quarta-feira, 25 de agosto de 2010

ao pé coxinho

Tenho para mim, que quando me beliscam os sonhos, não é culpa de quem vem manipular o que eu anseio mas culpa minha que os sonhos venho sonhar neste banco de pedra coxo.
Como quando na mesa estão três bifes e eu os sirvo. O mais pequeno é sempre p'ra mim. Não que não goste de bifes mas porque quero o melhor para quem está comigo.
Assim é nos sonhos. Se me sento e estou de companhia ou espero companhia para contemplar o que está para além do que a minha vista cansada alcança, é óbvio que me sento na direita do banco. Ofereço o lugar de destaque, no caso, o mais alto, para que observe mais e melhor porque eu, mesmo de olhos fechados, vejo o que os olhos não conseguem ver e depois, quero que ao pé de mim os sonhos, mesmo que não faça parte deles, sejam sonhos ambiciosos e elevados.
Por isso, de vez em quando os meus sonhos são beliscados. Ou manipulados. Ou não os entendem. Ou não se ralam com eles e a culpa, se a há, é minha que me ponho a jeito. Ofereço o melhor lugar, como se fosse para mim porque quero pessoas felizes e tenho pessoas possessivas e, sim, egoístas.
Mas não desisto de sonhar.
E de te convidar a vires sentar-te. Acredito que não seremos culpados se os sonhos correrem mal.
A culpa, olha, a culpa é dos bancos coxos que a vida tem.
E o remédio, é sonharmos ao pé coxinho...

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