sábado, 3 de dezembro de 2011

para...lisboa...

foto tukayana.blogspotDepois de quase virar uma estátua de gelo ( quem me mandou ir de corpinho bem feito como se fosse um dia frio de verão? ), enquanto esperava 15 longos e gelados minutos, lá chegou o dito cujo comboio, que pára em todas e mais umas quantas, numa pachorrice de me " enervar " o sistema nervoso, como inventou a Cátia da Casa dos Segredos. A Cátia, senhores, a Cátia Ganhou, como diria o mwangolé se fosse também um jogador do concurso.
O comboio parou e eu avancei para ele. Mas há coisas que só faço se não tiver quem faça por mim. Carregar em botões. Campainhas. Não fui talhada para tal. Quando mete mãos a habilidade foge de mim a sete pés. E o instinto não é coisa natural. Toco? Abres? Não abres? Abriu e eu entrei dando de caras com o pica, meu velho conhecido destas andanças das viagens de comboio a partir de Riachos. Umas vezes para Oriente outras para...pois é.
O pânico instalou-se quando quis dizer o nome da estação e não se fazia luz, e assustada fiquei num, por amor da santa, que o pica é que teve de dizer que, senão ia para o Oriente ia para Santa Apolónia, uma vez que eu lhe dissera:
- Era um bilhete para...Lisboa. E aqui já eu tivera uma dolorosa branca que me fez subir um calor à cabeça e um frio que me arrepiou o dedo grande e dormente do pé daquela perna que sofe de " aziática " ( no dicionário da Cátia mas que apenas quer dizer ciática ) duma hérnia antiga na lombar ( que por acaso (?) me tem aborrecido ).
O pica olhava-me num misto d'olhos de carneiro mal morto e sorriso de pavão. Foi constrangedor e mais do que tudo assustador.
Canário! Às 8 e pouco dum sábado solarengo mas frio de regelar os ossos todinhos do corpo, depois de dois dias fechada em casa tendo como companhia o computador, o skype e o facebook, o telefone, a televisão e a preciosa e imprescindível Pitanga, depois de passar os ditos dias lutando para vencer uma kamueca que se me deu de ver tudo à roda ( tipo bêbeda (?), já tive isto ) e sintoma puxando sintoma ( se não me acautelasse ainda estava lá agora, de molho, sentindo-me a mais desgraçadinha das criaturas ), já dava comigo a chorar baba e ranho, depois de jantar no mano Zé um jantarinho de alto risco, apesar das minhas entranhas estarem desgraçadinhas de todo, aqui estou eu meio esclerosada num pânico que nem quando o homem disse - santa apolónia , eu respirei aliviada. Pelo contrário. E apelei aos Coldplay cantando ao meu ouvido don't panic, pois o futuro a Deus pertence.
O Ribatejo fica para trás. Como gosto de ver a lezíria nas minhas costas...que bela que é a lezíria...
E também gosto de ir com o Tejo na minha esquerda. E chegar a Lisboa...
Dou comigo a pensar que sou mortal. E que alguém hipocondríaco uma vez, para sempre hipocondríaco. Não consigo esquecer que me esqueci do nome da estação...
Bem, a minha cabeça também serve pra ir ao cabeleireiro e um dia destes nesta loucura que temo, ainda apareço loira.
Só que continue a saber para que serve o comboio! É que isso de ficar a ver passar os comboios e perder a viagem, dá comigo em doida, mas isso pode acontecer aos melhores, não?
Não?!!!

6 comentários:

Anónimo disse...

ai de ti k me apareças loira em Luanda......

nuno medon disse...

" dedo dormente do pé grande" não sabia que a Maria Clara tinha um pé maior que o outro... isto é brincadeira. percebi muito bem que quis dizer o " dedo grande do pé ". Viajar de comboio é sempre bom, faça sol ou faça chuva. kisses

Maria Clara disse...

Amiga, ainda não enlouquei, mas...não se pode dizer que desta água não beberei.
Se aparecer loira em Luanda me interna já, faz favor.

Maria Clara disse...

Nuno, eu nunca disse que sabia português na ponta da língua, quer dizer na ponta dos dedos. E depois, alguém saberá? Com tanto acordo ortográfico a gente troca a ordem e pronto. Quem não entendeu que entendesse mas eu confio que quem aqui vem ler sabe mais que eu e por isso perceberá o que com esforço quero dizer.
Mas...para sua informação o meu pé esquerdo é mais pequeno que o direito e o dedo grande a que me refiro, fica algures no pé direito.
Esforçei-me para que entendesse. Espero ter conseguido.
Obrigada pelo reparo. Hei-de lá ir alterar isso, não vá o diabo tecê-las e alguém com as minhas capacidades cá vir ler e acreditar que eu tenho realmente um pé maior que outro de forma a que mereça reparo.
Bom fim de semana e continue à coca.

nuno medon disse...

não sabia que era possível ter um pé mais pequeno que o outro..fiquei a saber. e sim, eu estava apenas a brincar consigo, mas não com o intuito de a criticar. Á cuca Maria Clara.. beijos e

Maria Clara disse...

Continuar à coca, não é snifar. Lololol!
Deus que me livre aconselhá-lo nessa prática.
É sim, continuar atento.;)
Continuar à cuca não sei o que quer dizer.
No Brasil cuca quer dizer cabeça. Em Angola é a marca de uma cerveja...