É a pessoa viva mais antiga na minha vida.
Estava lá quando a mãe engravidou de mim. Estava lá quando a mãe e o pai casaram. Estava lá nas fotografias, sorrindo, ainda um menino de 15 anos. Estava lá sempre. Está lá...
Esteve lá para tudo. Para irmos à praia. Para irmos ao futebol. Ao basquete e hoquei. Para me ensinar a dançar. E até para jogar futebol no quintal da casa. Para me encantar.
Falava bonito. Como um político ou um locutor de rádio. Dizia palavras difíceis para o meu vocabulário básico de criança com mundo físico pequenino, que pouco mais era que a avenida brasil e que quando saltava o muro para a realidade da cidade a maior parte das vezes era levada por ele.
Era bonito. Charmoso. Bangão, no seu cabelo com brilhantina que luzia, na roupa que vestia. Gingão. Mãos bonitas. Voz bonita.
Inteligente e generoso. Simpático. Conhecia meia Luanda e o Andulo inteiro. E Cabinda.
Na loja, falava dialeto com o povo, que até as quitandeiras diziam, aka, esse menino sabe, rindo gargalhadas de cumplicidade.
Era o orgulho do sô Santos. Da mãe que não tinha irmãos, naquela época. Eles eram os pais que ele não tinha ali. Contam as minhas vizinhas que quando com 5 anos mudei de casa para ser vizinha delas me perguntaram quem era ele e eu respondi que era o meu irmão mais velho.
Depois andou pelo mundo. Quando voltou de Cabinda, trazia a mala cheia de coisas boas. Era um sonhador.
Trazia chocolates. Daquelas tabeletes enormes e grossas que se vendiam a bordo dos paquetes. Muitas fotografias. E muitas revistas Elle. Voltara mais charmoso. Cantando a canção que passou a ser a sua marca até hoje que até as minhas vizinhas se se debruçam no passado cantam a canção dele, fica comigo esta noite e então seremos felizes...
Tinha muitos amigos. No largo Camilo Pessanha era o herói dos mais novos. Ainda hoje há quem me diga que ele era fantástico. Continua na memória de todos os que com ele privaram ainda que viva distante e de vez em quando recebe visitas para mais um abraço. Encontram a porta aberta. A porta que sempre esteve aberta para receber e ajudar quem precisa.
Quando casou, foi responsável pelo amor que me cresceu pela mulher da sua vida e pelos filhos que depois nasceram.
Quando chegou a Portugal, conquistou a família que não o conhecia e passou a ser o mais respeitado. Uma referência de ser humano de excepção.
Ele é um dos homens da minha vida. Num amor de cinquenta e seis anos.
Num amor que não se discute, questiona ou avalia. Num amor que me torna melhor.
Hoje completa mais um ano de vida.
Parabéns tio Augusto. Tudo, mas tudo de bom.
E obrigada por ser meu tio sempre.
Estava lá quando a mãe engravidou de mim. Estava lá quando a mãe e o pai casaram. Estava lá nas fotografias, sorrindo, ainda um menino de 15 anos. Estava lá sempre. Está lá...
Esteve lá para tudo. Para irmos à praia. Para irmos ao futebol. Ao basquete e hoquei. Para me ensinar a dançar. E até para jogar futebol no quintal da casa. Para me encantar.
Falava bonito. Como um político ou um locutor de rádio. Dizia palavras difíceis para o meu vocabulário básico de criança com mundo físico pequenino, que pouco mais era que a avenida brasil e que quando saltava o muro para a realidade da cidade a maior parte das vezes era levada por ele.
Era bonito. Charmoso. Bangão, no seu cabelo com brilhantina que luzia, na roupa que vestia. Gingão. Mãos bonitas. Voz bonita.
Inteligente e generoso. Simpático. Conhecia meia Luanda e o Andulo inteiro. E Cabinda.
Na loja, falava dialeto com o povo, que até as quitandeiras diziam, aka, esse menino sabe, rindo gargalhadas de cumplicidade.
Era o orgulho do sô Santos. Da mãe que não tinha irmãos, naquela época. Eles eram os pais que ele não tinha ali. Contam as minhas vizinhas que quando com 5 anos mudei de casa para ser vizinha delas me perguntaram quem era ele e eu respondi que era o meu irmão mais velho.
Depois andou pelo mundo. Quando voltou de Cabinda, trazia a mala cheia de coisas boas. Era um sonhador.
Trazia chocolates. Daquelas tabeletes enormes e grossas que se vendiam a bordo dos paquetes. Muitas fotografias. E muitas revistas Elle. Voltara mais charmoso. Cantando a canção que passou a ser a sua marca até hoje que até as minhas vizinhas se se debruçam no passado cantam a canção dele, fica comigo esta noite e então seremos felizes...
Tinha muitos amigos. No largo Camilo Pessanha era o herói dos mais novos. Ainda hoje há quem me diga que ele era fantástico. Continua na memória de todos os que com ele privaram ainda que viva distante e de vez em quando recebe visitas para mais um abraço. Encontram a porta aberta. A porta que sempre esteve aberta para receber e ajudar quem precisa.
Quando casou, foi responsável pelo amor que me cresceu pela mulher da sua vida e pelos filhos que depois nasceram.
Quando chegou a Portugal, conquistou a família que não o conhecia e passou a ser o mais respeitado. Uma referência de ser humano de excepção.
Ele é um dos homens da minha vida. Num amor de cinquenta e seis anos.
Num amor que não se discute, questiona ou avalia. Num amor que me torna melhor.
Hoje completa mais um ano de vida.
Parabéns tio Augusto. Tudo, mas tudo de bom.
E obrigada por ser meu tio sempre.
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