domingo, 28 de novembro de 2010

se eu quiser















Que domingo este, tão bom!



Olho para lá da janela e vejo o fumo da lenha saindo das chaminés, feito labaredas aquecendo a alma de pessoas que descansam e se aquecem das canseiras e do frio deste domingo de Outono.
Do rinque, o som da bola batendo e os gritos efusivos de um golo marcado pela equipa caseira num jogo feito futebol de salão que o campo não dá para mais.
No horizonte limitado que a minha janela me dá, o monte que delimita Lisboa das terras vizinhas surge verde seco, acastanhado. Não pensem que é um monte a perder de vista. Não. Está aqui à mão de semear que é como quem diz, a poucos metros, trezentos, quinhentos? Um pouco mais, um pouco menos...não sou boa nestas medições que me moíam a cabeça no colégio da Menina Piedade, D. Zita e D. Dina, minhas professoras, que emitava quando brincava com a Fatinha e a Ana, de professoras, de régua em punho, batendo reguadas nas galinhas da capoeira, as nossas alunas mais burras.
Para lá do monte ficam os bairros periféricos. Alto do Lumiar, Lumiar...que outros como as Galinheiras nem quero lembrar o nome, que costuma ser de vez em quando notícia dos telejornais por motivos menos bons. Embora lá viva gente boa.
Neste frio que corta, estou eu enroladinha no meu pijama, descalça e aconchegada na manta de sempre quando outra vai a lavar. Computador no colo, um filme na televisão que não vejo mas oiço, bebendo chá que não é de gengibre e mel mas daqueles que a Itálicocaixa diz - barriga lisa - numa doce esperança que os doces, que acompanho o chá feitos bolos secos com recheio de chocolate não fujam para a barriga acumulando pneus que não preciso, mas que vão direitinhos para o meu coração.
Oiço repetidamente, assim numa esquizofrenia doce também, uma música que descobri ontem, postada num blog que acompanho sempre, música da qual me apaixonei numa paixão à primeira vista, que não partilho, me desculpem, mas mesmo que me torturem, não conto, porque amor à primeira vista tem que ser bem guardado, assim, no segredos dos deuses. Os segredos que não guardo, que me perdoem também.
Em suma, o domingo está quase no fim e eu para aqui num abandono como se fosse sexta-feira à noite...e o tarrafal à minha espera. E a Pitanga também. Já adiei das sete para as oito e meia, a minha viagem e ainda posso passá-la para as dez e meia. Mas não. Terça-feira já cá estou de novo para uns diazitos que quero mais agitados que este, porque isto é giro mas para se fazer uma vez de vez em quando, que eu não sou pessoa para tanta parança e pasmaceira.
Até me pergunto a medo se este gosto de ficar domingando como hoje fiquei, esticando a preguiça para o computador não será efeito daquilo a que chamam P.D.I. e que eu não gosto nada do termo, primeiro porque acho que a idade não é uma puta, mas sim sábia e depois porque me espartilha numa coisa de tudo ser mau e eu não quero acreditar nisso, porque há-de ter alguma coisa boa.
Bem, o que sei é que sozinha neste momento domingueiro nada me faltou nem me fez falta, o que prova que tudo está na mente e basta eu querer. E se eu quiser, até nem me ralo.

3 comentários:

milú disse...

se não gostas de PDI muda para DNE
- DATA DE NASCIMENTO EXPIRADA

Maria Clara disse...

Ei amiga! Já não me lembrava...aprendemos essa o ano passado quando estava aí. Pois é!
Sempre me parece melhor apesar de que " Fora de prazo " ou " Prescrita " que é o que isso quer dizer, quer queiramos quer não, também não é justo, é?
Não é, de todo.
E nós, bem, nós ainda estamos para aí para o que der e vier que é para não dizer que estamos para as curvas, entenda-se, estamos bem na nossa pele.
Então vens ou não, para a semana?

Anónimo disse...

na sei minina, a merdice é sempre a mesma.....