foto tukayna.blogspot
Eu nunca serei chique. E muito menos rica.
Os meus pés brincaram descalços menos tempo que eu gostaria. Ainda gostam de largueza e suspiram aliviados quando me desfaço dos apertos. E gostam muito de água. Ai se pudessem! Estavam sempre na beira do mar, na beira do rio, na beira da piscina...
Mas na beira dum dilúvio é que não. Não se em vez de botins são umas sabrinas da Parfois. Sim porque eu compro barato porque não sou nem chique nem rica. E como o barato sai caro, este fim de semana que passou bem como o dia de hoje, foram terríveis para as minhas ricas chanatas. Elas até são bonitinhas. E nos tempos que correm, se quero correr tenho de calçar-me deste jeito. Confortável e seguro, digo eu. Aboli os saltos porque caio demais e de perna esticada já está a colega que saiu para almoçar e até hoje não voltou porque caiu nas suas próprias escadas e fracturou uns ossitos que nem sei bem quais são mas foram os suficientes para uma intervenção cirúrgica e mais um mês de perna esticada e sem poder poisar o pé no chão. Que horror se isso me acontecesse. Sem mãe nem pai, nem marido, nem casa térrea, nem carro, nem ajudas, nem dinheiro, nem paciência.
E por essas e por outras é que no domingo calcei as minhas ricas sabrinas porque o sábado foi danado de cansativo e os meus ricos pés se queixaram do calçado escolhido. Não fui única, até porque subir e descer sobre a calçada do tempo da maria cachucha exige umas sapatilhas muito boas. As minhas mais decentes aleijam-me os pés ao fim de uns quilómetros, eu bem que gostaria de ter pés de Cinderela mas tenho de me aceitar com estes pés de gata borralheira. E de forma que doridos que estavam aceitaram, apesar do frio de rachar, nunca tenho frio nos pés, estas queridas sabrinas. E vai daí que fui para Espanha deste jeito. Tão bem ou tão mal calçada que já fui muito gozada mas não estou nem aí para as piadolas. Quando me doem os pés doi-me tudo e só me ocorre a primeira telenovela que passou em portugal e que toda a gente viu, mesmo quem não admite gostar de telenovelas, Gabriela Cravo e Canela - sapato não sô nacib, sapato não!
E enfrentei um belo dum nevão de sabrinas. Canário! Mas fazer o quê se os pés estavam tão doridos que não admitiam qualquer outro calçado? À conta disso não subi ao mosteiro pois quando experimentei fazê-lo entre escorregar na neve e enterrar-me nela até aos gémeos, decidi ir para junto dos menos novos que se encontravam comodamente sentados no interior do autocarro. Desistir não é o meu forte mas nesta altura do campeonato um trambolhão na neve pode criar-me problemas graves como já vi uma criatura que é da família vir a toque de caixa para portugal porque foi armar ao pingarelho para a Serra Nevada e sem saber ler nem escrever resolveu fazer sku e partir-se todinha e lá está, viu-se na tal sala de operações de que não tenho medo, tenho verdadeiro pavor, porque acho que se me acontece, adormecem-me e esquecem-se de me acordar e dormir para sempre num lugar tão frio e impessoal, não me parece bem. Nada bem.
Pois que, então, as minhas ricas sabrinas tiveram um domingo de truz pondo-se à prova. De chuva. De gelo. De neve. É muito para umas sabrinas da Parfois. Que custaram 15 euros. E quando as descalcei sorri-lhes agradecida porque não me deram a liberdade de fazer tudo o que me apeteceu mas não me deixaram descalça. Mas há dias e dias. E domingo era dia santo. Já hoje...
Bem, hoje devia ter tido um gesto de compaixão para com elas. De chuva, o mais adequado seriam botins. Na falta destes, botas...de inverno. Sapatos abotinados. Tudo menos sabrinas. Mas eu não sou chique nem rica e nem gosto de sentir os pés sufocados e acorrentados ao parece bem.
Saí de casa ainda não chovia. Depressa senti uns chuviscos e tive de usar o guarda-chuva. Confiei na sorte e prossegui o caminho. Viaduto acima, percebi que seria apanhada num verdadeiro dilúvio. Ainda me lembrei do prazer que tinha quando chovia a caminho de casa e vinda do liceu. Chegava molhada que nem um pinto mas era tão gostoso apanhar chuva.
Mas não estamos em Luanda embora parecesse, tal era a chuvada que não caiu toda em cima de mim mas deixou dano. Quando finalmente cheguei ao tribunal e me descalcei e as coloquei ao aquecedor é que percebi que foram tão resistentes, tão corajosas, mas coitadinhas, foi demais. E eis que me vi a colá-las com cola daquela que até cola cientistas ao tecto. E foi se quis voltar para casa calçada.
Apesar de me ter sido aconselhado a mandá-las fora, agora estão como novas. É só olhar para elas...
Uma coisa é certa. Eu nunca serei chique nem tão pouco, rica.
Mas na beira dum dilúvio é que não. Não se em vez de botins são umas sabrinas da Parfois. Sim porque eu compro barato porque não sou nem chique nem rica. E como o barato sai caro, este fim de semana que passou bem como o dia de hoje, foram terríveis para as minhas ricas chanatas. Elas até são bonitinhas. E nos tempos que correm, se quero correr tenho de calçar-me deste jeito. Confortável e seguro, digo eu. Aboli os saltos porque caio demais e de perna esticada já está a colega que saiu para almoçar e até hoje não voltou porque caiu nas suas próprias escadas e fracturou uns ossitos que nem sei bem quais são mas foram os suficientes para uma intervenção cirúrgica e mais um mês de perna esticada e sem poder poisar o pé no chão. Que horror se isso me acontecesse. Sem mãe nem pai, nem marido, nem casa térrea, nem carro, nem ajudas, nem dinheiro, nem paciência.
E por essas e por outras é que no domingo calcei as minhas ricas sabrinas porque o sábado foi danado de cansativo e os meus ricos pés se queixaram do calçado escolhido. Não fui única, até porque subir e descer sobre a calçada do tempo da maria cachucha exige umas sapatilhas muito boas. As minhas mais decentes aleijam-me os pés ao fim de uns quilómetros, eu bem que gostaria de ter pés de Cinderela mas tenho de me aceitar com estes pés de gata borralheira. E de forma que doridos que estavam aceitaram, apesar do frio de rachar, nunca tenho frio nos pés, estas queridas sabrinas. E vai daí que fui para Espanha deste jeito. Tão bem ou tão mal calçada que já fui muito gozada mas não estou nem aí para as piadolas. Quando me doem os pés doi-me tudo e só me ocorre a primeira telenovela que passou em portugal e que toda a gente viu, mesmo quem não admite gostar de telenovelas, Gabriela Cravo e Canela - sapato não sô nacib, sapato não!
E enfrentei um belo dum nevão de sabrinas. Canário! Mas fazer o quê se os pés estavam tão doridos que não admitiam qualquer outro calçado? À conta disso não subi ao mosteiro pois quando experimentei fazê-lo entre escorregar na neve e enterrar-me nela até aos gémeos, decidi ir para junto dos menos novos que se encontravam comodamente sentados no interior do autocarro. Desistir não é o meu forte mas nesta altura do campeonato um trambolhão na neve pode criar-me problemas graves como já vi uma criatura que é da família vir a toque de caixa para portugal porque foi armar ao pingarelho para a Serra Nevada e sem saber ler nem escrever resolveu fazer sku e partir-se todinha e lá está, viu-se na tal sala de operações de que não tenho medo, tenho verdadeiro pavor, porque acho que se me acontece, adormecem-me e esquecem-se de me acordar e dormir para sempre num lugar tão frio e impessoal, não me parece bem. Nada bem.
Pois que, então, as minhas ricas sabrinas tiveram um domingo de truz pondo-se à prova. De chuva. De gelo. De neve. É muito para umas sabrinas da Parfois. Que custaram 15 euros. E quando as descalcei sorri-lhes agradecida porque não me deram a liberdade de fazer tudo o que me apeteceu mas não me deixaram descalça. Mas há dias e dias. E domingo era dia santo. Já hoje...
Bem, hoje devia ter tido um gesto de compaixão para com elas. De chuva, o mais adequado seriam botins. Na falta destes, botas...de inverno. Sapatos abotinados. Tudo menos sabrinas. Mas eu não sou chique nem rica e nem gosto de sentir os pés sufocados e acorrentados ao parece bem.
Saí de casa ainda não chovia. Depressa senti uns chuviscos e tive de usar o guarda-chuva. Confiei na sorte e prossegui o caminho. Viaduto acima, percebi que seria apanhada num verdadeiro dilúvio. Ainda me lembrei do prazer que tinha quando chovia a caminho de casa e vinda do liceu. Chegava molhada que nem um pinto mas era tão gostoso apanhar chuva.
Mas não estamos em Luanda embora parecesse, tal era a chuvada que não caiu toda em cima de mim mas deixou dano. Quando finalmente cheguei ao tribunal e me descalcei e as coloquei ao aquecedor é que percebi que foram tão resistentes, tão corajosas, mas coitadinhas, foi demais. E eis que me vi a colá-las com cola daquela que até cola cientistas ao tecto. E foi se quis voltar para casa calçada.
Apesar de me ter sido aconselhado a mandá-las fora, agora estão como novas. É só olhar para elas...
Uma coisa é certa. Eu nunca serei chique nem tão pouco, rica.
1 comentário:
olá. Faz muito bem em não usar calçado desconfortável. Lindas sabrinas. já vi que andou a passear por Portugal.. e ontem esqueci-me de avisar uma amiga quanto ao seu espaço, pois ela gostaria de ver as fotos de Castelo Branco que aí tem, pois é de lá, embora viva no Barreiro. beijos e um abraço. bom fim de semana.
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