quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

mudança

Nunca fui a Cuba.
Aliás, nunca fui a muitos sítios onde gostava de ir. O dinheiro não se estica, só a vontade de ir. E isso é pouco. Mas sei que hei-de ir a Cuba um dia qualquer. Porque quero ir...
Não me ocorre pensar e dizer: Antes que o regime mude e mude tudo...assim é que tem piada. Voltarmos aos anos cinquenta e sessenta.
Ocorrem-me aquelas frases: Adoro criançinhas. Adoro os animaizinhos.
Como se fosse um feito. Ou fosse uma raridade que nos torna melhores criaturas. Ou as criancinhas e os animaizinhos tenham que ser adorados. Então Cuba também se encaixa na adoração superior e arrogante de algumas pessoas. Como se fosse uma jaula de macaquinhos que vamos admirar.
Este parlapiê todo para dar um conselho se é que me é permitido fazê-lo.
Para quem quer voltar a Angola, nomeadamente a Luanda, na esperança de voltar ao passado que deixou, desengane-se. Nada é como dantes. Mas não é ali como não o é em qualquer cidade do mundo que atravessa 35 anos. Esta, com uma nuance. A guerra, que finalmente terminou.
A vossa vivenda já pode ter dado lugar ao arranha-céus, a vossa escola já estará tranformada num ministério qualquer. Ou nem estar. O vosso bairro pode ter virado musseque ou então um bairro elitista, com guardas, mercedes e jipes às portas. O jardim onde deram o primeiro beijo de amor, já se transformou num vasto campo de capim ou num condomínio fechado. A vossa avenida sem árvores hoje pode ter centenas de palmeiras. As quitandeiras vestem corsários e falam ao telemóvel, as negras podem ser loiras e de vastas cabeleiras, extensões de fazer inveja e de olhos cor de mel. As sextas-feiras são o dia do homem e o catolicismo tem rivais noutras religiões, muitas, que se instalaram. Pode chover toda a noite e os mosquitos ferram muito mais que antes. O calão tem palavras estrangeiras. E há menos brancos que havia. Os endinheirados já não são os mesmos. A bandeira mudou de cores. E o hino mudou também.
Esqueçam. Aquilo ali é Angola que por seu turno é África. E ou se gosta...ou se gosta.

4 comentários:

Anónimo disse...

tocaste na ferida amiga, há pessoas k já cá voltaram outras k ainda não o fizeram mas com um denominador comum----KEREM ENCONTRAR LUANDA TAL COMO A DEIXARAM HÁ 35 ANOS...........sinceramente porventura no países pra onde foram em 1975 TUDO CONTINUA COMO HÁ 35 ANOS??????não houve alteração nenhuma?????é evidente k sim!!!!!!

é inconcebível k algumas pessoas apareçam aki 30 e poucos depois e venham com lamexices o género '''
OH AKI ERA NÃO SEI O KÉ,TIRARAM, PARTIRAM, MEXERAM, FIZERA, ACONTECERAM«««««
essas pessoas não regressam á procura do cheiro da terra, do chão k pisaram, da água do bengo, das cores, do mar, o por do sol mas sim do k cá deixaram......a esses aconselho a NUNCA MAIS CÁ VOLTAR, pk não vão encontrar o k procuram...
aos k veem em busca da terra k amam pois sim SEJAM MUITO BENVINDOS

Maria Clara disse...

É isso minha kamba. Eu sei bem que é isso. A minha luta com alguns é que não percebem porque gosto de ir e passei a ir sempre. Ser angolano é mais do que arrotar a lagosta ( também é bom comer lagosta, anh, anh, anh,) ou beber champanhe ( Unh, unh, unh,) e caipirinha de ananás, ou mesmo de lima (que cai na fraqueza?)ser angolano é como tu dizes parar no momento do sol se pôr nas águas mornas, reabastecer de água do Bengo, sair por aí de chinelo no pé, comer manga, ouvir o sotaque, sentir o cheiro da terra...ser angolano é uma forma de ser e estar e nem toda a gente sabe ser.
Beijos grandes e repenicados.

José Carlos Moutinho disse...

Claro..é assim mesmo..as coisas só podem evoluir, nunca regredir...no caso de Angola é para a frente é que é África!!!
Viva Luanda, Angola
Viva Portugal

Anónimo disse...

vivaaaaaaaaaaaaaa