quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

madrugando-me

Agarrei a madrugada. Com a mão que te ofereço e o coração que te pertence.
Inspirei o aroma do orvalho, como se fora o único sentido que me fosse dado ter.
Nas gotas transparentes que beijam o alecrim, despertando-o, no canta
r frenético dos melros, pintassilgos e rouxinois em festa, na brisa suave que me chega do mar, no silêncio do dia se libertando das trevas, na subtileza do que é belo, sem perturbar a intenção à natureza, tudo me gritou e me convenceu que hoje será diferente. Serei mais diferente...
Estamos em tempo de mudança. E eu acompanho a mutação sem me transformar num camaleão. De olhos postos na tela colorida dos dias que me são dados viver e naqueles que hão-de vir. Colorindo-me com alegria e serenidade.
Aprendi com os seres felizes que todos os dias é preciso acordar o dia.
Agarrar o tempo e pendurar o sonho no sol. Como papagaio colorido, nos ares, que nos faz mover e desejar. Gozar. Crescer e cuidar.
Em mim a diferença é visível. Não me nego ao sol que me entrou porta dentro, invadiu o espaço e me fez rejubilar.
Não te digo não, mesmo se ainda não me perguntaste, assim-assim, talvez ou o tradicional sim?!
Vou amar-te tanto, como amo os dias que vivo em ti. E aqueles que em mim vives. Vou amar-te mais do que te amo, porque alimentas esta fé que me nasce nos dias, que agarro a cada momento de partilha, doação, voz, palavra, poema. Emoção.
Vou amar-te mais do que te amo porque me fazes feliz e livre. Porque me fazes sorrir e acreditar.
Porque... meu amor, não sei fazer mais nada. Tão bem...
Agarrei a madrugada. Com a mão que te ofereço para me passear neste inverno de solidão e o coração de quem não mente o que sente. E nunca te diz que não.

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