sábado, 14 de maio de 2011

raízes

Este é o Solar de Vilar. Da Aldeia de Vilar. Na Beira Alta. Ouvi falar deste Solar, desde que nasci. Conservo fotografias dos antigos donos desta casa lindíssima. Não. Não me pertenceu nem pertence. Mas pertenceu aos padrinhos da minha mãe. Aqui, a D. Celeste, brincou desde pequenina até viajar para Luanda. Há fotografias da mãe e da avó na escadaria interior, ainda era uma menina e a avó uma mulher formosa. Este solar fica no largo da aldeia. Foi recuperado e hoje serve para eventos. Em frente, do lado contrário do largo, existe uma casa térrea, toda em pedra, lindíssima e rodeada de um quintal com tileiras. Essa casa era pertença da casa grande ( o solar ) e foi oferecida à minha avó Rosalina das Dores, quando casou com o avô Carvalho. Foi ali que a minha mãe viveu desde o seu nascimento até sair de Portugal. Devem estar a pensar que eu herdei a tal casinha de pedra, linda de morrer, no largo da aldeia. Enganam-se. Como foi tudo feito sob palavra de honra, quando os herdeiros dos donos do solar herdaram tudo o que a nossa vista alcança e não alcança, não existia papel nenhum escrito e obviamente a casa de pedra que os meus avós deixaram na década de 50," foi com os cães ", sem ofensa para ninguém, evidentemente. Esta foi uma versão que me contaram, os que ficaram cá neste mundo para contarem. Sujeita a reparos, pois é uma história que pode ter contornos de estória da carochinha. Apesar de ter ganho fama de materialista por há muitos anos, talvez 30, ter dito que se me saísse o totoloto queria uma piscina só para mim, coisa idiota, ou não..., na verdade não sou materialista e pelo andar da carruagem, qualquer pessoa pode perceber isso, mas, não o solar, que nunca foi prometido à afilhada ( os padrinhos da mãe Celeste não tinham filhos, ahn??? estão a ver o filme??? ) mas a casita de pedra com vista para o solar e para o caramulo, bem que podia tê-la herdado. Se algum dia visitarem a Aldeia de Vilar, observem a dita. Qualquer pessoa gostaria de ter uma casa numa aldeia perdida nas Beiras, eu pela mesma razão que os outros e mais uma, ser o lugar das raízes e da origem, adoraria.

Tenho um amigo querido que me " fez procurar " o solar e publicar aqui este post, pois que habitualmente aqui vem, e desta feita, leu o que escrevi sobre a minha mãe no dia 9 e mandou-me mails sobre a região. Obrigada pelo carinho, G.M. Não posso deixar de dizer aqui que me comove os mimos com que sou mimada, sobretudo quando envolve os meus pais. Beijos no coração, meu amigo.

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