quarta-feira, 24 de março de 2010

Chamei o 112

Ontem chamei o 112.
Uma pessoa que conheço e que frequentemente vem ao meu local de trabalho, desmaiou.
Depois, quando abriu os olhos, tremia em espasmos que poderiam fazer-nos pensar ser epilepsia.
Do 112, quiseram saber pormenores. E deram orientações. Nunca ligara para o 112.
A doente, essa, quando cheguei ao parque onde estava deitada de lado, como os homens do 112 aconselharam, provocou em mim uma sensação de desconforto, inquietação e compaixão.
Pouco mais que uma menina, dela apenas sei o essencial para com ela privar.
Ali, especulava-se já sem pudor, sobre as causas do desmaio...
Finalmente chegou a ambulância.
Não houve ninguém disponível para a acompanhar. Ninguém. Nem eu. Tenho a minha colega doente e não podia abandonar a minha secção.
A nossa superior hierárquica chegou-se à frente e foi com ela.
Deprimi, por perceber que a vida desta mulher ainda menina, que vive em Portugal mas que nasceu e cresceu em França foi posta a nu.
Quis protegê-la como se fosse minha pessoa. Do diz que disse de pessoas que deram um passo atrás quando foi preciso chegarem-se à frente.
E fiquei a deprimir o resto do dia...

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