quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

A falta da Pitanga

Custou-me muito não chegar a casa com a Pitanga.
Ficou em Lisboa. Com a tratadora temporária. Aquela que conquistou a minha Pitanguinha, enquanto eu não estive. Pelo que sei, dorme com ela.E faz-lhe festas, e lambe-lhe a cara e quer miminhos. Tudo, tudo, como comigo. A minha Pitanga tranferiu para ela os seus sentimentos por mim? Ou apenas se apaixonou pela sua tratadora e não sentiu sequer a minha falta?
Não se zangou comigo por a ter deixado. Esticou as pernitas à frente quando me viu como que a cumprimentar-me. Cheirou-me muito. Meteu-se na minha mala, cheirando tudo.
Agarrou-se á minha roupa. E sentou-se no tampo da sanita enquanto eu tomava banho.
Pediu-me comida, quando viu o pacote de leite na minha mão.E brincou com um brinco meu, do feitio de uma bolinha, branca.
Não fez grandes estragos em casa. Adaptou-se a um espaço bem mais pequeno que este. Um belo dia, saltou para cima da mesa da cozinha e enrolou-se bem enroladinha, dentro do cesto do pão. Outra vez, acho que logo que a tratadora chegou a casa, depois de me ter levado ao aeroporto, aquando da minha partida para Luanda, encontrou uma jarra partida, que há muito, os de casa, queriam ver partida, por detestarem a peça )
Custou-me deixá-la. Agora só vem para o Natal.
Ainda não pensei na sua prenda de Natal. Mas que vai ter uma bela surpresa, lá isso vai.
Não quero imaginar a árvore de Natal ( que ainda não fiz, pois para mim, o Natal só é verdade a partir de hoje )a ser atacada pela Pitanga, que chamará um figo, ou melhor, uma latinha de patê às bolas de enfeitar.

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