domingo, 14 de fevereiro de 2010

Aventura


Sou muito cheia de mesuras. Se vou viajar, faço uma lista de tudo o que preciso levar ( sempre mais do que o essencial ).Receio que me falte algo muito necessário, e quase transporto a casa comigo.
É um defeito, eu sei. Tento atenuá-lo, mas se o faço, falta-me sempre qualquer coisa...
E tento que nada falhe, quando programo a viagem.
Como não sou muito ( nada ) organizada, faço a tal lista e desta vez e porque circulo por duas casas, cada uma em sua terra, por vezes preciso de um objecto, uma peça de vestuário, que está na outra casa, então, desta feita faltaram-me cadeado e respectivas chaves para fechar o troley..
Tive de comprar um, não fosse ser roubada no aeroporto, pelos funcionários do mesmo, isto eu a delirar, com tanto troley de marca, era logo, mas é que era logo o meu, o escolhido...mas pronto, queria tudo comme il faut.
Antes de sair de Lisboa, fechei o troley bonitinho, perfeitinho, e fiquei tranquila.
Para me roubarem, só violando o meu bendito troley.
Ao chegar a Marselha, e ainda no aeroporto, precisei de tirar pilhas para a máquina fotográfica e aí vou eu à procura das benditas chaves do cadeado.
Até aqui tudo bem.
Eis senão quando, ao abrir o cadeado para retirar as pilhas me apercebo que o meu troley nunca esteve fechado a cadeado.
O que vale é que eu tenho a enorme capacidade de me rir de mim própria e ainda mais, de me denunciar para partilhar as minhas asneiras, os meus deslizes e assim permitir que quem está próximo abane a cabeça de comiseração, aquele ar que quer dizer:
Coitadinha, ...perdoai-lhe Senhor que já não sabe o que faz...
Então o que é que eu fechei a sete chaves como se trouxesse para França um tesouro precioso? Porque, que fechei, fechei, mas foi só a bolsa que serve para livros, dossiers, etc, que por acaso e porque viria aberta, veio vazia.
Esta foi, para não fugir à regra, a minha pequena aventura de início de viagem.
Até ao fim, não sei não, que é como quem diz, só Deus sabe, e por isso entrego nas Suas mãos.
Au revoir!

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