Estou para aqui num faz de conta que amanhã é sábado.Sem sono ou vontade de deitar o cansaço e dormir.Ao deus dará, esquecida do mundo, esquecendo tudo o que incomoda.
Ainda há coisas que incomodam mas que num jogo de cabra-cega se jogam para trás das costas p'ra não pesarem demais.Estou para aqui à procura de motivo para continuar desperta. Atenta e confiante. A pensar em ti, em nós, neles, os que estão perdidos, esquecidos do mundo. E de mim. Neles os que de alguma forma fizeram promessas, acenaram num até já que dura uma eternidade que nunca vai transformar-se em presença. Neles que falharam. Neles, os que não prometendo, deixaram sorrisos, como beijos frescos a saber a hortelã pimenta.
E ensaiaram uma música, soletraram uns versos. Coloriram uma rua. Um rio. Preencheram um deserto. Construiram a ponte. Neles os que se despediram para sempre e deixaram a memória. Estou para aqui traçando destinos que cabem na minha mão e adoçam a minha alma.
Queria ser um albatroz. Um bonito albatroz. Livre e fiel albatroz. E poisar na esperança duns binóculos no alto mar em busca dos voos rasantes e dizer que estou para aqui a olhar futuros de acácias vermelhas, flores de frangipani e sois vermelhos beijando o mar, sem esquecer passados nas corridas atrás do carro da tifa, pão e doce de tomate, jogos de futebol na terra barrenta e vermelha duma infância que avançava devagar e feliz nos dias calmos duma terra abençoada.Estou para aqui, esperando, sempre esperando. Sempre sonhando.
Sempre vivendo com a mente dividida entre a razão e a leveza do coração a saltar páginas de passados e presentes.
Na liberdade do futuro que o sonho dá...
Sempre vivendo com a mente dividida entre a razão e a leveza do coração a saltar páginas de passados e presentes.
Na liberdade do futuro que o sonho dá...
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