domingo, 31 de outubro de 2010

o amor aconteceu


Ouvi uma história daquelas!...

Não jurei que não ia contar e se tivesse jurado tinha levantado o pé do chão, e feito figas nas costas, porque esta história de amor é tão deliciosa, quão forte e bonito é o amor dos seus protagonistas.
Perdoa pessoa que confia em mim. Moça, não vou revelar os nomes, nem dar pistas, não vou dizer onde, quando e porque ouvi essa narrativa. Fica mesmo segredo, vai ser daqueles que guardo e nunca mas nunca que revelo, nem que me torturem, mas...porque nem te imaginava capaz de uma paixão, de um fetiche assim tão peculiar, adorei saber. Eu é que só te perdoo nunca teres contado porque enfim...esqueço rápido e desculpo com facilidade.
A " minha " estória passou-se em Luanda. Onde é que podia ser?
Uma dama que não achava piada a um senhor respeitador e " antipático ", cheio de "manias ", segundo ela. Eu não acho nada disso, mas o moço pode ter mudado com o convívio dela.
Um dia, estavam sentados lado a lado, em circunstâncias que não interessam e ele de perna cruzada, baloiçava o pé descalço. Ela, olhou aquele baloiçar e os olhos entortaram conforme o pé ia e vinha no seu baloiçar. A moça, não estava a perceber, mas o coração dela, coração assim para o solitário naquele dia, começou a fazer poc, poc, poc, poc, apressado. Ela já conhecia essa pressa do coração de outras corridas.
A moça de si para si se disse: Que é isto? Tudo por causa desse pé que é bonito sim senhor, e que se movimenta para a frente e para trás?
E o coração não parava de bater forte.
Tenho a dizer que apesar de não querer dar pistas, esse pé era campeão no desporto, e as mãos também. Altos prémios de campeão de Angola e Nacional ( de Portugal ).
Foi assim que esse encontro que dura até hoje, se deu, naquele dia, olhos no pé, pé que fala linguagem de paixão, coração que responde numa batida forte e incompreensível.
Ele já em tempos que lá iam há muito tempo, de um tempo colonial, ia vê-la no liceu. Bata curta, quase a ver-se as cuequinhas. Cueca, pernas, pé. Fez sentido. Faz todo o sentido. Até hoje.
Ela diz que lhe deu mi gosta, ele diz que lhe deu mi gosta. Eu sei que se gostam muito.
O amor aconteceu-lhes.

4 comentários:

Anónimo disse...

amiga deixa!!!!! esse pé tem conversa!!!! o assunto maior tava na planta do pé......imgina só euzinha a kerer 'fugir' do tal pé e os olhos como k enfeitiçados a virarem-se sempre pro dito cujo pé e a preciar, apreciar...e o coração no poc poc ...bendito pé!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!1

Maria Clara disse...

Tu não existes mesmo, xeeeeeeeeeeé!
Pé? Sukuama!
Nunca tinha ouvido. Paixão por pé?
Com pormenor de ser a PLANTA DO PÉ! Aka!
Não vale a pena ir aos kimbandas,
Não vale a pena esperar príncipes.
Não vale a pena não querer carecas, gordos, kotas, gagos, e outras coisas que a gente sabe, paixão é paixão, e pode descer num pé, numa planta do pé e subir no coração da outra, num poc poc, ritmado e berrido que parece que vai sair na boca.
Amiga, GANHASTE!

Anónimo disse...

assim foi melhor, se tivesse começado por cima era 'varrido' pelo pé, assim foi subindo subindo e instalou-se onde devia, no coração e na cabeça...

Maria Clara disse...

Isso!E está na dose certa. Recomenda-se não é?
Pois então há que conservá-lo. Faz favor de tomar bem conta desse pé, porque o meu kamba merece.
Faz parte da espécie em extinção.
Já não encontras outro igual.