sexta-feira, 13 de agosto de 2010

miradouro


Os bancos de pedra perseguem-me. Ou sou eu que os persigo. Sei lá bem! Só sei que dou um pontapé numa pedra e aparece um banco feito, pronto para ser usado. Ou sonhado. E com recados. Ou provocações. Como não gosto de recados nem ligo a provocações, quer-se dizer, é um modo de dizer, e confesso-vos mais um segredo, nem dei por nada, pois estava num miradouro, defronte de uma paisagem tão poderosa, que nem sonhada há igual, simplesmente carreguei no botão e fotografei. Mais um banco. De pedra. Nesta pedreira fantástica que é Trás-os-Montes.
Quando fui ver as imagens, uma por uma, deste dia que me encheu as medidas, dei com uma declaração de amor, tatuada na pedra. Seria um sinal? Uma piscadela de olhos? Um sorriso? Um aceno? Um encontrão? assim do tipo, ei acorda minha, isto ainda existe, ridículo mas romântico. Ou apenas e simplesmente, um( a) engraçadinho(a) querendo espalhar por todo o Vale da Vilariça o sentimento maior, em jeito de revelação?
A mim fez-me pensar. E sorrir. E surpreender, porque afinal ando distraída e tiro fotografias por dá cá aquela pedra, perdão, palha.
" Amo-te ", não é um sonho para sonhar num banco de pedra olhando a paisagem. É uma afirmação do presente. Já o amor pode ser uma miragem. Ou nem em sonhos aparecer.
Espero então, aqui ou em qualquer banco do mundo que cada amor seja forte como uma rocha e seja eterno que nem uma inscrição na pedra. E ainda que uma miragem, num momento, por um toque de magia, faça sonhar quem o sente.

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