Olho pela vidraça da sala. A paisagem.
Para além deste nascente...
O sol avança na montanha e poisa à minha janela.
Sinto-me banhada dessa luz. Inundada. A transbordar.
E num mãos largas que a acção chama a reacção, ofereço-o a ti.
Pergunto-me se não te chegou já. Se não se anunciou.
Se não te tocou o rosto num afago inocente.
Se não te sorriu amigo em vénias de consideração.
Se não piscou o olho num gesto de cumplicidade.
Se não te beijou ousado, de timidez que a desmente.
Se não te proclamou vaidoso, a minha dedicação.
Se não te escreveu no mar, poema a navegar
nas ondas da espuma quente.
Se não te levou recados, pássaro, príncipe, dos céus.
Se não te aqueceu calor, surpresa, partilha, presente.
Se não te convidou ao sonho, delírio, insolação.
Se ainda não te disse, que estás no meu coração...
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