Quando os lírios do campo ressuscitam no meio da erva,
os morangos se avermelham e adocicam,
as amendoeiras florescem a branco e rosa
e os dias ganham tempo, sol, calor e preguiça e se estendem pelas horas tardias,
as rãs coaxam no tanque do quintal, sinfonia de som e vida, sem par
e o samba se adivinha no carnaval que está para se instalar, colorido e ritmado, passos pequenos, sorrisos maiores e muita frecura e pimenta no ar,
quando cai a folha primeira do calendário e se marca de cruz, dias alegres, encontros e combinações, projectos e ambições,
quando me perco na contemplação das estrelas, cintilo com elas,
escrevo na lua, poemas de madrugada e luar, versos de amor
e navego nas ondas do mar, desenhando horizontes e pintando-os de cor,
quando lanço cartas, pétalas, perguntas para o ar e desejo que se cumpra o destino,
dá-se o milagre da vida, que se repete por ciclos felizes para usufruir, reciclar e inovar o que restou da estação que vai terminar...
O inverno frio e triste, finalmente dá lugar ao tempo da ternura e das flores, da esperança nos dias maiores , num desafio à minha natureza.
É a primavera chegando para reinar com toda a sua beleza.
E pôr-me à prova...
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