quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

enchi-me de mar

Convidaram-me a ir ver o mar. Em dia Santo.
E eu fui. À procura do azul forte de sempre. Do perfume salgado da onda branca.
Da bola nívea. Do vendedor de língua da sogra, do nadador-salvador, do gelado e das tardes quentes. Da revista cor de rosa. Do ronco do velho. Da misse de tanga. Do conquistador barato.
Do candengue chorão. Das barracas listadas. Do bronzeador.
Do Verão...
O cinzento das águas espumando agrestes e ruidosas me disse que é Outono e a praia deserta. A areia fria e o mar gelado.
A chuva caindo me lembrou, que se olhar para longe onde os olhos sem colírio já desconseguem ver mas o coração sente, vou ver com esse olhar da alma meu mar materno azul-celeste, verde-esmeralda amornado num verão de chuvas fortes e sol ardente.
E nesse manto cor de céu, que é pátria, chão e porto, sonho ansiado, eu quero saber-te. Ali. Eu e tu. Não por acaso, talvez , por enquanto. Não porque sim ou porque não. Não para sempre. Mas num momento único. Eternamente esperado. Finalmente...

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