quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

dá-me luz



Começa o dia e a semana.
Que te importa um dia ou outro?! perguntas.
Importa. O norte perde-se rapidamente se os dias iguais, os vivemos, emotivamente iguais.
E o sul está longe.
Tão longe que é à segunda-feira que a dúvida se instala. E me cega os instintos. E apaga a linha da sina.
Bailam impossíveis à frente dos sonhos, aqueles que te sonhei. E as dificuldades se perfilam intermináveis em fila de espera, não desistente.
Perco todos os cordões umbilicais, laços e âncoras. Portos seguros. Sou um barco à deriva, perdido da tua praia.
Por vezes, preciso de estímulo e orientação. Sou falível e mulher. E tenho coração.
Que gosta de ti. Também no início da semana.
Sobretudo hoje, que te sinto tanto a falta. Nesta ausência do ontem, tão romântico e puro, em ti.
Está frio. Tremem-me as mãos que não te alcançam. Não sinto o teu perfume nem a maciez da tua poesia. Não me disseste olá, nem me deste um beijo no café da manhã.
Não me abraçaste, até mais ver que não demoro.
Não estás na minha rota.
Longe, não te encontro, à segunda-feira. E a distância ganha forma, agigantando-se. O teu silêncio me enfraquece. E o medo do vazio se faz mais forte. O escuro é um quarto feio e triste. E a voz emudece. Num sussurro da alma, sorrio...Dá-me luz...

m.c.s.

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