sábado, 28 de agosto de 2010

na Grande Alface nº 152

Revista Time Out Lisboa
Nº 152
Da secção Grande Alface
Editada por: Ângela Marques
Amamos & Odiamos

Amamos
Quando de repente abre uma caixa no supermercado

São 20.40, o primeiro jogo do Benfica na Liga dos Campeões começou há 19 minutos e a mais recente contratação do nosso clube do coração ( vá, ceda, à hora do fecho desta edição, o Sporting ainda está em risco de nem sequer ir passear
à Liga Europa ), Salvio ( o tal que pode ser o novo Di Maria - ou, vá, melhor ainda ) está em campo. Passámos no supermercado para comprar uns bifinhos de peru e uns pacotes de natas e à nossa frente só vemos filas de 326 pessoas que não se podiam estar a borrifar para mais um Benfica. Pior - à nossa frente só há filas com problemas. Códigos de barras que não passam são o prato do dia. E nós de bifinhos de peru nas mãos. De repente, vemos um funcionário a dirigir-se a uma caixa aberta. Fazemos de conta ( fazemos todos, para não parecermos sete cães a um osso ), mas seguimos-lhe os passos como um leão faminto no National Geographic. Quando ele finalmente pára em frente à caixa registadora já nós estamos a baixar-nos à espera do tiro de partida dos 400 metros barreiras. E quando ele começa a frase " pela mesma ordem, façam o favor..." já nós corremos. Naquele momento aquele homem salvou-nos a vida. Pronto, talvez tenhamos de acotovelar alguém. Mas vamos ver o Salvio a chutar à baliza. E isso é tudo o que nos interessa. Se calhar até encomendamos antes uma pizza.

& Odiamos
Pagar dois euros e meio por um Magnum na praia

Dormir na praia é a segunda melhor coisa do mundo ( dormir mesmo, de babar a toalha ). Mas comer um gelado depois de dar um mergulho é seguramente a melhor. Só que o mundo não é perfeito. E os bares e restaurantes de praia muito menos. Nós até percebemos que é giro ter uma carta de gelados com post-its por cima dos preços.
Deve ser divertido colá-los lá e escrever os preços à mão. Mas, amigos, não é giro fazerem-nos pagar dois euros e meio por um Magnum. Mesmo que ele vá ser nosso e só nosso até ao fim. Não tem graça. Porque nós sabemos quanto custa um Magnum. Nós sabemos que o Magnum é um gelado espectacular e, sim, há dias em que pagávamos cinco euros para comer um. Mas é tramado apanharem-nos num momento de tanta fragilidade como é aquele em que temos de passar por entre as toalhas dos outros banhistas apenas de biquini ou calção de banho para nos irem à carteira.
Até porque muitas vezes nem estamos à espera e deixamos a barraca ou a palhota só com a moedinha de dois euros na mão. E fazer todo aquele caminho de volta porque vocês decidiram que além do lucro que têm nas caipirinhas ainda nos vão roubar nos gelados é mau. E faz-nos chamar-vos nomes. Nomes feios. Que preferimos não dizer aqui.

Por Ângela Marques ( a cria mais velha )

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