foto tukayana.blogspot
Ontem fui acompanhar alguém ali
no Chiado, que precisava provar uns sumos, que funcionam como
desintoxicante, drenagem, limpeza do organismo e supostamente emagrecimento.
Ninguém me disse, eu é que deduzi do que vi. Fiquei fã. A menina foi simpática
e deu-me a provar o sumo feito na hora. Adorei. Tinha banana, pera, alface, espinafres e sumo de um limão. Isto aconteceu
às 11 horas. Só almocei às 15 no Colombo e porque olhei para um letreiro que
dizia – Bifanas de Vendas Novas. Como vi
na televisão os responsáveis deste conceito da restauração falando do seu
recente e bem sucedido negócio, como que uma sineta alertando-me para ver para
crer, tive de repente, um acesso a dar para o carnívora, o que não tem
acontecido ultimamente e aí fui eu atracar-me num menu composto de sopa de peixe, limonada e uma bifana de lombo
de porco ( ótima ) sem maionese ou
mostarda. Nunca gostei de enganar sabores com outros sabores. Diga-se que não
me arrependi da escolha.
Depois entrei no Continente e foi a desgraça total. Apesar de me fugir o pé para o chinelo de meter no dedo, pé rapado, e outras misérias de gente pobre com mente rica, fui visitar a secção gourmet. Se pudesse, enchia o cesto com produtos que me fazem salivar, babar como um cão sôfrego, esbugalhar os olhos como qualquer peixe que se preze. Um dia…um dia vou poder comprar isto tudo. Se vou querer é outra questão. Mas um dia…
A ensombrar-me as ideias e a esperança, tenho uma visão fantasmagórica daquele senhor que fala parece padre velhote querendo convencer o inconvencível. Tiro a franja dos olhos. Sacudo a cabeça. Não quero fantasmas envoltos em lençol negro e caveiras rindo na minha cara. Povoando-me os sonhos e escarniando deles. Um dia…sim! Um dia não vou evitar as lojas gourmet. Nem as outras.
Que diacho! Tenho direito, ou não?
Bem, a minha visita pelo hipermercado que conheço mais que bem dum tempo de lhe assinar o ponto, aos sábados de manhã para fazer as compras para a semana inteira, para aqueles que ficavam em Lisboa, como dizia, a minha visita foi assim num passar a pente fino as prateiras todas. Literalmente. De fio a pavio. Ainda me lembro bem do local onde cada produto se pode achar. E não há dúvida alguma, eu sou filha de merceeiro. Neta e bisneta de negociantes. Gosto de ver os produtos. Ver preços. Perceber as diferenças. Gosto de me passear pelos mercados e supermercados. Depois de ter metido para o cesto um boião de doce de papaia, muito bom, com pedaços do dito e com o sabor aproximável ( não igual ) do doce da madrinha Regina, foi a vez dum saco de “ económicos “. E se ali Angola me despertou o apetite e os sentidos, aqui foi trás-os-montes que me convenceu. Eu amo estes bolos. Porquê? Porque me sabem a Páscoa. A colo de tios, música saindo da violas dos primos, campos e campos, montes e montes, silêncios, origens, sô Santos. Porque me sabem a afectos. Uns e outros.
Hoje, acordei, convencida que ia tratar do saco para me pôr a milhas, metro, comboio, praia, com ela. A Marta, do supermercado cá do burgo, disse-me ontem que tinha uma bela informação para me passar, a propósito duma conversa que tivemos sábado. E assim, para a semana poderei ir para a Caparica de autocarro direto do Olival até lá. Claro que não gosto da praia onde o autocarro vai parar, mas há um pequeno comboio que nos deixa onde quisermos. A minha praia é mais lá para os lados da praia da Rainha. Pobre a sonhar…Caparica! Mas experimentem lá ficar, sem carro, motorista e condições para em 28 minutos se meterem na praia e vão ver como é bom saber dum autocarro que vos leva direto para a praia da caparica . Ah pois é! São as ratoeiras da vida que nos fazem reaprender, apreciar, e agradecer, neste caso, à Marta que me tendo perguntado - porquê que não vai para a Costa? Porquê? Porque é uma canseira lá chegar nos transportes públicos. - Não é nada. Há um autocarro que….vou saber e depois digo-lhe. E zás. Soube e disse. E eu fiquei-lhe grata. Sou pobre mas não mal agradecida.
Claro que acabei por não fazer saco nenhum. E mudando de ideias, percebi que há aqui tanta coisa com que me entreter que me parece que nem ponho os pés na rua, hoje. E vai daí fui para a cozinha fazer o meu pequeno almoço. Macaca de imitação é o que eu sou. Para me aliviar podia dizer que somos todos, mas vou limpar-me com os outros para quê? Aquele sumo d’ontem bateu cá dentro. Mesmo. Se eu olhasse as montras das lojas com olhos de ver, sempre, percebia que aquela ali, tão bazaruka, perfeita lontra, pequena baleia, precisa urgentemente de sumos e mais sumos. Sopas e mais sopas. Água e mais água, a ver se vaza e volta à primitiva forma quando não havia uma montra que escapasse, nem que fosse para ver se tinha baton nos dentes, se a franja estava no lugar, a ver se estava linda. Linda? Hoje? Tarde piaste. Agora só sonhos. Delírios.
Hoje acordei e mudei os planos. Um suminho de vegetais que é uma pressa.
Abri o frigorífico. Como gosto de ver uma geleira guarnecida. Nem sei como sobrevivo à de torres novas que apenas tem leite, iogurtes, queijo, e…leite, iogurtes, queijo. Pouco mais.
Alface, salsa, banana ( vamos ver se não me faz mal ao estômago ) beterraba ( adoro e como como se fosse maçã ), cenoura, sementes de chia e sumo de limão. Ficou ótimo. Ou sou eu que tenho boa boca. Mas não. Ficou mesmo no ponto.
Estou de férias, não fui à praia. Tenho o sol à minha janela. A Pitanga por aqui. O telefone já tocou. Mensagens já mandei e recebi. A televisão ligada. O livro da Sónia, praticamente no fim. O sumo bebido. E muita coisa para fazer que eu não sou kunanga, mas que gostaria ,gostaria. E depois, é melhor mesmo não sair de casa. Os médicos estão em greve. Notável, do meu ponto de vista. Mas vamos que eu tenho um piripaque na praia? A urgência hoje deve estar a mais de mil, num deus nos acuda, proteja e guarde…
Depois entrei no Continente e foi a desgraça total. Apesar de me fugir o pé para o chinelo de meter no dedo, pé rapado, e outras misérias de gente pobre com mente rica, fui visitar a secção gourmet. Se pudesse, enchia o cesto com produtos que me fazem salivar, babar como um cão sôfrego, esbugalhar os olhos como qualquer peixe que se preze. Um dia…um dia vou poder comprar isto tudo. Se vou querer é outra questão. Mas um dia…
A ensombrar-me as ideias e a esperança, tenho uma visão fantasmagórica daquele senhor que fala parece padre velhote querendo convencer o inconvencível. Tiro a franja dos olhos. Sacudo a cabeça. Não quero fantasmas envoltos em lençol negro e caveiras rindo na minha cara. Povoando-me os sonhos e escarniando deles. Um dia…sim! Um dia não vou evitar as lojas gourmet. Nem as outras.
Que diacho! Tenho direito, ou não?
Bem, a minha visita pelo hipermercado que conheço mais que bem dum tempo de lhe assinar o ponto, aos sábados de manhã para fazer as compras para a semana inteira, para aqueles que ficavam em Lisboa, como dizia, a minha visita foi assim num passar a pente fino as prateiras todas. Literalmente. De fio a pavio. Ainda me lembro bem do local onde cada produto se pode achar. E não há dúvida alguma, eu sou filha de merceeiro. Neta e bisneta de negociantes. Gosto de ver os produtos. Ver preços. Perceber as diferenças. Gosto de me passear pelos mercados e supermercados. Depois de ter metido para o cesto um boião de doce de papaia, muito bom, com pedaços do dito e com o sabor aproximável ( não igual ) do doce da madrinha Regina, foi a vez dum saco de “ económicos “. E se ali Angola me despertou o apetite e os sentidos, aqui foi trás-os-montes que me convenceu. Eu amo estes bolos. Porquê? Porque me sabem a Páscoa. A colo de tios, música saindo da violas dos primos, campos e campos, montes e montes, silêncios, origens, sô Santos. Porque me sabem a afectos. Uns e outros.
Hoje, acordei, convencida que ia tratar do saco para me pôr a milhas, metro, comboio, praia, com ela. A Marta, do supermercado cá do burgo, disse-me ontem que tinha uma bela informação para me passar, a propósito duma conversa que tivemos sábado. E assim, para a semana poderei ir para a Caparica de autocarro direto do Olival até lá. Claro que não gosto da praia onde o autocarro vai parar, mas há um pequeno comboio que nos deixa onde quisermos. A minha praia é mais lá para os lados da praia da Rainha. Pobre a sonhar…Caparica! Mas experimentem lá ficar, sem carro, motorista e condições para em 28 minutos se meterem na praia e vão ver como é bom saber dum autocarro que vos leva direto para a praia da caparica . Ah pois é! São as ratoeiras da vida que nos fazem reaprender, apreciar, e agradecer, neste caso, à Marta que me tendo perguntado - porquê que não vai para a Costa? Porquê? Porque é uma canseira lá chegar nos transportes públicos. - Não é nada. Há um autocarro que….vou saber e depois digo-lhe. E zás. Soube e disse. E eu fiquei-lhe grata. Sou pobre mas não mal agradecida.
Claro que acabei por não fazer saco nenhum. E mudando de ideias, percebi que há aqui tanta coisa com que me entreter que me parece que nem ponho os pés na rua, hoje. E vai daí fui para a cozinha fazer o meu pequeno almoço. Macaca de imitação é o que eu sou. Para me aliviar podia dizer que somos todos, mas vou limpar-me com os outros para quê? Aquele sumo d’ontem bateu cá dentro. Mesmo. Se eu olhasse as montras das lojas com olhos de ver, sempre, percebia que aquela ali, tão bazaruka, perfeita lontra, pequena baleia, precisa urgentemente de sumos e mais sumos. Sopas e mais sopas. Água e mais água, a ver se vaza e volta à primitiva forma quando não havia uma montra que escapasse, nem que fosse para ver se tinha baton nos dentes, se a franja estava no lugar, a ver se estava linda. Linda? Hoje? Tarde piaste. Agora só sonhos. Delírios.
Hoje acordei e mudei os planos. Um suminho de vegetais que é uma pressa.
Abri o frigorífico. Como gosto de ver uma geleira guarnecida. Nem sei como sobrevivo à de torres novas que apenas tem leite, iogurtes, queijo, e…leite, iogurtes, queijo. Pouco mais.
Alface, salsa, banana ( vamos ver se não me faz mal ao estômago ) beterraba ( adoro e como como se fosse maçã ), cenoura, sementes de chia e sumo de limão. Ficou ótimo. Ou sou eu que tenho boa boca. Mas não. Ficou mesmo no ponto.
Estou de férias, não fui à praia. Tenho o sol à minha janela. A Pitanga por aqui. O telefone já tocou. Mensagens já mandei e recebi. A televisão ligada. O livro da Sónia, praticamente no fim. O sumo bebido. E muita coisa para fazer que eu não sou kunanga, mas que gostaria ,gostaria. E depois, é melhor mesmo não sair de casa. Os médicos estão em greve. Notável, do meu ponto de vista. Mas vamos que eu tenho um piripaque na praia? A urgência hoje deve estar a mais de mil, num deus nos acuda, proteja e guarde…
3 comentários:
... mais um vez já me ri com o que escreveu, é que gosto da parte divertida da sua escrita não é a primeira vez que isso acontece.
Quanto á gastronomia referida não resisto... vou sair daqui e fazer um desses sumos deliciosos, é que já não consigo pensar em mais nada, sempre gostei e os consumi o prpblema é que nunca encontro tempo para mim ...
Continuação de boas férias
Beijinhos
A apreciadora dos sumos naturais é a Paula
Só depois reparei que não me tinha identificado
Ah...já percebi. :)
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