quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um a Zero

Existem alguns obstáculos, uma meia dúzia, que terão que ser superados para que a minha viagem a Luanda se faça, assim, na boinha. Em Dezembro.
Hoje quando vinha no autocarro, imaginei-me a caminho do céu do meu encanto e juro-vos já me sentia uma pessoa boa só de me imaginar a chegar. Porque eu sou, tipo Madre Teresa de Calcutá, Santa Clara, Nossa Senhora das Dores, quando estou em Luanda. Não fossem os meus amigos conhecerem-me e achar-me-iam pateta, lerda, cacimbada, tal a disponibilidade, a tolerância, a alegria e o encantamento com que estou naquelas duas semanas. Completamente apaixonada por tudo. Até pela pessoa em que me torno.
Luanda, Angola, África têm um fascínio que enfeitiça almas sedentas de Vida.
Acho que ninguém me consegue entender. Nem chegar perto de perceber esta sensação de felicidade. Desta coisa tão boa que me torna um ser melhor, quase perfeito.
Mas enquanto não, simples mortal cheia de dúvidas e defeitos, penso nos obstáculos. Já sei que a minha kamba se ler isto vai comentar:
Maria, já começas? Que pessimismo!
E tal e coiso...
Dou um recado: O primeiro obstáculo já era.
E olhem que era grande, grande. Se não fosse resolvido, não poderia viajar para Luanda. Nem sequer me adiantaria pensar nos que ainda hei-de resolver.
Agora que já estou aliviada com esta questão, posso começar a pensar nos outros. Uma meia dúzia. Mas que é isso para mim e para o meu querer?
No final das contas, tudo se vai resolver por bem, que eu sei. São só passos a dar. Um por um, a passo certo.
Luanda é uma menina difícil de abraçar e faz-se sempre rogada a cada viagem que penso fazer. Como se não gostasse dos meus abraços, mas, depois é ela que me segreda que não a deixe, aprisionando-me até a alma.

Luanda é um dos meus grandes amores.
Todos os grandes amores que tenho, valem a pena.
Luanda vale muito a pena.
E também por isso, vivo uma existência feliz.

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