quarta-feira, 2 de maio de 2012

chá e natas

foto tukyana.blogspot
A Amélia, a Ana, a Rosário e eu, não quisemos ir à missa, nem tão pouco ficar no centro comercial. Fomos à descoberta de um lugar onde houvesse doces regionais. Depressa nos cansámos e escolhemos beber um chá na esplanada do largo da Sé. Bem no coração da cidade. Três crianças jogavam à bola. Um cão corria atrás delas.
A esplanada vazia e uma jovem bonita, com ar citadino vem ao nosso encontro. As mantinhas de cores bonitas nas costas das cadeiras convidam-nos a sentar. Chá de cidreira e de limão e pasteis de nata mornos, com canela e um bate-papo com a jovem que trabalha ali foi o que aconteceu. As crianças eram crias suas e por isso brincavam livremente na praça em frente sob o olhar atento da mãe.
A jovem diz-nos que a cidade está decadente. Os habitantes procuram cidades como a Covilhã e Aveiro. O hospital não serve os doentes. O comércio é mais caro que nas cidades próximas e até a diversão se procura fora de portas. Os estudantes vão estudar para a Covilhã e o resto está de resto e estava na frente dos nossos olhos. Uma imensa desertificação.
A jovem foi simpática. A Amélia falou-lhe duma miúda da sua aldeia de trás-os-montes que ali vivia e ainda não tinha acabado de falar já estava a dizer-nos: Ela vai ali. E de facto, a jovem em questão passava em frente à esplanada. Foi uma festa em terras da Beira. E uma enorme coincidência dado que a cidade apesar de estar moribunda ainda é a capital de distrito. Mas como se dá um pontapé numa pedra e aparece um transmontano nem sequer foi uma coisa de bradar aos céus. Há coincidências felizes, eu que não acredito em coincidências.

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