quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

penhora



Começa Dezembro.
Acaba um feriado nacional. Importante.
Ou não?!

Maio, Julho e Dezembro, são os meses do calendário que mais me inspiram. O primeiro porque é o mês das flores. Ensinaram-me isso de pequenina. E de pequenino é que se torce o pepino. E eu gostei de flores até à primeira perda, precisamente em Maio.
É o mês de Maria. Também me ensinaram isso na catequese. E fiquei católica de pequenina.
Julho porque lembra cacimbo. É cacimbo. E mês do meu nascimento. Do começo de mim. Também me ensinaram a amar esse dia do nascimento e eu aprendi na perfeição, numa de aluna de quadro de honra, até hoje.
Dezembro! Ensinaram-me que é o mês do Natal. O mês das férias. Das prendas. Da árvore de Natal e do presépio. Da família e da união. Dos feriados.
Último mês do ano. Do final que se renova.
Do final que se renova...
Dou comigo no início de Dezembro, num feriado que se acabará no calendário. Que já se acabou na memória. Não sei se tenho pena que acabe no calendário. Não sei se lamente quem o matou. No calendário e na memória.
Sei que estou no início de Dezembro querendo que o ano de 2012 chegue rápido. Desejando futuros. Mais felizes.
Sei que não conto pelos dedos os dias que me separam do Natal. Sei que me sinto indiferente às datas.
Não sei o que é o espírito natalício. Não me fica bem perguntar se alguém sabe, mas que tenho vontade de o fazer tenho.
Pode ter-se espírito natalício se nos roubam a alegria? E o presente? E o futuro? Que família resiste a dias maus e sem perspectivas?
Começa Dezembro e a carga psicológica que carregamos nesta época acresce num peso que o povo não aguenta.
Será que em vez de acabarem com o feriado da Restauração da Independência ( eles lá sabem, pensando bem faz sentido, o que vale é que até tenho uma costela espanhola, olé olé!!! ) porque não acabam com o Natal? Assim como assim nem todos são católicos, nem todos são cristãos. Nem todos têm religião. E depois, a igreja não abriu mão de dois feriados? Há-os mais importantes uns que outros? Isto está a fazer lembrar-me a bula paga noutros tempos na semana da Páscoa. É que parece que são outros quinhentos mas não são, o negócio é parecido.
Escandalizados? Não fiquem. É que portugueses, todos somos...uns mais que outros, mas somos.
Não nos ensinaram que o natal é todos os dias?
E Restauração da Independência da pátria será que convêm ensinar? Faz sentido? Até me me apetece dizer que agora tarde piaste...
Independentes! O que é isso? Acorrentam-nos na vida e a vida, e as penhoras vão acabar-nos com os dias livres, com a mente sã. Com o corpo são. Não há Natal que resista...
Começa Dezembro. O que vale é que à velocidade que as 24 horas dos dias correm, depressa estaremos no novo ano. No arruinado e triste ano de 2012.
Que o bom senso não permita que se gastem fortunas em foguetórios porque nada temos para festejar. E depois, com tantos iluminados ainda o país pega fogo como no estádio da Luz. Afinal faz sentido, pois os benfiquistas não são 8 milhões e mais alguns, não daclarados? Praticamente todo o país ardendo, num à beira-mar afundado.

5 comentários:

nuno medon disse...

olá! desde que tenhamos sempre o feriado a 25 de Dezembro ou 1 de Janeiro, é o que importa. espero eu... kiss

Maria Clara disse...

O que eu gostava mesmo era de feriado a 12 de Julho, 10 de Setembro e 27 de Novembro. Os outros podiam eliminar todos a ver se me fazia algumas cócegas...

Maria Clara disse...

Ai que a boca, quer dizer o dedo fugiu-me para a verdade. 10 de Setembro podia ser feriado também mas o que eu queria mesmo era 10 de Novembro. Como eu ando com a cabeça que já nem filtro...;)

Anónimo disse...

Deviamos entrar no Novo Ano vestidos de negro isso sim.

bjbj

Lena

maria disse...

Texto magnífico.
Parabéns.
Bjs Clarinha e b.f.s.