sábado, 17 de abril de 2010

Havemos de voltar...um dia.


Chega ao balcão um utente, que nos olha sorridente. Para fazer o registo criminal.
Pela cor da pele, o mais provável é ser estrangeiro e as nossas perguntas são rotineiras. Se é estrangeiro. O passaporte. E que não o pode levar na hora, porque o pedido vai para Lisboa e demora cerca de uma semana, às vezes menos, às vezes mais.
A Mena é que atendeu o utente. De passaporte nas mãos, disse-me: Olha as tuas palancas. São palancas não são?
Daí à conversa com o indivíduo foi um ápice. Natural de Luanda, há 12 anos fora, primeiro em Cabo Verde e agora em Portugal. Precisa do registo criminal, para renovar o seu título de residência que tem um prazo que o CEF dá.
O nome: Domingos Chuva Gamboa.
Um angolano a viver em Portugal...
A Mena pergunta-lhe se não quer voltar. Quero, sim. Vou voltar...um dia vou voltar.
Sorri-lhe. Como eu o percebo.Um dia eu também vou voltar.
Deixou-me um convite. Quando eu for em Dezembro, ele estará lá de férias, para passar o Natal e até ao fim do ano.
Que mora em frente à Embaixada Portuguesa. Que lhe faça uma visita.
Por ironia do destino, coincidência, ou não, da varanda de trás da casa da minha camba como irmã, vê-se a rua da Embaixada, passamos lá para entrarmos na nossa rua. Sim porque eu tenho a residência ali. Era giro, estar para entrar na nossa rua e encontrar o Domingos, um cidadão angolano que precisou dos meus serviços para permanecer em Portugal.
Um angolano que quer Voltar, como eu, um dia...
E eu sorrio para dentro de mim e penso no poeta. Havemos de voltar...um dia.

4 comentários:

kamba disse...

más então mano domingos da xuva bazou da banda atravéz de kê? da xuva??? gamboa é familha muinto respétada aki na banda, até tem lá uma ministra e tudo.....eu lhes conheço são mós kambas
tácerto podem xegar de se encontrar aki na rua da city mais num sei se vaz se devertir k ele onde......nas praia, nas discóteka, ah tarveis vão no réstorante pitar choco frito bem cuioso, marisco, num sei pruké lhes deram nome de «petisco», quando tamo a pitar essis mambo nós num pitiscámos lhe bisámos memo, é ripitir ou kê?????

kamba disse...

más utente então é kem, num falaste nome dele é domingos???????
pxxxxxx gostas muinto di baralhá
lhe atendes como então? como é mwangolé não ficaste «cínica» (pessoa k não ri) já sei.......se gargalhaste com a boca toda num é?
VOCE NUM PRESTAS MEMO.......
é assim mesmo k os nossos kotas nos ensinaram, podemos memo nos guerrear aki na banda, MAIS QUANDO SE DEMOS ENCONTRO NO ESTRANJERO, NA NGUIMBI DOS OTRO, SE UNIMO, NOS PROTEGEMO TIPO SOMO FAMILHA, SE DEFENDEMO SI ALGO ALGUM KER NOS ABUSÁ, NUM LHE ADIMITIMO, SE SORRIMO E FALAMO TIPO KAMBA ANIGOS, CRESCÉMU NO MEMO BAIRRO...SE FOR PRECISO VAMO LHE AGIR, NO CULPADO....tá a pensar sangue de mwangolê é de barata ou kiéee? nosso sangue é bué kente
si nos akecem a cabeça, santo do avô desce, lhes aplicamos umas bofas da cara........hum!

Maria Clara disse...

AhAhahahahahahahahahahahahahahahah...
Muito bom, mesmo! Adorei, adorei, adorei!
Ri-me tanto, mas tanto Kamba, que até me ficou a doer os ossos da cabeça.
Yes, ganhaste!
E tás falar verdade. Patrício na tuga tem a minha protecção. Na banda se me chateia eu xingo, aqui, todos são do Sambizanga. Euê...S.Paulo virou muceque do Sambizanga, acho que não me conformo. Tiraram o santo e jogaram no muceque. O Papa tem que ir na banda pôr de novo o nome do santo na freguesia...qual quê mesmo? Quê né?

kamba disse...

agir no culpado = tomar medidas
aplicar umas bofas = aplaudir = dar umas bofetadas