terça-feira, 10 de agosto de 2010

animação e sumos de laranja

Constatando:

O " meu " observador deve um pouco ao asseio( digo eu com a boa vontade de quem está de férias ). Três dias com o mesmo polo, é demais. E ainda por cima cor de salmão.
Jesus Maria, que mau gosto.

Os espanhóis que se encontram no hotel temperam os ovos mexidos com azeite. Brrrrrr, que volta me dá ao estômago.

As famílias " perfeitas " ( onde é que eu já vi isto? ) de quatro ou mais, aguardam descansadamente à mesa do pequeno almoço que o macho mais velho do clã, chegue, emproado que nem um galo na capoeira, com uma quantidade de torradas, pacientemente (?)preparadas pelo " pobre " patriarca.
É este que escolhe o ponto certo do crocante da torrada de cada um. Vê se pode?

A mulher, serve um marido com deficiência e pouca mobilidade,e fá-lo com uma expressão tranquila e ciente do seu papel. Ele aguarda pacientemente.
O que me faz pensar que num casal heterosexual, é mais vantajoso para o amor e bem estar do casal que a haver deficiência, seja no homem. A mulher enfrenta e não abandona o " barco ".

Um casal, ela gordíssima, baixinha, feia e ainda por cima loira e ele giríssimo, moreno e alto, tomavam o pequeno almoço, dividindo a companhia com uma menina loirinha de olhos azuis e muito irrequieta. Dividiam a companhia mas não o trabalho que a menina dava. Ele, do alto da sua beleza, olhava à volta como que dizendo - mulheres, estou aqui. E ela, ainda com ares de agradecida por deus lhe ter dado aquele Apolo, olhava-o embevecida.
Será que não é o pai da criança e está a fazer um frete? Se não é, está a portar-se mal, porque o pacote é mãe e filha. Se é o pai da criaturinha amorosa que deixa todos à volta ternurentos, não merece ser pai, nem estar de férias, nem aquela mãe que parece idolatrá-lo. E depois beleza ( exterior ) não é tudo.

Eu sou uma desastrada com as mãos. Mas é preciso dizer que não é para tudo. Assim a manusear objectos.
Julgavam que me apanhavam? Nãnãnã! Eu sou caranguejo, meus queridos, o signo do amor.
Mas adiante, podia viver eternamente num hotel que nunca saberia encher um copo de sumo sem fazer " merda ". Aliás, odeio tudo o que possa ser para abrir ou fechar e que disso dependa as minhas mãos, a canhota e a outra. Se calhar por causa disso é que tenho esse problema. Sempre que preciso de as pôr à prova e faço asneira sorrio para dentro e falo comigo resignada. Tu, Maria Clara, nunca serás uma senhora. Não vale a pena...
Ainda hoje no pequeno almoço aconteceu e quem me observar vê-me encolher os ombros e sorrir estupidamente pateta e deve pensar que devia era estar no Júlio de Matos, ali para os lados da Avenida Brasil. Em Lisboa, é claro. Eu venho da avenida Brasil mas ali até os loucos eram sábios... a sabedoria que África e a rua lhes conferia.
Um dia destes vou pôr esta questão, melhor, esta minha limitação a uma psicóloga que conheço. Porque esta negação a abrir e fechar deve ter explicação.

Por fim, a empregada que ontem levantou a minha mesa e me levou as chaves, hoje fez-me um cumprimento rasgadíssimo. Nada como o contacto directo e a comunicação para que as pessoas se conheçam e respeitem.
Boa minha senhora, mas não era preciso tanto. Eu já me contento se não repetir a façanha.

Voltei a levar um iogurte e um boião de mel, sem qualquer constrangimento. Será o meu almoço e mais uma maçãzinta, e com isso e outros cuidados já tenho menos volume. E esta? Bem contente que estou. Há muito tempo que não me vejo ao espelho como nestes dias. É que, para além do mais, tenho um espelhão aos pés da cama, na lateral ( acho que este emagrece e nos faz mais bonitos ) e na casa de banho outro, o que é uma alegria ou uma tristeza, conforme a figura que se nos apresenta, porque esse não mente. Mostra-nos todas as lesões da idade e todas as gordurinhas suplentes ( bóias, pneus, sei lá que mais )e as estrias e as celulites...Credo! O espelho desnuda-nos completamente, mas também !...ali à nossa frente, mesmo ao alçarmos a perna para entrarmos para a banheira.
Devia ser proibido...

Hoje a sala de refeições foi uma " movida ". E diverti-me muito. E portei-me bem, fechando a boca às asneiras e a qualquer mosca que quisesse entrar.
E assim me despeço destas refeições animadíssimas.

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