O que é que a gente faz se um outro alguém sorri numa página deste progresso que nunca que pensei nos dias da minha vida passada, desse tempo em que apenas existias tu e tu e sempre só tu e tudo o que tu dizias, cantavas, rias, sentias, sonhavas? O que é que a gente faz se sem te chamar, procurar, me apareces no canto direito que nunca pensei ver-te numa máquina à distância de um clique quatro décadas depois como se fosse hoje me dizendo: Olá, sabe que o cigarro faz mal? E eu atrevida te respondendo no alto dos meus 18 anos ingénuos e sonhadores, acabados de fazer mas te conhecendo de outras estórias de bairro, de amigos de infância te citando, te gargalhando das piadas que contavas, do partidas que aprontavas?O que é que a gente faz se estás ali me olhando e me sorrindo como que a dizeres-me: clara, branca das neves, parece ainda estou a ouvir a canção, eu vou rifar meu coração, vou fazer leilão, vou dá-lo a quem der mais...O que é que a gente faz se te sonhou um dia namorado, príncipe encantado e para sempre guardado na memória sem idade que um dia te hei-de perder, perder-me de mim, mas sempre o eterno namorado que acreditei um dia se apaixonou por mim?O que é que a gente faz se ainda há pouco te sonhei de novo, que nestas coisas dos sonhos sempre estiveste presente, nesse ausente de toda a vida e um dia até te chamei e vieste que parecia makumba de kimbanda, juro por sangue de cristo?Não fui lançar os búzios, não te vi nas cartas de cartomante, nem tão pouco no mapa astral, vi-te mesmo de verdade que nem queria acreditar que te chamei no sonho e vieste que ficou uma estória do além para contar aos amigos que te conhecem demais?O que é que a gente faz se parece estás ali não só a rir mas parece estás a dizer: Córaaaaaaaaage...
Não adianta fingir que não te vi. Não adianta esquecer que te amei. Não adianta querer deixar o dia passar. Não adianta clicar e apagar...
Se me perguntasses de novo o que és para mim, de novo te diria, eterno namorado, que não sinto doutro jeito neste jeito romântico de te ver no passado...
Parece de novo te vejo sorrir, encabular, olha tu encabulando, que até me apetece escrever lolololol que essa tem mesmo graça, e dizer: clara, branca das neves, córaaaaage...
Por isso hoje que te sonhei e te vi depois, aqui alegrando com o teu sorriso de sempre a minha página deste progresso que há quatro décadas nunca que sonhámos que ia acontecer, me mostrando que estás vivo no teu coração batendo, no meu coração ecoando, me fazes ter a coragem que apelavas brincando, para como documento que tem o valor que tem, te deixar meus votos de dia feliz neste sábado...aleluia!
Te dou os Parabéns.
E um abraço maior do que o universo, na saudade. Num tamanho maior do que a distância que vai daqui até ao sul, muito mais a sul que o nosso sul. Lá onde os dias se deitam alegremente nas noites mágicas e nos embalam os sonhos que se fazem eternos.
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