Há dias frios de arrepiar.
Feios de fugir. E tristes de ir às lágrimas. E voltar.
Para, ainda assim, espreitar o dia, à espera d' um golpe de ar.
Duma brisa vinda do mar. Duma mão a acenar.
D' um sol piscando o meu olhar.
Há nos dias frios, feios e tristes, um desejo espiritual de fazer correr o tempo para diante. Correr com ele e deixá-lo ficar para trás. Vencendo-o.
Há um desejo visceral, um elo, uma tentação ou feitiço, que me empurra para a frente e se devolve a mim todos os dias, sejam frios, feios ou tristes, quentes de escaldar, belos e sorridentes.
Hoje, vou andando, a passo de caracol, entre o tempo que te sonho e aquele que a alma sente quando se expõe. Ao ritmo de ontem. Nem correndo nem parando. Indo...
Quem sabe amanhã, nos encontramos, num ir e voltar, na hora certa e tempos iguais? Quando a flor florir, a rosa dos ventos for generosa e a primavera desconseguir se esconder nas nuvens que têm pairado no universo, roubando-me o sorriso que te quero oferecer sempre, faça chuva ou faça sol, haverá uma probabilidade única e tentadora dos céus se unirem e nos colocarem no mesmo trilho. Só para nos verem rindo à gargalhada. De nós.
Passeio-me nessa ideia, na espera desse dia...
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