sábado, 22 de janeiro de 2011

tentativa

Um sol radioso e frio lá fora. Eu prisioneira de mim própria busco nas imagens de luz uma calma que me abandona na imensa vontade de correr as estradas livres da imaginação. Contemplo a neve, o lago, o silêncio. Busco uma orientação. Cá dentro.
É sábado. Só por isso vale a pena. Sonhar. Procuro as ferramentas. Que rasguem o caminho que me deixe no lugar onde me sento e penso em ti.
E suba ladeiras e desça montanhas e rebole na grama, e pedale picadas, e descanse na sombra, e vôe na gaivota, e espere o comboio, e salte regatos, e embarque na jangada, e corte a onda, e veja o sol se pôr, a lua chegar e escreva Sul...e tu estejas à minha espera.
Hoje sei que não estás.
Não sei se te escondes de mim num jogo de cabra-cega que eu não sei jogar. E sonhar. Ou sei?! Ou se não existes e és fruto de um qualquer momento de sonho da minha louca imaginação.
Eu olho e sinto-te a presença. Ausente, bem sei, que isto é real. Advinho-te os contornos. Ofusca-me a tua cor. Desejo-te os sabores. Percebo-te as esperanças. Partilho as tuas dores. Alegro-me com as palavras. Rio-me da tua graça. Perdoo-te o distanciamento. Confudo-me. Confundes-me.
Sonho-te. Mas ainda não me sento que não sou capaz. Trago presente um passado muito próximo.
Hoje é sábado. Talvez amanhã eu sente e sonhe amanhãs. ou passados presentes. Com a tua ajuda.

1 comentário:

maria disse...

Já não vinha cá há alguns dias. Estou encantada com o que tens escrito.
Gostei muito deste texto.
Força minha querida amiga. Nunca deixes de sonhar.
b.f.s.