quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Manhã diferente

De manhã, as ruas da cidade são mantos, tapetes de folhas amarelas e secas, por um Outono anunciado há tanto.Como seca está a fonte onde outrora os burros vinham matar uma sede, de quilómetros, arrastando as carroças cheias, para o mercado de cada terça-feira da semana.
Amanhece fria e cinzenta, a cidade.Um frio a chicotear os corpos e o ar cheirando a neve.
Se nevar será dia de festa neste lugar e o branco cobrirá os campos e os telhados.
Foi assim, à uns anos atrás.
Pairando por cima do rio, um nevoeiro denso e branco.Os chorões nas margens tocam a água ao de leve.
Na avenida, os garotos apressam-se para a escola, ensonados e barulhentos.
O sapateiro abre a oficina e prepara-se para mais um dia. O vendedor de castanhas atiçou o lume e abre para a venda, logo pela manhã.
Porque olho a manhã e não a revejo na cidade de tantos outonos?
Que encanto encontro hoje, neste lugar que não sinto meu?
Porque me enterneço?
Amarelas as folhas das árvores, branca a manhã e eu vou partir para manhãs mais coloridas, tardes vermelhas e noites de luz.

2 comentários:

maria disse...

Como estamos...ainda te hei-de ver a fazer um poema a essa terra que consideras madrasta.Bjos

m.c.s. disse...

Não estás atenta.Já fiz um poema, sim.E está aqui." Raízes ".Para o meu filho cantar num festival de pequenos cantores.Mas, não tens que estar atenta. Deixa-te estar como tens estado que estás muito bem.Beijos.