domingo, 26 de dezembro de 2010

diário de luanda

Não é por nada mas já me aconteceram umas desgraças em Luanda, em tão poucas horas de permanência.
Uma - Trouxe emprestado o netbook do filho. Estou na net de um computador cá de casa. Porque o " meu " tem um anti-vírus que não permite que aceda à dita. Não percebo nada disto mas parece que tenho que instalar outro anti-virus. Já pedi autorização ao dono do computador.
Outra - Já tirei mais de duzentas fotografias e até agora népias. Este computador não lê o cartão da máquina. Só o Netbook o lê. Resultado, estou no mato sem cachorro.
Ainda outra - Fui para abrir a mala que por acaso também não é minha, o filho já está a perder, mas fica descansado que vais ser ressarcido, e eis senão quando ou está arrombada, ou simplesmente o fecho que tinha cadeado se partiu e agora na volta tenho uma mala cujo fecho não dá para fechar a cadeado. E já estou a entrar em despesas, isto para não dizer que fiquei p...da vida porque a mala é da cria.
E por fim outra muito grave - A minha kamba tem a mesa posta desde o Natal. Qual dieta qual quê?! Percorri a cidade, graças a Deus, com meu kamba à procura de caldo de peixe com batata doce e mandioca. E para além disso, em casa aguardava-nos o leitão da ordem. E os frutos secos. E os bolos. E as sobremesas de colher...
Aiuê mammãuê, vou sair daqui uma pequena baleia, mito gorda e espaçosa.
É só pancar. Desde as 15 não fizemos outra coisa senão comer e rir muito com as estórias da nossa terra que é rica no caricato e no fora do comum. Já parei de comer e agora já só estou a chá de gengibre e limão comprado no Dubai mas como os aviões estão parados temos de ter contenção no bendito chá. Um pacotinho para duas.
Salva a honra do convento Luanda estar bem de saúde e recomendar-se.
A minha terra está linda. Limpa e em obras, sempre.
Tirei fotos da Ilha em obras. Da marginal em obras. E até do embarcadouro para o Mussulo, em obras também.
Confesso-vos um segredito, assim sem grande importância, dependendo de como o vejam.
Estou no primeiro dia de Luanda e já dei comigo a pensar - Não quero ir embora. Quero morar aqui. Quero sentir este cheiro que senti assim que pûs o pé no aeroporto. Quero dormir e acordar aqui, muito tempo...mas nada de dramas. Vou viver estes dias o melhor que souber e puder e nem maus olhados, olho gordo ou pragas para desgraças, vão sobreviver ao desejo forte de abraçar esta terra num abraço de um tamanho sem tamanho.
Fiquem bem, todos. E quero que saibam que estão no meu coração. Mesmo tu que és céptico. A sério. Aqui eu sou um ser melhor e cheio de boa vontade. E tenho a cor do amor. A cor que África pinta em aguarelas garridas e mágicas.
Estou feliz pessoas!...

2 comentários:

constancia disse...

Óptimo! Estás feliz. Está tudo dito. Não penses mais nA DIETA. Quando voltares retomas.
Boas férias amiga, aproveita.
Beijinhos

Maria Clara disse...

Obrigada, querida.
Beijinhos