Acordei como me deitei. Cansada de pregar aos peixinhos. Não os da horta. Esses são surdos, cegos e mudos. Mas deixam-se comer. Para nosso contento.
Acordei a pensar no mar, com um olho no burro e outro no burro, que sempre é melhor do que chamar para aqui ciganos, que estes andam na sua lida, mercados fora, feirando que nem camelos, nunca que nem burros.
E porque acordei farta de dar com os burros na água, sem cana de pesca para ajudar à pescaria, liguei a televisão e mais do mesmo. Ainda não é hoje que vou ver o mar e mergulhar.
Só me resta bater asas e voar, que é como quem diz, vestir as penas do albatroz e sem lamentos nem arrependimentos, procurar a minha turma, rumo a sul. Para sonhar. E já agora, me banhar. Sei que tenho que pedalar muito para lá chegar, mas a minha paciência nem sempre tem limites.
E afinal, posso parar pelo caminho, que aqui ao dobrar da esquina, mas fora de portas, rumando a um destino comum a muitos mortais, que eu gosto de lugares comuns, já não há algas que me impeçam de mergulhar de cabeça no meu sonho de verão.
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