachas. Que até nem gosta muito porque normalmente são crocantes e odeia aquele krkrkrkrkrkr entre dentes...
É quase um delito comum.
Sendo que não é novidade. Em três dias é a segunda vez que são sacrificados num abrir e fechar de olhos, dois pacotinhos destas e outras deliciosas bolachas. Estas do Intermarché, as outras do Continente; é o que se apanha, que a rapariga já nem é esquisita.
Chama-se a isto devorar compulsivamente, tipo o monstro das bolachas?
Ou não é senão carências ou quê?!
O que vem a ser isto afinal?
Estou a ficar preocupada. Para além do espaço que elas vão acomular naqueles sítios onde não é nada preciso, do açúcar, da despesa...
Eu que até nem me sentava a comer bolachas desenfreada e esquisofrenicamente.
Serão saudades? Ausências? Frustrações? Ou gulodice pura?
Eh pá, xinamene, acontece-me cada uma! Para o que eu estava guardada...
Estarei a ficar gagá?????
Meeeeeeeeeeeeedo!!!!!!!!!

Votar, eis a questão

Parece que a minha vida às vezes é um marasmo. Mas desenganem-se. Quem quiser um pouquito de animação acompanhe-me. Sempre acontece qualquer coisita que de repente nos deixa numa assim, tipo... surpriiiiiise! Que é como quem diz, com cara de tacho.
Mesmo a caminho das urnas, estrada essa que devia ser feita séria e silenciosamente vão-se tecendo comentários cá muito meus, nossos. Porque fui de companhia, votar, pois então.
Logo à entrada, a lateral do edifício novo da Escola Secundária Maria Lamas, uma mesa com três criaturas da nossa praça. Caras bem conhecidas e algumas com quem me bati de frente, anos a fio.
E observo, ali assim mesmo ao pé de mim a grande e frustrante novidade do dia, que já ia bem a meio.
Quem quis votar com o cartão de cidadão e mudou de morada, lixou-se. Desculpem mas foi o termo mais decente que me ocorreu para vos dizer que deixou de constar das listas e não votou. Mostraram o cartão vermelho, fizeram uma cruz antecipada no dito cidadão, não fosse o mesmo borrar a pintura, fazendo a cruz errada no quadradinho que nos oferecem num sorriso de orelha a orelha.
Cá eu, votei. Ainda tenho BI antigo e não trato do CC enquanto não caducar o meu querido BI. A fotografia é horrorosa mas como se diz vulgarmente, já não estou para agradar a ninguém, ainda lá tenho o estado civil, e ainda assino sete nomes, mas está tudo lindamente. Nos conformes. E siga a marinha.
Votei e votei muito bem. Sem arrependimentos. No único homem que ganhou. Fui uma das 500.000 criaturas que botou uma cruz no último quadradinho.
Eu que não encarneiro assim às primeiras, não faço coro em salvas de palmas e Vivas, enquanto seguia os acontecimentos pela televisão apeteceu-me falar sozinha, bater palmas e dar Vivas ao homem que arrepanhou os tais quinhentos mil votos dos portugueses, não contando com os que votariam se não tivessem sido enganados pelo progresso que finalmente chega também às urnas e apanhou desprevenido quem está habituado a que tudo se faça devagar, devagarinho, a passo de caracol, como a lesma.
Hoje, no meu local de trabalho percebi que num universo de 12 pessoas, três disseram abertamente que tinham votado em Fernando Nobre. Foi uma surpresa para mim. Ou não.
Há quem queira a mudança. Sem vícios. Nem passado.

inevitavelmente

"...é tão bom estar contigo, minha praia tão morena, minha pena, a morena foi embora...
azul, azul, mar azul, tia Lígia sofredora, azul, azul, mar azul, nem o semba lhe consola...
Nana nina ...nana nina..."
Desliguei o Mp4. Desci do autocarro e regelei. Não se pode andar na rua.
Azul, mar azul...de Yola Semedo e Paulo Flores.
Ainda há um mês estava de partida para o mar azul e quente da minha terra...
Que saudades!
Vou fazer como então?

domingo, 23 de janeiro de 2011

mamoeiros


O que é preciso é ganhar dinheiro para os mamões...

assinando de cruz

Que melão!...

?????????????????????????????????????????????


Aqui está o coração da cidade. Como o Rossio. Ou a Mutamba.
É a Praça 5 de Outubro, em Torres Novas.
Entristeci. Ontem.
E num monólogo desanimado disse-me que não volto a passar um fim de semana aqui na cidade. A menos que se justifique. E francamente, não se justifica...mais cruz menos cruz, que mais faz?!
Chamem-me o que quiseram, mas atrás de mim virá quem bem falará.
Apenas saí de casa a meio da tarde. Para encontrar uma amiga a quem devia um abraço daqueles do tamanho do mundo. E ouvir uma vozita de quatro anos chamar-me tia Clara com ar envergonhado de quem já não via esta tia há muito tempo.
Pelo caminho percebi o fantasma em que se mascarou esta cidade tão bonita. Senti-lhe o frio gélido duma terra solitária que foi perdendo a juventude e a alegria de outros tempos. Já nem os jovens retornam ao fim de semana, não trocando as cidades grandes , por este lugar onde nasceram e viveram até ao 12º ano. E os que se penitenciando, chegam, procuram outras paragens ao invés de passearem nestas ruas, ou se encontrarem com os amigos nos bares da cidade. Porque os há. E muitos. E até se dizia que estavam sempre cheios nas noites de 6ª feira e sábados. Com gente de Alcanena, Entroncamento, Golegã, Barquinha e por aí fora.
Por todo o caminho que percorri desde a minha casa, perto do Estádio, até ao rio, à Avenida marginal, não me cruzei senão com uns indigentes que por ali se passeiam mesmo durante a semana e que conheço de gingeira por força da minha profissão. Apenas junto à farmácia Nicolau, em frente ao tribunal uma senhora mais velha que eu, de ar respeitável, embrulhada num xaile escuro, muito triste, cabisbaixa e cinzenta, ergueu o rosto e me saudou num boa tarde menina que me chegou como se fosse um golo de chá quente que aquece a alma em dia de tempestade.
O supermercado solmira e a farmácia tinham as suas portas abertas mas ninguém lá dentro. Alguns miúdos andavam de skate no átrio do tribunal. E só...
Quando toquei a campainha da cabeleireira onde a minha amiga se encontrava, doia-me a alma, pesavam-me os ombros e os olhos choravam num desalento que não quero ter.
Apenas queria estalar os dedos e estar a léguas deste cenário triste. Circulei por toda a cidade depois e o cenário era idêntico.
Não quero ver morrer esta terra. Não quero deprimir e adoecer perante um declínio tão chocante.
Não quero esta terra moribunda, que foi palco de alegria, hospitalidade, cultura, lazer, arte e muita juventude, num tempo que não é passado na História.
Não quero estar presente assistindo ao funeral duma cidade tão bonita e moderna, perto do mar, perto do campo, perto do centro, perto da capital. Perto de tudo...
Sou culpada? Também. Porque não só não intervenho como o fazia antes, como não cativo os meus a voltarem nem que seja ao fim de semana.
As universidades formaram os nossos jovens mas não lhes mostraram o caminho de volta. Nem nós. Partiram para Lisboa, Porto, Coimbra, Faro, Évora, Aveiro ou Covilhã e Vila Real e dali voaram mais alto ou simplesmente se deixaram ficar nas cidades que lhes deram emprego e melhores perspectivas.
Quantas cidades estarão como Torres Novas?
Este fim de semana supunha ser um tempo de reflexão, que acabava hoje com o voto.
Eu voto. Mais do que uma cruz, eu apelo ao voto nas cidades que agonizam.
E tenho um desejo grande, um desesperado anseio de ver estas terras que chamam de província ressuscitarem da indiferença a que as votaram.
E por último pergunto, onde estão os culpados?!
Onde estão os verdadeiros carrascos desta cidade e outras que têm tudo para fazer as suas populações felizes e simplesmente as abandonaram...Onde estão os verdadeiros culpados?
Nas urnas?????

sábado, 22 de janeiro de 2011

expensive soul "Dou te Nada" video oficial

tentativa

Um sol radioso e frio lá fora. Eu prisioneira de mim própria busco nas imagens de luz uma calma que me abandona na imensa vontade de correr as estradas livres da imaginação. Contemplo a neve, o lago, o silêncio. Busco uma orientação. Cá dentro.
É sábado. Só por isso vale a pena. Sonhar. Procuro as ferramentas. Que rasguem o caminho que me deixe no lugar onde me sento e penso em ti.
E suba ladeiras e desça montanhas e rebole na grama, e pedale picadas, e descanse na sombra, e vôe na gaivota, e espere o comboio, e salte regatos, e embarque na jangada, e corte a onda, e veja o sol se pôr, a lua chegar e escreva Sul...e tu estejas à minha espera.
Hoje sei que não estás.
Não sei se te escondes de mim num jogo de cabra-cega que eu não sei jogar. E sonhar. Ou sei?! Ou se não existes e és fruto de um qualquer momento de sonho da minha louca imaginação.
Eu olho e sinto-te a presença. Ausente, bem sei, que isto é real. Advinho-te os contornos. Ofusca-me a tua cor. Desejo-te os sabores. Percebo-te as esperanças. Partilho as tuas dores. Alegro-me com as palavras. Rio-me da tua graça. Perdoo-te o distanciamento. Confudo-me. Confundes-me.
Sonho-te. Mas ainda não me sento que não sou capaz. Trago presente um passado muito próximo.
Hoje é sábado. Talvez amanhã eu sente e sonhe amanhãs. ou passados presentes. Com a tua ajuda.

Aurea Busy for me

mãozinhas de veludo

Não queria levantar falsos testemunhos mas acho que andam a " roubar-me " algumas fotos de Luanda que publiquei aqui, e que não estão marcadas, pois em Luanda não marquei nenhumas com o nome do blog. E depois quando cheguei andava (? ) tão cansada que escaparam ainda outras.
Não quero ser má língua mas confrontei uma foto com outra que vi publicada no facebook e juro, é a minha foto.
Que lhes faça bom proveito, mas que não é honesto não é. Sobretudo porque eu estou no facebook e desde ontem que publiquei ali várias fotografias de Luanda. E aquela, especialmente aquela que confrontei com a minha, estive para a pôr não fosse ter-me aparecido à frente dos olhos, como que numa coincidência daquelas que não dá para acreditar.
Como não sou flor que se cheire, esta passa, mas se isto continuar vou denunciá-los, ai isso não deixo por menos. Pelo abuso, falta de honestidade e sem-vergonhice.
Que caras de pau! Para não partir já para a ofensa, que eu não me ensaio nada, até porque para além de não ser flor que se cheire, salta-me o pé para o chinelo
quando me chega a mostarda ao nariz.
Eh pá, não gostei mesmo nada.
Ora eu!...mas não me dão sossego ou quê??????? Eu não me meto com ninguém, porém vêm marrar comigo, porquê? E assim obrigarem-me a tomar uma atitude...

para a Ilha de Luanda



Iniciando a estrada da Ilha de Luanda. Em frente as obras, os prédios em construção, á esquerda, na Chicala. Depois o trânsito faz-se curvando à direita.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

luanda é

Dizia-me alguém hoje, numa conversa ocasional, que Luanda era bonita, mas era no nosso tempo.
Não gostei do tempo passado do verbo ser e também detestei a minha idade perdida num tempo também ele passado longínquo.
O meu tempo é hoje. Ou então, ontem, sendo que ontem foi há duas semanas mais ou menos.
Luanda era bonita, tem razão a pessoa que mo disse. É que hoje Luanda para mim, não é bonita. É Linda. Maravilhosa.
Cada vez mais gosto daquela terra. Muito. Tudo. E não aceito que me digam que Luanda era. Sobretudo se essa afirmação me chega de quem nunca mais voltou a Angola.
Luanda é. Será.
Uma grande terra, uma cidade bonita, encantadora, fantástica. Grandiosa. A melhor. Para mim...
Naquele lugar os olhos que me olham parecem beijos que sinto.
As palavras que me falam parecem abraços sem tamanho.
E as mãos que me acenam chamam-me madrinha, tia, mãe. Família.
O olhar que avista a cidade é brilhante e colorido.
O som que chega a mim é música.
E o cheiro que vai nas ruas é de festa e de alegria. Oferta.
O calor ajuda ao sonho.
E a noite à paixão.
A manhã chama o trabalho.
E o povo, esse é dança, canto e tudo o que queiramos imaginar.
Luanda não era. Cada vez mais se impôe com determinação, coragem e garra.
Sedutora e viva, hoje mais que ontem, Luanda vale muito a pena. Cada vez mais. Vão por mim, que não vos engano. Nem a mim...

Maria Gadú - Shimbalaiê

muitos parabéns Mena

Hoje é o teu dia. Aquele em que todos te dão abraços, beijos e os parabéns.
E é susposto que estejas feliz. E estás. Tu és uma pessoa feliz.
Por isso te desejo tudo de bom como suporte dessa alegria e felicidade em que vives.
E muitas viagens. E que oiças o " sr comandante " nos vôos em que te lançares como certeza de que concretizas mais um sonho, um desejo, umas férias ou um fim de semana.
O sr. comandante tornou-se uma possibilidade comum, a de viajar pelos ares, no vôo do pássaro livre, tal como a piada que nos faz lembrar uma da outra sempre que nos cai na sopa. Ou nós a ele. É mais isso...
Há quem tenha amigos comuns, colegas comuns. Há quem tenha para além disso, um comandante comum. Nós temos.
Bons vôos.
Muita saúde. Lucidez. Tranquilidade.
Muito champanhe.
Um dia feliz e parabéns.
Um abraço do tamanho do Mundo.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

publicidade





Em Luanda

venha o diabo e...vote

As eleições estão aí. E por isso vou ficar em torres novas. Para votar.
Há uma amiga que não vejo há muito tempo e com a qual me vou encontrar por via disso.
Ao telefone, falámos um pouco do estado da nação. Que nos toca à séria. E confidenciou-me bem animada: " Eu cá voto no médico. No Nobre. Pelo menos esse passou a vida a fazer bem por esse mundo fora. E já angariei muitos simpatizantes ".
Achei curioso. Apesar de interventiva na sociedade onde se insere, apesar da sua formação académica que a leva a analisar mais pormenorizadamente os comportamentos sociais, raramente falamos em política e nos políticos. Não imaginava esta escolha. Este protesto perante quem já está instalado. Achei piada dizer-lhe que era angolano.
Um português angolano, médico de profissão, durante anos presidente da Ami e candidato a presidente.
Há quem diga que se deixe estar como médico. Como dizem do poeta, que continue escrevendo poemas. Ou que votam em branco para manifestarem assim o seu desagrado para com os já sobejamente conhecidos.
Eu não digo nada. Não por falta de coragem. Porque não quero. Porque não sei.
Domingo os portugueses têm uma tarefa difícil a executar. Cá para mim, venha o diabo e...Vote.
Porque eu, não sei não. Abomino alguns dos candidatos. Não conheço outros. Simpatizo com um em especial. Mas não chega para fazer a cruz no quadradinho.
De qualquer forma achei curiosa a escolha da minha amiga. Gostei de a saber simpatizante de um meu patrício. E a bem da verdade foi por isso que aqui vim escrever hoje. Apenas por isso.
Que do resto, lavo as minhas mãos.