O estádio de S.Paulo foi construído no século passado. Nos anos 70.
Foi uma grande obra, para a época.
Chamava-se Cidadela Desportiva, porque pretendia ser isso mesmo e não apenas um espaço para futebol. Ao lado fica o pavilhão, a menina dos olhos de Luanda, na altura.
Este espaço anteriormente era uma cassimba. Aqui neste lugar havia água das chuvas, quase o ano inteiro.Uma imensa lagoa que encantava os miúdos da Bairro Indígena, Marçal, Vila Alice, Senado da Câmara e Avenida Brasil. Contavam que as sereias cantavam nas noites de lua cheia e nós acreditávamos.
O Mundial de Hoquei seria neste pavilhão ao lado do estádio. Em 1974, 3 meses depois do 25 de Abril em Portugal. Em Julho enfeitou-se a Avenida com bandeiras de várias cores e de vários países. As equipas foram chegando. A portuguesa, ainda treinou, o que deslumbrava os angolanos e portugueses que ali iam de propósito para ver os seus jogadores preferidos.
Por questão de segurança, e porque deram início confrontos armados nesse mesmo mês, por sinal, com início no dia do meu aniversário, iniciando assim um longo período de recolher obrigatório, foi suspenso o Mundial de Hoquei em Luanda e o povo chorou de revolta e tristeza.
As bandeiras ainda perduraram no tempo e no lugar a fazerem lembrar-nos do que perdemos. A festa e a paz.
O último evento a que assisti no pavilhão desportivo foi um concerto com vários cantores e bandas, angolanas, em dezembro de 1974, na companhia de uma pessoa de quem ainda hoje gosto muito, gosto para sempre...
Sem comentários:
Enviar um comentário