sexta-feira, 26 de julho de 2013

amo-te mar!

foto tukayana.blogspot
Sei que demorei para cá chegar. Nem sei o que me deu. Ou porque não me deu para me contrariar, para me forçar...
Não costumo fazer-me de rogada se quero sentir a maresia, o iodo e o marulhar. 
Movo ar e terra para chegar ao mar. Faço o que for preciso. Para me renascer. Para me enternecer, para me entregar e me revitalizar. 
Porém demorei para cá chegar. Acho desafiei o meu querer. 
Não dei valor para os meus sentires. 
Menosprezei a minha vontade. 
Ri da minha saudade. 
Alterei até o rumo do destino. Fui para norte em vez de rumar a sul.
Diz que há razões que a razão desconhece. Ou será que é o coração? Ou a memória? Ou tão somente a certeza que um dia eu iria e por isso desconsegui me atirar de cabeça, mergulhar na imensidão dessa necessidade tão presente sempre, mesmo se estou rodeada de montes e serras, subúrbios e cidades, apatias e descréditos?!
Isso tudo agora interessa quase nada. Não vou remoer-me de culpas, não vou apresentar desculpas. Nem sequer me sinto arrependida. 
Nada melhor que a gente fingir um pouco de desinteresse. Nada como ir com calma. 
Nada como não irmos com muita sede ao pote. Tudo é preferível a um afogamento. E uma distracção diz que é a morte do artista.
É que eu apesar de tantas vezes quantas vezes desisti, tentei ir. E mergulhar. Em vão. 
Ninguém me ensinou a nadar. E já não sei se me devo atirar de olhos fechados. É que o fundo do mar pode ser lindo de morrer mas o medo de me aleijar é superior. 
Enfim! Neste diz que disse, baralhei-me, parece que levei com um ouriço do mar na cabeça, mesmo antes de lá chegar e à laia de vou ali que se faz tarde, fui ver o mar.
E fiz-lhe uma declaração. Não de papel selado que isso agora rareia, mas usando como garante a minha palavra, que é o que vou tendo. Um pouco mais que as existentes em qualquer dicionário manhoso. 
Não estou arrependida. O mar está lindo. Bangão. Bailarino. Cálido e colorido. Envolvente. Apaixonante. Um charme.
O mar está mesmo como eu lhe tenho sonhado. 
Olha, só um à parte, até porque isso da gente falar com o que não é gente parece coisa de doido e eu nem apanhei sol na moleirinha nem nada, mas parece que não bate a bota com a perdigota, até porque te ofereci resistência, tanto que me deixei ficar por aqui, mas agora que te vejo com olhos de claramente visto, te confesso... Amo-te mar!

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