quarta-feira, 23 de maio de 2012

estou para aqui...


Estou para aqui num faz de conta que amanhã é sábado.Sem sono ou vontade de deitar o cansaço e dormir.Ao deus dará, esquecida do mundo, esquecendo tudo o que incomoda.
Ainda há coisas que incomodam mas que num jogo de cabra-cega se jogam para trás das costas p'ra não pesarem demais.Estou para aqui à procura de motivo para continuar desperta. Atenta e confiante.  A pensar em ti, em nós, neles, os que estão perdidos, esquecidos do mundo. E de mim. Neles os que de alguma forma fizeram promessas, acenaram num até já que dura uma eternidade que nunca vai transformar-se em presença. Neles que  falharam.  Neles, os que  não prometendo, deixaram sorrisos, como beijos frescos a saber a hortelã pimenta. 
E ensaiaram uma música, soletraram uns versos. Coloriram uma rua. Um rio. Preencheram um deserto. Construiram a ponte. Neles os que se despediram para sempre e deixaram a memória.  Estou para aqui traçando destinos que cabem na minha mão e adoçam a minha alma.

Queria ser um albatroz. Um bonito albatroz. Livre e fiel albatroz. E poisar na esperança duns binóculos no alto mar em busca dos voos rasantes e  dizer que estou para aqui  a olhar futuros de acácias vermelhas, flores de frangipani e sois vermelhos beijando o mar,  sem esquecer passados nas corridas atrás do carro da tifa, pão e doce de tomate, jogos de futebol na terra barrenta e vermelha duma infância que avançava devagar e feliz nos dias calmos duma terra abençoada.Estou para aqui, esperando, sempre esperando. Sempre sonhando.
Sempre vivendo com a mente dividida entre a razão e a leveza do coração  a saltar páginas de  passados e presentes.
Na liberdade do futuro que o sonho dá...
 

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