domingo, 21 de fevereiro de 2010

Ainda o Carnaval

Na sexta-feira à tarde havia uma diligência com menores. Duas crianças, irmãs, iam ser ouvidas, pelos magistrados, do Ministério Público e Juiz de Direito. Há um funcionário a apoiar a diligência.
Existe uma certa etiqueta, uma tradição nestas casas da justiça.
O Juiz e MºPº vestem uma " beca ", por cima da roupa. Como se fosse um vestido, a preceito, até aos pés e preto.
Os funcionários vestem uma capa negra.
Para que fiquem melhor e totalmente esclarecidos, os advogados vestem " toga ". Farpelagem parecida com a dos juízes. Fica ali no meio termo entre o vestido e a capa.
Estas crianças de que falei tinham 7 anos, o mais velho e talvez 5, o mais pequenino.
Brincavam ao balcão com carrinhos pequeninos, miniaturas de marcas poderosas, sendo que o balcão, era a pista.
Vendo o funcionário passar, fazendo quase esvoaçar a sua capa negra, o mais velho perguntou à mãe:
Ele está vestido ao quê?
A mãe tenta explicar.
A criança julga-se ainda no Carnaval e quer saber qual a máscara da criatura de capa preta.
A mãe vê-se nas amarelas, para que a criança perceba que ali é o Tribunal e não estamos no Carnaval...
Para aquele menino, o funcionário da capa preta estava mascarado de Vampiro. Disse-o com todas as letras.
O subconsciente, mesmo dos pequeninos de 7 anos, é poderoso. Ou será que foi só coincidência?

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