segunda-feira, 16 de abril de 2012

fim de semana

foto tukayana.blogspot
Terminou o fim de semana.
Se lamento? Não. Há momentos bons que têm o seu tempo e são bons também por isso.
Em paz, satisfeita e tranquila, já em Torres Novas city, vejo e ouço o programa da TVI, A tua Cara não  me é Estranha, que não perco por nada, sim, eu vejo a TVI, não sou daquelas que acha chiquérrimo e super culto ver apenas a RTP2 e na volta consome TVI de manhã à noite e nem conhece os programas da estação elitista (não tenho nada contra e tudo a favor ).
Há pouco quando cheguei tive a sensação de sempre - Que merda! Já estou cá outra vez! Peço desculpa pelo palavrão, mas a gente a pensar diz tudo o que lhe vai na alma e a minha conhece todos os impropérios do mundo. Mas continuando, apesar dos pesares vinha cheia de saudades da Pitanga, dona Pitanga, faz favor, que vai demorar um pouco para fazer pazes comigo, amuada que está, juro que está, de a ter deixado na sexta-feira e só ter regressado hoje à noite, apesar da visita do mano Zé para a latinha gourmet de atum laminado com gambas. A propósito disso, obrigada tio Zé, dirá ela e digo eu mano Zé.
Mas falando da minha Pitanguinha, a minha linda e fula Pitanga fez das suas,  pois pôs a gaveta da cómoda do corredor num alvoroço, o tapete da cozinha na entrada, casacos meus espalhados num quarto de vestir, colares espalhados na casa de banho, enfim, o costume. Ela tinha que se entreter com alguma coisa. Como eu a compreendo! Não é fácil passar um fim de semana sozinhinha. Eu que o diga...
Não foi o caso deste, que felismente foi óptimo, de trabalho, muito, nuns pastéis, muitos, que fiz para uma certa festa que já aí anda na boca do mundo lisboeta. De vitória do Benfica arrebanhando a Taça da Liga, da festa do penetra do Alfama-te, a propósito, vamos lá a Alfamarem-se que o conceito é giríssimo, quem organiza também e as festas são um must e depois, sempre podem acabar num bar de Alfama, já agora no Tejo Bar onde quando entramos não sabemos quando sairemos e quem nos animará a noite, musicalmente falando, evidentemente, pois que o Tejo Bar é um espaço sério que passa a noite a rir, a cantar e a tocar o que calha, numa execução espontânea que qualquer cliente desde que queira e não se acanhe, está à vontade para o fazer. Ontem dois angolanos cantaram e tocaram música brasileira e angolana. Um grupo de portugueses fez o que pôde e duas japonesas tocaram guitarra portuguesa que mais pareciam verdadeiros guitarristas acompanhando uma qualquer fadista deste bairro famoso de Afama.
A festa do Alfama-te foi muito gira. Não quero falar muito nisso  por razões que não vêm ao caso, coisas minhas e não minhas, mas que gostei muito gostei. Bebi uma morangoska  e vá lá não me senti a voar para o Leste. Acabei na água tónica porque odeio figuras tristes. Ainda assim, às 5 da manhã estava à porta do meu prédio com a sina lida à espera que a manhã nascesse, para entrar, não fosse o taxista com quem não troquei uma única letra durante o percurso, a criatura era pessoa p'ra poucas falas, mas afinal para actos úteis, não fosse a criatura ter conseguido abrir-me a porta. É isso mesmo. Eu, chaves e fechaduras somos um trio que nos damos pessimamente. Nunca poderia ser assaltante por arrombamento, está-se mesmo a ver! Na verdade, a fechadura da porta de  algum tempo a esta parte tem um problema e já por várias vezes a vizinha do rés do chão, que é rainha da cusquice e dá conta de tudo foi obrigada a abrir-me a porta para que não ficasse na rua. Esta madrugada, eu maria clara das dores, sóbria como sempre, pûs o taxista que me levou do Largo do Chafariz de Dentro ao Olival Basto a tentar abrir a porta do prédio onde vivo aos fins de semana, nas férias e sempre que posso. E consegui. E conseguiu. Mas que foi difícil foi. O senhor que por acaso até era um homem novo, esfalfou-se mas não me deixou entregue à noite e isolada no mato sem cachorro que é como quem diz entregue à minha sorte, que eu estou sempre a pôr-me a jeito. Ora se eu tivesse ficado em casa, de perna esticada a ver televisão e a teclar não tinha passado por isto. Mas também não teria uma história caricata como esta para contar. Juro que quando entrei na minha casa ainda me questionei: maria clara, estás com os copos ou quê? Quê. Como é que foste chamar o taxista para te ajudar? A esta hora da noite? E os vizinhos?
Enfim. Quando se tem uma certa idade, nada nos fica mal à cara. E se ficar a gente já não liga. Encolhe os ombros. Dorme sobre o assunto e hoje é um novo dia. E acabei-o da melhor forma. No cinema com a única companhia que me agrada para esse efeito. A minha filha. Que é uma menina de quem o sô Santos há-de estar muito orgulhoso. Tem o talento dele. Puxou à família. Deve ser uma coisa que está nos genes e que veio de Espanha com a minha bisavó espanhola, Maria Torrinha.
O filme que fomos ver? Amigos Improváveis. Um filmão de todo o tamanho. Uma história verdadeira que todos mas todos deviam ir ver. Lembrei-me da caçula do princípio ao fim. E do Paulinho. E chorei e ri. E fez-me tão bem ver este filme que não foi difícil voltar para o Ribatejo hoje que é domingo. Apenas um outro filme, há muitos anos atrás teve o mesmo efeito em mim - Voando sob um ninho de cucos - visto no cine teatroVirgínia.
Posto isto, nada a acrescentar pois que tive um fim de semana recheado de interesses que me fizeram bem à alma. Não fosse ter saudades imensas de uma certa cria e a falta do nosso abraço e seria perfeito.
 

3 comentários:

david disse...

ahahahaha
tu a falares contigo própria é o melhor disto tudo.

Maria Clara disse...

Abraço grande, grande, maior do que o universo,meu amor.
Juro que não estava com os copos meu filho. Beijos.

persiana fechada disse...

olá. estou a ver que foi um fim de semana em cheio. eu também vejo a tvi e esse programa, e adoro. a Pitanguinha a brincar com colares, roupa...cá para mim quer entrar num catálogo de moda, lol. beijos e ainda bem que se divertiu. boa semana. o meu fim de semana foi caseiro mas também soube bem.