terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Do passado


















Conta-me histórias de antigamente.
Quero sentar-me no patim da tua casa.
E no apogeu da minha infância, Acreditar.
Nas estrelas do céu da minha terra, na vida de cada uma.
E na tua. E na minha.
E comer ginguba quentinha, torrada, no meio da areia, da lata grande.
Ginguba com pão...
E ouvir-te a voz mimosa, cantando as canções de antigamente.
Uma antiguidade mais antiga que tu.
A confundir-se com o lendário.
O patim da tua casa, já não existe, mas eu construo-te outro.
Seguro, tão bonito como aquele.
Onde caibam os nossos sonhos.
E noites estreladas, e com a luz da lua no nosso olhar e as palavras...
As palavras que sabiamente nos oferecias...
Conta-me histórias. Conta-me histórias de outros tempos.
Do antigamente...

3 comentários:

SMS disse...

Mas que bonito... Porque é que será que eu a sinto diferente? Gosto do que sinto. Gosto do que leio.
Um grande beijinho.
Sónia

Maria Clara disse...

Obrigada, Sónia, é uma honra saber que lê e gosta. Mas não sou eu a escrever quando é assim. Alguém o faz por mim. Depois, leio, e pergunto-me sempre se fui eu...
Neste post, toquei o céu com a ponta dos dedos, sabe? Isto quer dizer,que senti a felicidade desse tempo e isso fez-me sentir a pessoa melhor do mundo, para além, do humano.Noutra dimensão...nestes ultimos anos desenvolvi essa capacidade e sou mais feliz. Por isso estou diferente. É uma mulher perspicaz, inteligente e sensível. Bem haja.Um abraço do tamanho do Mundo.
clara

maria disse...

Lindo, lindo. Também eu consegui ver-me no patim dessa casa, nesse tempo bom da infância, quando luanda era uma terra tão segura e alegre.