quarta-feira, 4 de maio de 2011

hoje eu acordei

Enquanto oiço " âmbar " de Betânia, olho à volta. O sol parece ter-nos brindado. Ocorre-me que estou mal aproveitada, assim, num autocarro, a caminho do trabalho. Fechar-me numa repartição entre quatro paredes, processos e eteceteras...Um dos putos que entrara momentos antes, diz para uma miúda: Carminho, diz depressa, sopa e palhaço, seguidos. Ela ri-se. " Essa nem um puto de seis anos, meu. Julgas que sou retardada ou quê?, Diz tu..." Olho à minha volta. Os cinco do costume já entraram e tomaram assento nos lugares cativos, como sempre. Respondi ao cumprimento matinal aí umas dez vezes, porque há também aqueles passageiros ocasionais, que me conhecem e vice-versa. Sorri. Hoje sou sorriso fácil. Ouvindo Betânia, apetece-me dar largas a um desejo que nunca resolvi por incapacidade, e dar voz que não tenho, cantando até que a voz me doa. Nem a corrida até ao autocarro me cansou e indispôs. Ou desmotivou. Hoje estou mais leve. Assim um " cibinho ", como diria a minha prima Leonor, transmontana de gema. Vesti-me de preto, só para fazer pandã como meu relógio novo, oferta das crias. Muito me segurei para não o usar logo na 2ª feira. Estou mudada. Por aqui se vê. A sede ao pote já lá vai... a seu tempo tudo se faz. Este relógio lembrou-me horas. Atrasos. E não é que saí de casa depois das oito?! Na banga, exibindo o pulso que ninguém viu, e numa berrida daquelas, até à paragem do TUT. Dobrava a esquina, quando vi o meu autocarro aparecer e parar em frente às miúdas que se tornaram amigas quase íntimas. Confesso que pensei que diriam ao motorista que não é o sr. margarido, sabe-se lá porquê, que eu vinha lá, qual rosa mota, pois que olharam para trás e viram-me. Entrei no autocarro e o sr. motorista bem disposto disse-me: Eu esperava pela senhora. Quando aqui cheguei, perguntei: Onde será que anda a senhora do tribunal? E as meninas disseram que vinha lá. " Ai elas disseram? " perguntei e agradeci. " Vem cansada. " Quase morta, respondi. Agora, já bem repousada oiço Lura, Na ri na, e sinto-me praticamente em festa. Vou trabalhar, mas vou feliz. O nosso primeiro ontem à noite descansou-me. Diz que não nos mexem no 13º e 14º. Aliviei. As minhas ricas férias já as tinha mandado para o brejo. Há uma escapadela de 5 dias para me escapar para sul. Há o sul mais a sul para lá mais para o meio do ano que vem, não havia era subsídio. Agora, que ainda a procissão vai no adro só me apetece acompanhar o Zeca Baleiro no Telegrama. " Eu estava triste, tristinho...Mas ontem recebi um telegrama...dizendo, nêgo, sinta-se feliz...por isso hoje acordei com uma vontade danada de mandar flores ao delegado, de bater na porta do vizinho, desejar bom dia, de beijar o português da padaria..." Hoje eu acordei...

3 comentários:

nuno medon disse...

olá! Espero que passe boas férias, no Sul. E que a boa disposição se prolongue até ao final do dia. beijo

maria disse...

Olá Clarinha!!!!!
Filhote em casa e tu feliz.
És tão transparente minha amiga......
Bonito texto, como sempre, claro.
Beijinhos

maria disse...

Olá Clarinha!!!!!
Filhote em casa e tu feliz.
És tão transparente minha amiga......
Bonito texto, como sempre, claro.
Beijinhos