segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

absurda(mente) dor(mente)



Arranco vozes que me gritam medos.
Silencio grotescas interjeições.
Sufoco gemidos e outros lamentos.
Dou largas à dor e amanso-a com as minhas próprias mãos.
Torço as angústias e arrumo o tempo, em compasso de espera,
que me há-de ser útil quando não tiver mais nada
e os dias forem repletos de vazios.
Desenho caras, pintando-as de negro breu, desta hora de fragilidade.
Sinto a falta, no ar que respiro, de alívio, que não é chegada a hora.
Há nas paredes, nos bancos, nas vozes, nas vestes brancas, verdes estrelizadas,
um não sei quê de sedativo que preciso. Que me há-de acompanhar.
Aceito-o e depois fujo.
Para me permitir viver entre ais e uis e outros grosseiros sons logo que a boca recupere as vozes silenciadas.


m.c.s.

2 comentários:

persiana fechada disse...

Olá. boa tarde. então que tem?
bem sei que este tempo de frio não nos ajuda, mas temos que viver um dia de cada vez. beijos e as suas melhoras. um abraço

Maria Clara disse...

nada de especial, estou bem, tudo isto são escritos,apenas. :D