foto tukayana.blogspotNum dia de decisões importantes, na serenidade de quem pensa ter decidido a coisa certa, as idéias atropelaram-se numa ordem desordenada, que nem eu, que agora já não vou lá, quer dizer, eu vou, os outros é que não, mas isto é capaz de estar por um fio mesmo, mais ou menos, foi o que me disseram onde estive hoje de manhã, numa berrida, torres novas, lisboa, lisboa, torres novas. E as idéias que são como as conversas que por sua vez são como as cerejas, não as evitei porque o que eu quero mesmo é ter idéias. Ah, antes das idéias que me fizeram serenar, até porque há decisões que se tomam sem consulta, sem conselho, sem que outros saibam e não por ser às escondidas, mas às vezes esses outros só atrapalham e conversa de pé de orelha só com o Criador que cá p'ra mim diz que sim a tudo o que a gente pede, depende é das palavras que usamos e mais uma vez ( na vida não foram muitas as que Lhe responsabilizei ) me entreguei e também à minha decisão nas Suas mãos e acho que ficou tudo bem entregue, porque não hesitei, não tremi, não senti medo. Só pode ter sido a mão de Deus, mas ainda, e daí o meu ah de à pouco, Lisboa estava linda, fria, solarenga, alegre, trabalhadora e turista. Em saldos. O povo queimando os últimos cartuchos que mais uns dias e estamos em 2012 e vem aí chumbo.
Me alegrou pensar que daqui por um ano, mais coisa menos coisa posso estar a viver lá. Me alegrou um pensamento de tanta proximidade com o real.
Subi dos Restauradores para a avenida da Liberdade, depois de ter estado na expo, no campus da justiça. Mas onde queria mesmo ir era ao restaurante vegetariano ali perto da praça da alegria. E então a saudade chegou. Não sei se porque o que me levou a Lisboa faz sentido, todo o sentido porque afinal andei uma vida à espera desse momento para transformar a minha vida em momentos onde a saudade se poderá encontrar com o que tem de ser, não sei se porque o avô Carvalho me acompanha sempre, mas lembrei dum dia, lembrei vários dias, depois. Lembrei que nesse primeiro dia chegou uma carta com o meu nome no destinatário. Sempre era o meu nome que ele escrevia nas cartas que mandava para a família. E todos a podiam ler...carimbo dos correios do Algarve e um relato triste com final feliz. Viera de Moçâmedes com a família que tinha, companheira e dois filhos. Meus tios. Numa traineira. Até ao Algarve. E ali permanecera. Até que a Manuela, minha tia, caira na piscina vazia, do hotel onde estava alojado e fizera traumatismo craniano. Levada para um hospital de Lisboa, a família pegara nas imbambas e mudara-se de armas e bagagens para uma pensão que existia numa praça, quase no centro. A primeira vez que o visitei acompanhada da minha kamba Milú que na altura estava a viver em Lisboa, foi uma emoção. Não pudera ir ao Algarve antes que ficava no cu do mundo para a nossas magras economias, 5 contos cada um dos adultos, dera 15 contos. Dinheiro permitido para a troca. Olhando para trás para esse passado, só me apetece dizer, grandes sacanas que até a dignidade nos tiraram.
Grandes sacanas que até a dignidade nos querem tirar...hoje, ainda, no fim de 36 anos. Mudaram de pais para filhos mas trazem nos genes o desrespeito pelo povo. Ocorre-me agora que nunca mais a gente ouviu falar do dominguinhos. Porque será?
E é por falar em tirar que eu hoje fui que nem um foguete a Lisboa e é por falar em tirar que o meu pensamento lembrou o avô Carvalho. E por isso tudo a saudade voltou forte, quando subi a praça, onde um dia fui visitar o avô.
Me alegrou pensar que daqui por um ano, mais coisa menos coisa posso estar a viver lá. Me alegrou um pensamento de tanta proximidade com o real.
Subi dos Restauradores para a avenida da Liberdade, depois de ter estado na expo, no campus da justiça. Mas onde queria mesmo ir era ao restaurante vegetariano ali perto da praça da alegria. E então a saudade chegou. Não sei se porque o que me levou a Lisboa faz sentido, todo o sentido porque afinal andei uma vida à espera desse momento para transformar a minha vida em momentos onde a saudade se poderá encontrar com o que tem de ser, não sei se porque o avô Carvalho me acompanha sempre, mas lembrei dum dia, lembrei vários dias, depois. Lembrei que nesse primeiro dia chegou uma carta com o meu nome no destinatário. Sempre era o meu nome que ele escrevia nas cartas que mandava para a família. E todos a podiam ler...carimbo dos correios do Algarve e um relato triste com final feliz. Viera de Moçâmedes com a família que tinha, companheira e dois filhos. Meus tios. Numa traineira. Até ao Algarve. E ali permanecera. Até que a Manuela, minha tia, caira na piscina vazia, do hotel onde estava alojado e fizera traumatismo craniano. Levada para um hospital de Lisboa, a família pegara nas imbambas e mudara-se de armas e bagagens para uma pensão que existia numa praça, quase no centro. A primeira vez que o visitei acompanhada da minha kamba Milú que na altura estava a viver em Lisboa, foi uma emoção. Não pudera ir ao Algarve antes que ficava no cu do mundo para a nossas magras economias, 5 contos cada um dos adultos, dera 15 contos. Dinheiro permitido para a troca. Olhando para trás para esse passado, só me apetece dizer, grandes sacanas que até a dignidade nos tiraram.
Grandes sacanas que até a dignidade nos querem tirar...hoje, ainda, no fim de 36 anos. Mudaram de pais para filhos mas trazem nos genes o desrespeito pelo povo. Ocorre-me agora que nunca mais a gente ouviu falar do dominguinhos. Porque será?
E é por falar em tirar que eu hoje fui que nem um foguete a Lisboa e é por falar em tirar que o meu pensamento lembrou o avô Carvalho. E por isso tudo a saudade voltou forte, quando subi a praça, onde um dia fui visitar o avô.
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