domingo, 2 de fevereiro de 2014

O Tempo

O tempo dá-se ao tempo.
E eu, roubo ao tempo a alegria das horas esquecidas.
A riqueza dos dias claros. O prazer dos tempos mortos.
A raridade dos segundos singulares. 
A saudade de cada minuto de encantamento. 
O amor dos momentos vividos.
A paixão de mil e uma noites. Que o tempo deu e levou.
Para me renovar...
Sento-me nas tardes longas que o tempo não apagou de mim e canto a canção do mar.
Do céu. E da lua. Dessa certeza de amar, que é minha e tua.
Danço à luz das estrelas, cintilo tal como elas e deito a minha inspiração, no leito do sonho acordado. No desejo adormecido. 
Alcova do futuro sonhado... 
O tempo dá-me tempo.
Pôr de sois, amanheceres, madrugadas, p'ra agarrar e viver.
E eu, solto-o como pétalas das rosas, que hão-de florir.
E limpo as lágrimas que não tenho tempo de carpir. 
Virá Fevereiro, Março, Abril.
Virá um calendário inteiro. No seu devido tempo...
Para que quero eu precipitar as estações, saltar relógios, ampulhetas e todos os sinais que o tempo dá, se tudo me diz e grita que o melhor é dar tempo ao tempo? 
O tempo dá-se ao tempo. E dá-me o alento, para me devolver ao que de mim, ainda espera. 
Para me renascer no novo tempo...

m.c.s

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