domingo, 4 de dezembro de 2011

nevralgias, manias e outras fantasias



Como as coisas são...
Uma criatura sente-se doente, assume todos os ares de vítima da doença e age em conformidade. Como se sente mal fica em casa e como quer companhia vai para o computador. Quer dizer, abraça o dito, coloca-o ao colo, para se sentir mais aconchegadita e entra no facebook. ( será mesmo verdade que quem não tem vida é que tem facebook? São bocas que oiço e não sei porquê acho que são-me destinadas, porque todos os dias lá vou e com muito gosto )
E o que descobre? Que as amigas com quem mais fala no chat estão doentes. Mas estão lá. ( outras que também não têm vida? Mentira. Uma delas tem sete vidas como os gatos apesar de os odiar, embora me diga sempre a propósito da Pitanga que gatos só dos outros )
Solidariedade? Ou o mundo desta faixa etária está a prescrever?
Uma, que diz que está que nem pode andar com dores, insurge-se contra mim porque eu ainda não fui ao médico. Nessa falta minha, coloca-se no papel do doutor e encontra um nome para a minha doença que já esqueci, deus que me livre ficar a matutar nisso, diz que o nome tem a haver com labirintos, faz sentido pois tem a haver sobretudo com o ouvido interno. Com o líquido do ouvido médio que nos pôe a cabeça à toa. Diz ela. Assusta-me, ainda que eu lhe diga: é pá minha, eu sou hipocondríaca, ah e tal e coiso que o meu filho também é, como se para uma criatura com este problema, companhia fosse solução. O que é que eu faço com um hipocondríaco? O que fazem comigo. Não me ligam nenhuma.
Adianta-me o nome do medicamento, como se eu fosse comprá-lo. Insiste pelo tratamento, pela visita ao médico e eu não tenho outro remédio senão desabafar dizendo-lhe que odeio, que tenho medo deles. Que a gente começa por uma auscultação e não sabe onde acabará. Volta a insistir, desta vez aconselhando-me o " meu " médico. Tenho que lhe dizer que o dispensei há 4 anos quando fui dispensada pelo " falecido ". Uma questão de deslealdade que não quero e também não posso contar em nome de mais de 20 anos entrando naquele consultório, mas bati com a porta para nunca mais. E fiquei com esse ódio de estimação.
Continua chovendo no molhado; porque precisas de ser tratada, porque tens mesmo de ir ao médico. Digo que eles, os médicos são um vício. Uma vez no médico, para sempre nele. Ela ri e concorda. E diz uma coisa fantástica, que a faz esquecer as doenças, partindo para a saúde.
- O meu ortopedista bem que não me importava que fosse. E começa a descrever o senhor, que diga-se de passagem achei um exagero pois já não há criaturas dessas . Muito alto, magro, moreno o ano todo, grisalho e olhos verdes. Os olhos verdes, é a única coisa que não está nas minhas fantasias, quer dizer, ortopedista também, mas pronto, está nas dela que é o que importa, que pode estar doente mas não se sente imprópria para consumo. Na mente.
A conversa a partir daqui não se pode contar. Não por mim, mas por ela.
Ainda não a tinha largado de mão já estava a falar com outra amiga doente. Sozinha numa cama de hotel ali para os lados daquele continente que encaixa com África. E sem poder de lá sair, ligada que estava ao banheiro né?
E lá desatamos nós a falar de vómitos, intestinos, diarreias, vesículas, intoxicações, bolachas de água e sal, água de coco, caldos, como verdadeiras mulheres da bata branca. Sobretudo eu a fazer o papel da outra anterior e pelos sintomas diagnosticando uma intoxicação alimentar que foi canja, trigo limpo farinha amparo.
Uma coisa boa no meio disto tudo, barriga mais lisa, um incentivo para uma boa dieta que a deixará nos trinques.
Resumindo e concluindo, ontem à noite algures no mundo eu e mais duas, tivemos um serão de truz como verdadeiras catatuas desanimadas e prescritas enquanto o mundo gozava um sábado à noite. Ora eu!...
As melhoras, minhas kambas!

2 comentários:

maria disse...

Fui fazer um fim de semana prolongado para o sul e não pude ler as novidades. Muito me contas.
Minha amiga, estamos fritas. Começam a chegar todas as maleitas e mais algumas.
As tuas melhoras e das amigas idem.
Uma boa semana. Bjuuuuus

nuno medon disse...

as melhoras para si também. como eu queria ter um portátil, para estar no quentinho, nas noites frias de inverno.. uma coisa é certa, no facebook ou msn, uma pessoa ainda se vai rindo, diverte-se, fala com as amigas, com os primos, com os blogger´s que conhece ao vivo e com aqueles que não conhecemos ao vivo e a cores. faz muito bem em falar com as suas amigas. beijos e um abraço