segunda-feira, 16 de agosto de 2010

espargata


Para não passar mal, no Ribatejo, tenho de ser bailarina sem palco nem graciosidade. Sem leveza e sem encanto.
Mas tal como os bailarinos, à custa de muita disciplina e exercício.
E fazer a espargata. Um pé aqui e outro longe. Que pode ser Lisboa, Peniche, Trás-os-Montes, a Europa, Luanda...que pode ser no banco de pedra onde me apoio para viver sonhos, longe do pesadelo de morar fora dos lugares onde mora o meu coração.
Hoje, particularmente hoje, tenho os meus pés afastados um do outro na maior espargata que consigo fazer nesta imaginação infantil e recorrente. Foi o movimento que encontrei para não me sentir no circo, fazendo o número do palhaço pobre e triste, abraçada duma solidão igual aos abraços que dou, quando gosto de dizer às pessoas que gosto delas. Maior que o Universo.
Como me dizia uma amiga que me telefonou há pouco e que é A AMIGA:
Hoje é o pior dia do ano.

3 comentários:

Anónimo disse...

fantastico!!!!!

Anónimo disse...

fantastico!!!!!

Siry disse...

Gosto muito da fotografia e texto! <3
Parabéns.