quinta-feira, 19 de julho de 2012

caminhos


Abro portas, fecho portas.
Sou inverno neste  verão
Chove nas minhas esperas
Caminho atrás de quimeras
E dou-me à exaustão
Que fazer do meu abraço
Do meu beijo e do silêncio?
Abro portas. Fecho portas
A todos os meus lamentos
Quero trancar a tristeza
Num lugar longe,
Esquecido
E poder ter a certeza
De que nada está perdido
Fecho portas, abro portas
No luar do céu estrelado
Afasto o vento do mal
Oiço a voz do meu amado
Ondas, kiandas e sal
Nos búzios a marulhar
Esse mar, o meu mar…
Quero a brisa da manhã
E o sol do meio dia
Mais que a promessa vã
Mais que fantasia
Quero a sombra da mulemba
E a acácia se abrindo à cor
Quero kizomba e semba
Quero  mais que um rubor
Quero morrer e renascer
P’ra sempre viver no amor…

m.c.s.

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