domingo, 14 de fevereiro de 2010

Caricato

Estava na Internet, escrevendo no blog, quando as crias decidiram não esperar por mim e foram beber café a uma esplanada da praça principal da cidade, perto, muito perto do hotel.
Fiquei tranquila. Apenas sabendo que teria de descer escadas, para sair, uma vez que o cartão que permite o acesso do elevador para o exterior, não ficara comigo.
Quando resolvi ir ao encontro dos meus filhos, saí do quarto, obviamente. Tinha acabado de fechar a porta e assaltou-me uma dúvida. Onde ficavam as escadas?!...
Procurei por todo o andar e nada. Nem vê-las.
Telefonei para a filha. Uma voz francesa usurpou o seu lugar, a sua voz. Desliguei de imediato. E não percebi o que queria a francesa.
Dei conta que estava enrascada e que tinha que me desenrascar.
Ouvi um ruído e fui perceber de onde vinha. O mesmo empregado que me batera à porta para a limpeza, que eu negara, apenas pedindo o necessário para o dia seguinte, toalhas e afins, apareceu-me sorrindo e falando num francês que eu já tinha tido dificuldade em perceber, quando lhe quis dizer que precisávamos de papel higiénico.
Perguntei-lhe como poderia sair dali e fiz sinal com os dedos querendo dizer-lhe que procurava as inacessíveis escadas. Ele percebeu de imediato e respondeu-me que não havia, apontando os elevadores.
Ora aqui estava o problema.
Eu tinha de sair dali e ele teria que me resolver a questão. Perguntou-me pelo cartão.
E explicar-lhe porque não o tinha?
Pois é. Se o senhor escrevesse eu responderia certinho, falando é mais complicado para mim, sobretudo se estiver nervosa com a situação. O caso...
Bem, mas tudo se resolveu por bem. Foi comigo ao elevador, pôs o cartão na ranhura e quando pensei que desceria comigo, sorriu, despediu-se e deixou-me entregue à minha sorte.
Quando me vi sozinha deu-me um acesso de riso e ri, ri sozinha até ao rés de chão.
Se o cartão não funcionasse, ficaria no elevador até darem por mim.
Antigamente, perante o caricato desta situação eu morreria de susto.
Hoje foi uma diversão.
Quando contei o que acontecera foi um gozo a três. Muito mais divertido.
Eles têm o condão de se divertirem com actos destes que me acontecem a toda a hora.
Entreguei a Deus e Ele resolveu divertir-Se comigo e permitir que os três tivessemos daqueles momentos nossos que há bastante tempo não viviamos.
O que será que vai acontecer mais de caricato?
Aguardo sem surpresas.

2 comentários:

Ana Paula disse...

Ahahahhah..... Só mesmo tu!!!Também adorava estar sentada nessa esplanada com eles quando chegasses e contasses essas tão tuas peripécias.... Beijinhos aos três.

Maria Clara disse...

Não é? Só mesmo eu.Porque será que o que é insólito vem ter comigo? Atraio as coisas estranhas, será?
O que vale é que isto me dá um gozo! E gozo, porque não quero nem posso fazer mais nada.
Minha irmã, isto é mto bonito e gostava tanto que estivesses aqui...
Nós as duas em Paris, é que era...o insólito duplicava, porque tu,também, vou-te contar... beijinhos, todos.